capítulo 25

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W- Enid... - parei de abraçar ela, mas não me afastei.
E- O que? - ela continuou me abraçando.
W- Por que tem uma camisinha na sua gaveta?
E- Que?! A-ah.. por n-nada...
W- Fale porque, Enid. - me afastei um pouco, ela estava totalmente vermelha.
E- N-não é por nada...
W- Fale, Sinclair.
E- Era pra... Ah... E-eu não sei..
W- Enid. - disse, séria, sem desviar o olhar do dela.
E- Tá! Era pra usar com você.
W- Comigo?!
E- É que eu... Achei que.. - ela coçou a nuca, procurando uma resposta, mas eu já tinha entendido.
W- Caralho Enid, da onde tirou essa ideia?
E- É que Ajax disse que... Bom..
W- Tá! Cale a boca, não quero mais ouvir sobre isso.
E- Mas foi você quem pediu pra explicar.
W- Eu sei. Mas estou com nojo agora.
E- Por que?
W- Eu sei lá. - Enid olhou pra baixo e depois me olhou de novo.
E- M-mas... Você não achou estranho?
W- Não.
E- Por que?
W- Li seu diário Enid. Você gostava de mim, bem antes.
E- Onde você achou meu diário?!
W- Achei em seu armário.
E- O que você queria lá?
W- Eu não sei, apenas me deu vontade. - Enid me olhou de cima a baixo, esperando um pouco enquanto olhava minha boca, não entendi o porque disso do nada.
E- Sabe... - esperei ela terminar.
E- Eu também estou com vontade de algo... Mas, eles estão no corredor. - fiz o mesmo que ela fez, a olhei de cima a baixo, mas não parei em sua boca. Dei um passo pra frente, com os braços cruzados, olhando pra Enid.
W- Talvez, eu esteja com vontade também.
E- Odeio quando você fala talvez. Eu nunca sei o que quer dizer.
W- Você vai ter que aprender a conviver com isso então.
E- É, eu sei. - Enid chegou um pouco mais perto, logo quando terminou de falar. Ela passou a mão pelo meu rosto e fez carinho em meus lábios. Eu senti meu corpo arrepiar, mas não demonstrei.
E- Eu gosto quando você fica quente, sabia? - ela tirou a mão de meu rosto, colocou em minha cintura e colou nossos quadris. Mas não encostou o resto do corpo.
W- Nós temos chance de sermos pegas?
E- Muitas. Mas assim, na adrenalina de ser pego ou não, é muito melhor. - ela me olhava sem parar, seus olhos brilharam, mais uma vez.
W- Não vou transar agora.
E- Por que? - ela parecia ter ficado chateada.
W- Sua mãe está atrás da porta.
E- Ela tá ouvindo? - Enid disse, baixo.
W- Acho que não. - não disse baixo.
E- Mas eu... - Enid parecia confusa, mas decidida ao mesmo tempo. Ela olhava pros meus olhos e depois pra minha boca, repetidamente.
W- Se você me beijar, não vou conseguir parar. Então, não.
E- Nem um beijinho? - ela fez uma cara de cachorro abandonado e eu não consegui falar não.
W- Um. - dei um selinho nela. Enid abriu um sorriso assim que separei os lábios do dela e me abraçou, mas não ficou muito tempo. Ela fez um som, parecia significar dor, quando ela se afastou um pouco, colocou a mão onde Tyler a esfaqueou. Parecia estar sangrando, quando Enid tirou a mão, a blusa que ela usava estava com uma mancha pequena de sangue.
W- Deita.
E- Mas eu tô bem é so-
W- Deita Enid.
E- Mas-
W- Enid! - disse, mais alto, Enid obedeceu, assim que ela deitou, levantei sua blusa. Por que estava sangrando? Quando fui colocar a mão, Enid segurou.
E- Não precisa Wed eu-
W- Cala a boca. Me deixa te ajudar. - coloquei a mão, mas isso não resolveu, então sai, fui pro banheiro procurar algo pra colocar ali, mas antes, disse algo pra Enid.
W- De você mexer um músculo, eu mato você. - disse e fui pro banheiro. Lá, não encontrei nada útil, mas peguei o papel higiênico, levei até Enid e comecei a tentar fazer parar de sangrar.
E- Wed.. não precisa... - Enid disse, se segurando pra não gemer de dor.
W- Você quer voltar pra merda do hospital?! - parei e olhei pra ela. Eu estava mais ou menos como na noite do acontecimento do Tyler.
E- Não mas-
W- Então me deixa te ajudar. - voltei a tentar fazer parar de sangrar. Alguns minutos depois, parou um pouco.
E- Parou?
W- Não. - Enid tentou levantar, mas voltou a deitar como estava.
E- Não dá. - Enid colocou a mão no rosto, e na minha cabeça só passava a possibilidade de perder Enid, de novo. Mas seria improvável de acontecer.
Eu não conseguia ajudar, mas não sabia o que fazer. Queria levar Enid pro hospital, mas se me vissem com Enid sangrando, a mãe dela colocaria a culpa em mim. Mas o que eu faria se não fosse isso? Deixaria Enid sangrando ali? Não. Eu precisava levar ela pra lá. E não me importo se a mãe dela me mandar pra prisão de novo.
Peguei Enid no colo. Abri a porta do quarto sem me importar em deixar aberta e comecei a andar mais rápido pelo corredor.
E- Wed, não precisa, de verdade.
W- Enid, cala a boca. Eu já disse, me deixa te ajudar, caralho. - depois disso, Enid não falou mais nada e aceitou a ajuda. Andando pelo corredor, quase correndo, Xavier me parou.
X- Wednesday, o que aconteceu?
W- Não tenho tempo pra você, Thorpe. - disse, sem parar de andar.
Quando cheguei no portão da escola, sai sem olhar pra trás. Não me importei em estar a pé, já que não sabia dirigir, e tudo o que tinha do lado de fora era uma bicicleta velha.

