Capítulo 18

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Gwen não sabia se tinha permissão para sair sem acompanhamento pelo lugar, todavia, não aguardou por Stella quando terminou sua refeição e escapou do quarto, atravessando o corredor apressada.

Não pensou em chamar Skye, imaginou que estivesse descansando depois da surra que tinham levado no treino com os três Fëanors, ou deveria, se fosse esperto o suficiente, o justo oposto dela.

No entanto, o fardo para estar andando por aquele corredor, ao invés de descansando, deveria ser atribuído a seus nervos agitados, e inquietos, com as vozes em sua cabeça incapazes de a deixarem descansar.

Tanta coisa havia acontecido em tão pouco tempo, que permanecer em um cômodo fechado, pensando sobre isso, a fazia se sentir sufocada, sem ar.

Pensar nas palavras de Liryan no treinamento, mesmo que fossem provocações e parte da lição, a faziam sufocar, pois havia verdade nos fatos, portanto, havia dor.

Aquele lugar, o palácio real de Elrond, a fazia se sentir apreensiva, seus pensamentos, também a faziam. Estava encurralada no fim das contas.

Precisava respirar, pois nas últimas horas desde que chegara na capital, ou mesmo semanas, achava que estava perdendo essa habilidade.

Respirar. Isso, podia o fazer. Mesmo que fosse difícil.

Mesmo assim enquanto caminhava por aquele lugar, entrando numa área ladeada por pátios a céu aberto, ao entrar no pavilhão com as tapeçarias, ainda se sentia apreensiva.

As novas botas trotavam sonoras no piso de ardósia.

Parou a meio caminho, observando uma tapeçaria em específico, a atraindo como uma chama acesa atrairia insetos para sua luz.

Era uma figura bordada, um homem de cabelos dourados, brilhando em luz dourada, segurando uma mulher em seus braços, os cabelos dela tão cintilantes em ouro como os dele.

Os olhos topázio de ambos em destaque na tapeçaria. Homens e mulheres se curvando ao redor das duas interpretações no centro com o sol despontando ao fundo.

Os olhos parecendo encarar ela através da peça.

Nenhum traço se quer do povo comum de Elrond. Nada dos olhos lilases. Da pele bronzeada. Das marcas celestes na pele.

Possuía hieróglifos embaixo, palavras em uma linguagem arcaica desconhecida, talvez uma canção etérea, ou uma menção a alguma passassem de algum livro já esquecido.

Os símbolos remetiam a chamas, sol, e animais tão diferentes que ela não conseguia titular suas formas.

Era o mais perto do que poderia ser o divino.

— Ah, você está aqui, Gwen.

Uma voz veio da frente, com ela se sobressaltado ao avistar Nora e Raven vindo em sua direção.

Gwen olhou mais uma vez para aquela imagem, antes de se direcionar para as duas.

— Raven. — cumprimentou a fêmea de cachos escuros e olhos esmeralda com semblante fechado.

Se virando para Nora com um sorrisinho afiado. Ainda não a tinha perdoado por ter escondido sua identidade. Sua real natureza.

— Devo me curvar, vossa alteza?

Nora rolou os olhos frustrada.

— Decerto que não.

Gwen a ignorou, se curvando, Nora grasnou:

— Pare com isso.

— Perdoe, alteza. Mas eu não seria tão formal se tivesse se designado a nos contar.

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