capítulo 15

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Quando me dei conta do quanto Enid e eu bebemos, eu percebi que ela estava bêbada e eu também. Mas Enid estava conversando com as pessoas, encostando a cabeça no ombro de qualquer um e abraçando as pessoas sem motivo, já eu, estava ali, parada.
A sensação do álcool em meu corpo não era algo novo, era até normal, eu sabia lidar com isso, mas Enid ficava muito ruim e ela bebia demais, ela se tornaria alcoólatra se continuasse.
A maioria das pessoas que estavam lá, já estavam no nível de Enid, mas antes que alguém pudesse dormir ali mesmo e só acordar no outro dia, foram levados para os quartos, por seus amigos ou por Eugene, que estava preucupado com todos. Quando eu percebi, só sobrou eu, Enid e Eugene lá.
Eu precisava tirar Enid de lá antes que algo acontecesse.
W- Enid, vamos.
E- Não. Eu não vou não, eu quero ver o teto girar. - ela disse embolado, olhando pra cima e se apoiando em mim pra não cair.
W- Eu sei que o teto tá girando, pra mim também está, mas nós temos que sair daqui, você pode ver o teto no quarto. - eu disse puxando Enid pelo braço indo em direção ao quarto.
Enid resmungava algo sem sentido, fazia sons estranhos e ficava mexendo a mão pra todo lado, até ela se jogar no chão.
W- Enid! Vamos logo. - disse parando de puxar, indo até ela.
E- Mas eu não quero!
W- Mas você vai. - disse pegando ela no colo e depois a colocando em meu ombro.
W- Cala essa boca e vamos logo Enid.
Enid continuou a reclamar pelo caminho, mas assim que chegamos no quarto e eu a coloquei na cama dela, ela pulou em mim.
E- Não vai embora! - ela disse me apertando.
W- Enid, eu não vou embora.
E- Você vai sim, todo mundo vai. Mas você não pode! - ela disse me apertando cada vez mais. 

Eu não posso?

W- Enid, eu não vou ir embora, me solta.
E- Não! Eu não vou soltar.
W- Enid!
E- Você me ama? Fica aqui, porfavor. - Enid me olhou com um olhar de cachorro pidão, então eu cedi.
Como ela conseguia me ter assim na mão a qualquer momento só com esse olhar?
W- Tá! Eu fico. - Enid sorriu, deitando na cama e me puxando pra perto dela logo depois.
E- Você me ama?
W- Amo.
E- Não parece.
W- Eu amo.
E- Prova. - Enid disse afastando um pouco o rosto do meu.
W- Por que acha que não te amo?
E- Você não parece me amar.
W- Eu te amo.
E- Mas você nem se quer me deu um apelido fofo, então não me ama.
W- Apelido fofo? Pra que?
E- É pra mostrar que ama alguém, é pra isso que serve.
W- Mas eu amo você, não preciso de apelido pra mostrar isso.
E- Não me ama.
W- Enid!
E- Viu? - Enid virou de costas pra mim.
W- Enid, eu te amo.
E- Não. - ela continuou virada de costas pra mim, mas decidi não fazer nada, virei de barriga pra cima e fiquei olhando pro teto da cama dela.
E- Ah, você não me ama? - ela virou pra mim de novo, me olhando com uma cara de choro.
W- Eu amo.
E- Mas você nem tentou me fazer virar pra você de volta.
W- Você iria virar de qualquer jeito, não consegue ficar sem mim.
E- Eu consigo sim! - ela disse enfiando o rosto em um dos travesseiros coloridos. Não muito tempo depois, ela colocou a mão em meu rosto, me fazendo virar pra ela.
E- Você me ama? - ela disse com uma voz triste.
W- Eu já disse que sim.
E- Mas não parece.
W- Por que?
E- Você nunca demonstra.
W- Como assim?
E- Você não demonstra. - Enid chegou mais perto de mim, encaixando a cabeça embaixo do meu pescoço, me abraçando.
E- Mas eu te amo. - ela disse baixinho.
W- Eu também.
Ela me soltou assim que ouviu o que eu disse, e voltou a me olhar.
E- Promete?
W- Prometo. - Enid chegou mais perto e me deu um selinho. Eu a beijei, o gosto de álcool em sua boca era ruim, mas bom ao mesmo tempo.
W- O teto ainda gira? - disse separando nossos lábios.
E- Um pouco.
W- Que horas são? - Enid pegou o celular em seu bolso.
E- 4:38.
W- Parece que a gente não vai pra aula amanhã.
E- Talvez só Eugene vá.
Nós ficamos em silêncio por um tempo, com Enid deitada em meu braço e sem conseguir dormir.
W- Ainda acha que não te amo?
E- Acho.
W- Porra. O que você quer de mim, Enid Sinclair?
E- Quero seu amor, Wednesday Addams.
W- E eu não dou?
E- Não.
W- Então vai tomar no cu.
E- Viu. - Enid riu logo depois, deitando em cima de mim e me olhando logo depois.
E- Eu sei que me ama, é só seu jeito. As vezes parece que quer me matar.
W- Eu quero.
E- Eu sei. - ela me deu outro selinho, se ajeitando em meu colo pra dormir.
Enid dormiu me abraçando, enquanto eu só consegui dormir quando o sol estava nascendo.

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