Pablo Gavi
Minha mãe e Aurora acabavam de pousar em Barcelona, enquanto meu pai só viria na semana que vem. Estava dando o meu máximo para impedí-los de entrar na minha vida atual, mas agora não havia mais jeito, eles queriam conhecer a minha namorada.
Isso sim era uma coisa horrível. Pode imaginar? Mentir para as pessoas que eu mais amo, sobre uma coisa tão irrelevante. Irrelevante em nossa relação e não na minha carreira, é claro.
Eu estava andando muito conformado com tudo, tínhamos ganhado o último jogo - com direito a gol do Ferran, que não está em fase boa - e a relação com Vacchiano ficava cada vez mais normal. Contudo, ela não tinha dito nada sobre sua relação com Marcus no momento. Eu me contorcia de curiosidade para saber o que tanto estava acontecendo, afinal.
Isso comprovava o fato de que ela não me considerava um amigo ou aliado. Ela ainda tinha diversos receios, e eu não entendia de onde vinham a maioria. Nós dois criamos barreiras que ainda não aprendemos como ultrapassar, ou talvez não seja necessário. Uma hora isso tudo vai acabar e eu poderei finalmente viver a minha vida real. Nada com ela era real. E saber que isso era verdade me dava um arrepio na espinha. O futuro incerto sempre me assombraria, pois eu não sei se ainda sei viver totalmente sozinho.
Aurora havia decido por conta própria que faria um jantar aqui em casa, e que eu tinha a obrigação de trazer Vacchiano. Então, aqui estava eu na porta da casa dela outra vez.
Buzinei algumas vezes e ela apenas me mandou uma mensagem, me mandando entrar. Estacionei melhor e fui em direção a grande porta marrom de sua casa. Como já esperava, a porta estava aberta. Seus móveis variavam do cinza ao marrom, tudo era muito harmônico. Entrei primeiramente na sala, depois em outra sala e avistei uma escada. Imaginei que seu quarto provavelmente era ali em cima e subi, batendo na porta do único quarto que tinha luz ligada.
- Pode entrar - bradou e eu abri a porta devagar.
Ela estava sentada em frente á uma penteadeira, se maquiando.
Seu quarto era grande, e diferente do resto da casa, tinha várias coisas em tom de azul ciano. Me dirigi até a sua cama e me sentei ali, esperando que ela terminasse.
- Você disse que já estava pronta - a lembrei, visto que eu saí de casa dez minutos depois que ela tinha avisado que estava pronta.
Vacchiano suspirou, com uma expressão irônica que eu via pelo espelho.
- E você achou mesmo que eu realmente estava pronta?
- Eu tinha minhas esperanças - me defendi.
Sabia que ela costumava demorar para se aprontar, mas nem havia raciocinado isso hoje.
Eu estava uma pilha de nervos; não sabia como enganar duas pessoas que me conhecem perfeitamente, não sabia se elas gostariam de alguém que nem eu gosto e muito menos se apoiariam. Eu precisava do apoio delas, mesmo que fosse falso. Só queria um sinal de que estava fazendo a coisa certa.
Depois de cerca de quinze minutos, a mulher em minha frente se levantou e foi em direção a porta.
- Vamos? - perguntou e eu me levantei rapidamente.
- Antes tarde do que nunca - resmunguei e ela riu baixo.
Chegamos rápido em casa, já que não morava tão longe e a alertei no estacionamento:
- Elas me conhecem muito bem, então ative qualquer merda de aula de teatro que tenha feito em sua vida - ela fechou a cara com o fim da frase. - E, por favor, finja que está perdidamente apaixonada por mim até que elas esqueçam que não parecemos um casal.
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lie to me - pablo gavi
FanfictionA única coisa que pode tampar um escândalo é um maior ainda. a história é minha, todos os direitos reservados © tiktok: ifvgavira