Ela chorando, eu me martirizando! Até quando... Céus, não posso as perder! A dor foi intensa, tentei controlar os batimentos, mas não deu! Fazer amor com minha Luz mexeu comigo por completo. Não é como as outras, com ela é intenso e gostoso demais! Não existe controle, existe o amor e o desejo nu e cru.
___ Preciso te dar um coração, ou morrerei com você!___ fecho os olhos e abraço-a com mais força.
Engoli o choro, a dor ainda está aqui, contudo agora não é só física a alma também dói. E como dói!— Nalu levantou-se e vejo-a abaixar e pega Luma de cima do colchão que ela havia colocado no chão para nossa menina dormir mais a vontade. Nos braços de Nalu está minha filha que ainda dorme o sono inocente. Nalu colocou minha bonequinha na cama, ela esta tão feliz comigo aqui. Céus, como a amo, como amo a mãe dela. Eu...___ Vamos voltar para o Pronto-Socorro!___ murmurou ao deitar no meio.— Meu amor, vamos voltar?— Sua cabeça pousa em meu peito, sei que ela quer uma resposta, porém, eu só consegui suspirar o pesadamente... Não quero voltar, quero ficar com elas! Beijei a testa de Luz, sentei-me com gentileza na cama sem fazer barulho antes de falar:___ Preciso ir ao banheiro!___ minha voz sai mais rouca pela vontade de chorar, gritar e quebrar tudo. As esmeraldas vermelhas pelo choro me olham e ela sai de cima de mim e se abraça escondendo a cabeça nas pernas.
___ Vamos voltar...___ sussurrou. Sentei-me na cama e balancei a cabeça, vistas turvas, pontadas no peito e o braço esquerdo dormente. Nada falei, somente coloquei-me de pé. ___ Ouviu?___ suspirei e segui para o banheiro, ao entrar encostei a porta e olhei minha imagem embaçada pelo reflexo do espelho.
___ Tinha que ter acelerado ao ponto de me fazer parar caralho? Nunca precisei tanto de você, e faz uma merda dessa comigo? Porra, porquê? Tudo foi incrível, e tinha que... Caralho... soco a parede sem descanso plafff... ecoam... um... dois... três... Abri a mão e olhei os nós vermelhos de meus dedos.
Levo as mãos a pia, abaixo a cabeça e choro. Pela primeira vez eu me permito chorar. Os sons de lamúrias de minha alma saem junto as lágrimas quentes que banham meu rosto. " Não quero voltar, quero ser normal!"
Elas caem na pia preta, descem sem descanso, por mim, por elas, por nós.___ Não quero voltar! Não quero voltar, quero ficar com elas.___ Murmurei juntando os punhos.
Minha alma grita, um grito estridente de dor, mas não posso o soltar, não posso me permitir gritar. Choro, um choro lamentável e sôfrego.
O choro de um moribundo que não pode se permitir nem amar!___ Preciso te dar um coração, ou morrerei com você! ___ a sua voz chorosa ecoa em minha mente.
___ Você não vai morrer, não vai, eu não aceito isso!___ abaixo a cabeça e em soluços sinto tudo em mim se quebrando.
A força que tinha perto delas não tenho mais, medo é o que sinto!
Medo de dormir e não acordar, medo de as decepcionar, medo de as deixar...
___ Porra, onde me perdi, onde está o Adrian corajoso, onde ele está? Caralho, se perdeu no medo, se perdeu no amor! Amor que não pode viver, pois, não pode desfrutar essa dádiva da natureza! Rasgado, sem um coração capaz de suportar um sentimento que poucos tem o privilégio de ter! Eu... a porra de um homem que já nascerá sem um coração normal no peito. O que eu sou?___ choro e choro.___ Quanto tempo tenho, ou meu fim será deixar as pessoas que mais amo chorando e sozinhas?
Como mudar o que sou?
Onde está a sua força caralho? Cadê o homem que disse que viveria nem que fosse com um coração mecânico? Onde está você, Adrian Ross Bachmann? Acorde, erga a cabeça e siga! Siga porra, é só seguir como tem feito nesses vinte cinco anos, é só seguir, siga... Siga, erga a cabeça e siga!___ a dor rasga, ela chorava por mim, hoje eu vi que nenhuma mulher pode aguentar passar por isso sempre.