Cada um tinha ganhado um quarto, em um dos infinitos corredores que aquele palácio possuia, o de Skye tinha sido ao lado do seu. Que por sinal, era enorme.O quarto era decorado do chão ao teto, com as paredes de pedra entalhadas com símbolos Fëanor e inúmeros sóis dourados, que pareciam dançar sob a luz suave que se filtrava pelo aposento. O piso de mármore branco, polido a perfeição, realçava a delicadeza e a beleza daquele aposento, conferindo-lhe uma atmosfera majestosa digna de uma princesa.
Em cantos opostos, dois estrados feitos de madeira nobre exibiam almofadas de seda ricamente bordadas, convidando a um repouso. Gwen não pôde deixar de admirar uma prateleira repleta de livros antigos, cujas lombadas desgastadas contavam histórias de eras passadas. Ao lado, uma planta violeta, com suas flores semelhantes a centáureas, trouxe-lhe uma súbita lembrança de seu lar distante.
Enquanto sua palma deslizava pela parede lisa e fria, ela tocou o candelabro apagado, atraindo ainda mais a atenção para o cômodo. Uma sensação de encantamento a envolveu, e Gwen adentrou mais profundamente.
Um arfar de admiração escapou de seus lábios ao contemplar a imensa cama com lençóis de seda branca. Era tão grande que poderia facilmente acomodar umas cinco pessoas, e o toque dos lençóis era suave como um carinho. Nas paredes atrás dela, tapeçarias douradas deslizavam elegantemente, adornadas com insígnias de sóis entrelaçados, testemunhas silenciosas da riqueza e tradição daquele lugar.
Em uma emoção gritante, Gwen correu e se lançou sobre a cama, ainda suja e suada, afundando no colchão macio.
— Deuses. — choramingou, desejando desaparecer entre aquelas almofadas e conforto celeste, inspirando o aroma doce e suave de canela nos tecidos.
Aquilo era incrível.
Nunca tinha tido uma cama só para si, em casa tinha que dividir com Skye, outrora, sua antiga cama nem chegava aos pés da que estava agora.
Uma batida soou a porta, não esperando por um resposta antes de uma fêmea entrar, não era Iridessa. Gwen se aprumou na cama com a estranha.
— Perdão, senhorita. Sou uma das servas reais, Iridessa me mandou para seus serviços. — Ela se curvou, vestindo roupas semelhante às de Iridessa, uma túnica cinza comum. — Me chamo Stella.
Gwen se sentou, fitando a fêmea de curtos cabelos pretos, notando o canto de seus olhos puxados, com um olhar cerrado para ela.
— Aos meus serviços? O que isso quer dizer?
A fêmea riu sem jeito.
— Estou a sua disposição para ajudar no que desejar, senhorita.
— Me chamo Gwen. — A Lorioran atirou. — Não me chame assim. Não faço parte da nobreza desse lugar.
Nem desse lugar. Sua mente corrigiu.
— Certo. — A fêmea, Stella, disse cortês. Unindo as mãos a frente do corpo, o olhar gentil. — Há algo que deseja?
Gwen franziu o cenho. Ela desejava tantas coisas, embora, respostas, estava no topo de sua lista. Que aquele macho ao trono lhe desse de imediato o que viera atrás. Todavia, isso lhe fora negado. Mais uma verdade negada.
Olhou para as arandelas nas janelas do outro lado, para as cortinas entreabertas mais precisamente, se erguendo e indo até ela.
Afastando o tecido grosso e refinado, dourado, abriu as janelas duplas, constatando que de fato estava em uma das três torres do castelo, em um dos muitos andares no topo.
— Eu não faço ideia do que fazer. — Não sabia se tinha murmurado para si mesma ou para a outra.
— Que tal um banho? — recomendou a fêmea meio sem jeito. — Um bom banho sempre ajuda a clarear os pensamentos.
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SOMBRA DE CINZAS
FantasíaSequência do livro "Sombra de Asas", é necessário ler o primeiro livro para a compreensão desse. AVISO: Apesar de ser um livro de fantasia, onde o romance não é o foco. Diferente do primeiro livro, há cenas de sexo explícito! Então, esteja ciente di...