Um bom tempo depois, chegando no hospital, a primeira pessoa que estava na porta, eram os pais de Enid. A mãe de Enid tentou vir até mim, mas eu desviei e fui procurar alguém, que não fosse a mãe dela. Achei um quarto vazio no meio de todos os outros, deixei Enid lá, e de novo, passei pela mãe dela, mas ela me parou.
-O que você fez com minha filha?!
W- Eu não fiz nada. Ela começou a sangrar. - a mãe de Enid começou a ficar vermelha, mas antes que pudesse começar a me xingar, o pai de Enid passou o braço pelo pescoço dela e disse: "escute o que ela tem pra dizer.", Assim que ele disse, a mãe de Enid fechou os olhos, abriu e olhou pra mim com um olhar mais amigável, mas falso.
W- Ela começou a sangrar sozinha. Não fiz nada a não ser a ajudar. - ergui as mãos, estavam com o sangue de Enid, mas logo abaixei, aquilo não seria uma boa ideia se ela suspeitava que eu fiz aquilo com Enid.
Pouco tempo depois, Enid passou por mim, com um médico e uma enfermeira levando ela em uma maca. A mãe de Enid surtou, começou a seguir eles desesperada, mas quando não a deixaram entrar, ela voltou pra recepção, ficou andando de um lado pro outro com as mãos no cabelo bagunçado e grisalho, enquanto o pai de Enid sorriu um pouco preucupado pra mim, avisou sua esposa de algo e veio até mim. Então ele escreveu em um papel e me entregou.
"Me explique como Enid ficou assim. Tudo, porfavor."
Eu contei a ele, tudo o que lembrava. De como Tyler tentou me matar, de quando fiquei presa, tudo. lógico que não falei sobre as coisas antes, mas contei tudo que aconteceu depois que Tyler fez aquilo. Ele não pareceu ficar espantado, mas levantou da cadeira que estava sentado, ainda sem dizer nada, antes de sair da sala e ir até o quarto que Enid estava, ele sorriu pra mim e sussurrou um "obrigado", saiu da sala e foi procurar a mãe de Enid.

Eu fiquei no hospital até a noite esperando alguma notícia de Enid, os pais dela já tinham ido embora a muito tempo, mas antes de saírem, o pai dela veio até mim e disse: "cuide dela está bem?", Então saiu junto com sua esposa.
Eu fiquei até a madrugada lá, já estava quase dormindo naquela cadeira de plástico, quando alguém colocou a mão em meu ombro. Era o médico que levou Enid horas antes, assim que viu o olhar que olhei para ele, tirou a mão.
- Você é Wednesday Addams?
W- Sim. - ele deu sinal para que o seguisse, foi o que fiz. Assim que cheguei no quarto, Enid estava deitada na cama, olhando pro teto, mas quando percebeu minha presença, olhou pra mim com um sorriso no rosto. O médico saiu do quarto, e Enid me chamou pra perto, quando cheguei na borda da cama, Enid me fez abaixar, ela abraçou meu pescoço. 
E- Eu te amo. - ela disse em meu ouvido, sem soltar meu pescoço, não consegui esconder um sorriso bobo. Isso seria um agradecimento por ter me preucupado com ela? Mas ainda não entendo porque eu me preocupo com ela.
Não disse nada, ela não me soltou, já faziam 10 minutos ou mais que ela não me soltava, eu estava ficando desconfortável, então deitei na cama, do lado dela, já que Enid não estava conectada a nenhuma máquina. Enid sorriu, me soltou e virou de lado, pra poder me olhar.
Ela passou a mão em minha bochecha, colocando um pedaço da franja atrás da orelha, já que agora meu cabelo estava preso. Ela fez como ela sempre fazia.
E- Eu tenho tanta sorte...
W- Por que?
E- Eu tenho você. - pude jurar sentir meu rosto esquentando, mas não entendi porque. Não disse nada a Enid, mas fiquei a olhando. 
Eu sei que ela estava em uma cama de hospital de novo, e que não estava bem, mas eu queria tanto beijar aquela boca. Mas não faria isso, ela parecia não estar bem pra isso.
Já era tarde, eu estava com sono e possivelmente, Enid também.

Depois de mais de 30 minutos nos olhando, sem fazer nada e muito menos falar algo, Enid finalmente quebrou essa barreira, ela me abraçou, se ajeitou em meu corpo e dormiu. Eu não dormi na hora, fiquei sentindo o cheiro de shampoo de morango que tinha em seu cabelo e fazendo carinho.
Não percebi ter dormido, foi como um teletransporte, eu vi tudo escuro e depois, quando abro os olhos, o sol está quase nascendo. Eu não levantei, nem sai da cama, era cedo demais. Voltei a dormir, com o corpo quente de Enid junto ao meu.











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Desculpem qualquer erro
Espero que gostem

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