Capítulo 26

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Skye tinha um desempenho um pouco melhor no quesito de conjurar pequenos feixes de seu poder do que era esperado com seu temperamento, dois dias após a primeira vez que conseguira, ele vinha aprimorando sua conjuração aos poucos, enquanto Gwen até conseguia conjurar, no entanto, não conseguia manter a forma por muito tempo.

As vezes a pequena chama que ela puxava, se esvaia e apagava em segundos, as vezes começava a aumentar, se espalhando por seu braço, o que parecia a aterrorizar mais do que qualquer por perto.

Na maioria das vezes, como uma reação consequente aos seus esforços constantes e frustrados, os olhos dela sempre queimavam em ira.

A raiva sempre presente após a frustração.

Um fato era, que seu poder era ainda ainda mais volátil e feroz que o de Skye. Como se continuasse a rejeitar os comandos de sua conjuradora. Como se fosse movido apenas pelos sentimentos mais brutais e atrozes. Como se a única parte que o poder conhecesse de Gwen, fosse apenas a raiva e medo dela.

— Sinta o som da ventania. — Liryan estivera tão perto dela certa vez, em uma de suas tentativas de puxar o poder. Atrás dela, ele sussurrou. — Sinta o ar lhe tocar.

— Me tocar?

— Isso. — murmurou para ela. — Sinta a brisa.

— Porque disso? — Ela endireitou os ombros.

Liryan sorriu.

— Para você se tornar uma com sua essência. Você precisa sentir. — sem hesitar, Liryan tocou seu ombro e fez uma suave carícia.

Ele sentiu a fêmea estremecer sob seu toque. Algo nele ficou satisfeito com aquilo. Com a reação do corpo dela ao toque dele.

Liryan ajeitou a postura dela, tocando seu quadril com a outra mão, a fazendo estufar o peito e enrijecer a coluna.

— Deixe o vento te tocar.

— Como faço isso?

— Sinta. — ditou suave apenas.

Ela inspirou fundo. E se forçou a conjurar.

Mas o poder continuou a ignorar seus comandos.

Liryan sabia que aquilo incomodava Gwen, ele via a forma como ela olhava para Skye conseguindo de certa forma começar a manejar sua magia.

— Você está se cobrando muito Gwen. Seu poder reage a seus sentimentos. — Liryan deslizou a mão pelo pescoço dela, sentindo o sutil tremor nela.

— Não sei o que fazer.

— Não se pressione. Vá de acordo com seus limites. Não precisa se frustrar.

— É impossível não se frustrar com minha própria incompetência. Preciso aprender a controlar isso.

— Você irá. — ele garantiu. — Sei que sim.

Ela o olhou por sobre o ombro, com os olhos dourados colidindo com os dele, e um sorriso lindo viera dela, o golpeando em cheio, com Liryan engolindo em seco e se afastando.

Naquela manhã, enquanto saia do salão comunal do rei após relatar o andamento dos Loriorans no treinamento, se viu analisando cada mera frase que o rei limitou-se a dizer e suas poucas expressões.

Em particular, parecendo interessado com a informação que o poder de Gwen não queria ceder a ela. Liryan podia jurar como viu o soberano se atentar nesse ponto em específico.

O que o deixava inquieto, fora a visível recusa do rei em dar informações sobre as tropas na fronteira. Se havia alguma notícia importante a relatar.

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