Capítulo 1

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Eles corriam sem olhar para trás, seus pulmões queimando com cada respiração ofegante enquanto seus corpos se impulsionavam contra a colina íngreme. A terra sob seus pés parecia inclinar-se perigosamente, desafiando-os a desistir a cada passo, mas eles persistiam, alimentados por uma determinação feroz que queimava em seus corações.

Cada músculo em seus corpos se esforçava ao máximo, respondendo ao chamado desesperado por resistência. O suor escorria pelo rosto, misturando-se com a poeira, enquanto eles avançavam, seus olhos fixos no horizonte distante que parecia fugir deles. Atravessar aquela colina parecia uma batalha contra o tempo, contra a própria natureza que conspirava contra eles.

Eles podiam sentir a exaustão espreitando, as pernas vacilando, mas eles se recusavam a ceder. Cada traço de força era conjurado, cada grama de energia era extraída, à medida que se esforçavam para superar os limites de sua resistência. O desespero ameaçava se manifestar, tentando arrastá-los para baixo, mas eles o enfrentavam com bravura, determinados a não deixá-lo vencer.

Através da dor e do cansaço, eles encontravam uma conexão mútua, uma sinergia que fortalecia sua determinação. Eles sabiam que precisavam um do outro para sobreviver a essa provação. Os olhares que trocavam transmitiam coragem e apoio, uma promessa silenciosa de que não desistiriam, não importava o quão árdua a situação pudesse ser.

Enquanto subiam aquela colina interminável, eles se aproximavam de um ponto de virada, uma oportunidade para superar o desespero e emergir vitoriosos. Eles se agarravam a essa crença com unhas e dentes, alimentando-se da chama ardente de sua determinação. Cada passo os aproximava mais do triunfo, e eles estavam dispostos a pagar qualquer preço para alcançá-lo.

O pequeno Feänor de cabelos dourados, estava a frente, agarrando a mão da pequena de cabelos loiros, que chorava aflita com a situação de ambos.

Não podiam parar. Não podiam.

Quanto mais analisava a situação de ambos, mais se dava conta que estavam sem alternativas seguras.

Pense. Forçava sua mente em estupor a ter calma.

Pense.

Ele tentava ao máximo resistir ao impulso que o corroia, a agonia sem fim que latejava em seu peito, conforme disparavam cada vez mais para as profundezas montanhosas, se distanciando a um ponto assustador da aldeia.

Entretanto, não tinham escolha, nem escapatória.

Tinham apostado errado em perseguir o lobo para sua toca, sem perceberem que a fera os estava levando para seu abatedouro, em uma armadilha que as duas crianças não perceberam, quando se viram rodeadas por imensos lobos.

Uma matilha completa de lobos leões, e havia tantos e tantos deles. Famintos e ferozes, os cercando.

Os lobos eram uma visão aterradora, com suas pelagens amarelas e cabeças imensas adornadas com presas afiadas capazes de rasgar a carne com um único toque. Eram numerosos e vorazes, uma força avassaladora que os envolvia por todos os lados. O hálito quente e fétido dos predadores preenchia o ar, ecoando a promessa de uma luta feroz.

Os olhos amarelos dos lobos brilhavam com uma fome inextinguível, as orelhas eriçadas demonstravam sua prontidão para o ataque. A tensão era palpável enquanto as crianças encaravam seus adversários, sentindo a frieza do medo percorrer suas espinhas. No entanto, eles não abaixaram a guarda.

Em meio ao pânico crescente, suas mentes se agarravam a qualquer vestígio de coragem que ainda restasse. A determinação de não serem devorados impulsionava-os a buscar qualquer estratégia possível para sobreviver. O tempo parecia desacelerar enquanto cada detalhe do ambiente se destacava: as pedras irregulares sob seus pés, os galhos retorcidos das árvores próximas, tudo que poderia se tornar uma arma improvisada, ou um empecilho em seu caminho.

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