Capítulo 4

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Thorion fitou o conjunto de casas em simetria de Ilura, de todos os tipos de construção, desde madeira a granito, com estruturas pequenas a grande.

O pequeno povoado ficava a alguns quilômetros de Elrond, fazendo fronteira com seu povo. Também eram conhecidos como o povo nortenho, uma das muitas raças distintas que não pertenciam a um dos grandes povos em específico. Haviam muitos como esse povoado espalhados entre os quatro reinos.

Principalmente na fronteira deles. Como o povo Montanhês nas redomas de Wenkael. Thorion pensou naquelas montanhas e dunas desertas imensas, não havia um rastro de um habitante no lugar, outrora, as histórias diziam possuir.

O povo de Ilura tinha um acordo com o povo de Elrond, além de respeitarem e conviverem bem, serviam ao rei de Thorion como seu governante.

Atravessando as antigas estradas empedradas, adentrando no centro do povoado, Thorion se deparou com um emaranhado de ruas estreitas e sinuosas, todas elas pavimentadas com paralelepípedos desgastados pelo tempo.

Algumas habitações exibiam telhados inclinados, cobertos por grossas camadas de palha, enquanto outras ostentam telhas de ardósia escura, criando um contraste marcante com as paredes de pedra caiada. Janelas com pequenos vitrais coloridos pontuam as fachadas, adicionando um toque de elegância e sofisticação.

Mais adiante, o caminho de paralelepípedos levavam a uma praça central, onde um majestoso poço de água cristalina repousa no centro. Ao redor, havia uma variedade de estabelecimentos comerciais. Uma taverna aconchegante com vigas de madeira aparentes exalava os aromas tentadores de comida e bebida, enquanto uma pequena loja de artesãos exibia suas criações meticulosamente trabalhadas.

O lugar estava repleto de vida, com os habitantes do povoado indo e vindo em suas tarefas diárias. Crianças brincavam animadas, enquanto os mercadores ofereciam seus produtos frescos em barracas coloridas. O som distante de um ferreiro trabalhando em sua forja escoou pelo ar, acompanhado pelo cacarejar de galinhas que passeiam livremente pelas vielas.

Ao longe, erguia-se um modesto templo de pedra para os deuses, com sua torre sinuosa alcançando os céus. Suas portas de madeira maciça estavam abertas quando Thorion passou a frente, mostrando u interior sereno, iluminado por vitrais que filtram a luz do sol em uma miríade de cores. Os sons suaves de orações e cânticos ecoam pelo espaço sagrado, envolvendo os acólitos em uma atmosfera de devoção.

Ele observava as pessoas passando, ignorando os olhares que recebia, alguns por sua altura e porte, outros por reconhecimento, ele sabia.

Seu olhar vagava por todos os lugares, conforme ele caminhava, se fixando nas bancas de mercadorias e vestimentas.

Mas em nenhum lugar encontrava cachos dourados e uma figura baixinha de olhos azuis celeste em sua afiado campo de visão.

Skye tinha escapado deles no instante em que entraram no povoado. Todos tinham se separado para comprarem coisas necessárias, graças às moedas que Raven tinha trazido de Elora.

Se não fosse por ela, o grupo ainda estaria aos farrapos desde que saíram daquele lugar de pesadelos, o Vale.

Thorion provavelmente estaria nu. Tinha passado a maior parte do tempo em sua forma Fëanor no maldito lugar.

O corpo do Fëanor tigre estremeceu com a mera lembrança daquela redoma. De tudo que aconteceu.

— Você ainda não comprou nada. — Westyn surgiu ao seu lado, de repente, vindo de uma tenda.

Ele carregava uma pequena bolsa de tecido preto com algumas garrafas de gin escapando da borda dela.

Fora a calça, a camiseta de linho e as botas de pele de coelho, Thorion não tinha gastado as cinco moedas de ouro que ganhara de Raven.

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