capítulo 26

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E- Wed... - ouvi a voz de Enid me chamando, mas não abri meus olhos.
E- Wednesday, acorda! - ela segurou meu rosto e balançou, tentando me acordar. Eu acordei assim que ela parou de balançar minha cabeça.
W- O que foi Caralh- - a mãe de Enid estava parada na porta, olhando para mim com fogo nos olhos, ela estava vermelha de raiva, mas assim que desci da cama pra tentar explicar, ela bateu a porta na minha cara. Eu não fui atrás dela, mas olhei pra Enid, que estava com os olhos arregalados, engolindo em seco.
W- Por que você não me tirou dali?!
E- Eu tentei te acordar, mas você parecia uma pedra. - Enid disse, se ajeitando pra sentar na cama direito.
Coloquei a mão no rosto, procurando o que fazer, mas nada vinha a minha mente, além de ideias que não dariam certo.
"Matar a mãe dela."
Era tudo o que eu conseguia pensar pra resolver, mas não podia matar mais ninguém, por agora. Quando percebi Enid descendo da cama, briguei com ela.
W- Não! Você vai ficar aqui, entendeu?! Não saia daqui. - disse, já irritada, por não saber o que fazer. Sai do quarto, deixando Enid e sua surpresa pra trás, indo atrás de onde caralhos a mãe dela havia ido. Não achei a mãe dela em nenhum outro quarto ou outra sala de espera, então, tentei procurar do lado de fora.
Era exatamente onde ela estava, do topo da escada do hospital, vi ela e o pai de Enid lá embaixo, do lado de um carro. A mãe dela falava coisas do tipo: "eu te falei! Ela é uma decepção pra família (...)", Não conseguia a ouvir, mas sabia ler seus lábios, o pai de Enid tentava a acalmar, falando coisas reconfortantes: "Calma, não aconteceu nada demais", era o que ele dizia, segurando os braços de sua esposa quando ela falava rápido mexendo os mesmos.
A mãe de Enid entrou no carro, batendo a porta com tanta força, que consegui ouvir o barulho de cima da escada. Assim que ouvi o carro pifando, tentei ir atrás dela, mas assim que cheguei, só o pai de Enid estava lá. Ele coçava a nuca com uma cara preucupada.
- Não sei o que ela vai fazer com Enid, então, me faça um favor. - ele disse, com a voz calma, me olhando.
- Cuide de Enid. As férias começam amanhã, leve ela pra sua casa, pelo menos até eu conseguir fazer a mãe dela entender toda a situação. - ele virou pra mim, ficando de frente, colocou as duas mãos em meus ombros e voltou a falar.
- Eu confio em você, Wendnesday. Cuide da minha lobinha ok? - ele disse, logo depois tirando as mãos de meus ombros, se afastando e dando um sorriso mais calmo enquanto andava pra longe, possivelmente indo para o hotel que estavam ficando.
Quando não o via mais, voltei pra dentro, indo até o quarto de Enid, que chorava, com a cara enfiada em um travesseiro.
W- Ei... Não chora. - fiquei ao lado dela, coloquei a mão em suas costas, ela virou o rosto pra mim.
E- Ela vai- v-vai... - Enid não conseguia terminar, estava soluçando demais.
E- E-eu não quero per-rder você... - ela falava, ainda soluçando. Fiz ela se sentar na cama, abracei ela e a deixei chorar em minha camiseta, enquanto fazia carinho em seu cabelo.
W- Calma tá? Vai ficar tudo bem... Você vai passar as férias em casa.
E- Em casa? - ela afastou a cabeça e olhou pra mim, confusa. As lágrimas ainda caíam de seus olhos.
W- É. Seu pai me pediu pra levar você pra minha casa, pra acalmar sua mãe.
E- Eu vou pra sua casa?! - ela parou de chorar na hora. Então, me abraçou forte quando conseguiu processar a informação. Foi tão forte, que não conseguia respirar, mas não consegui falar pra ela. Algum tempo depois, com Enid me apertando cada vez mais e mais, eu desmaiei.

Quando voltei a ouvir e ver as coisas, ouvia os passos pesados de Enid andando muito rápido, quando olhei, ela andava de um lado pro outro, com as mãos na cabeça, falando: "O que eu faço?!" Sem parar, procurando uma resposta do além.
E- O que eu faço?! - ela sentou no chão, virada de costas pra cama que eu estava deitada.
W- Você vem aqui e-
E- AI CECETE! - ela gritou, levantando e virando pra mim, com a mão no peito, ela se assustou. Ela pulou quando falei, e isso, me deu uma vontade muito forte de rir e não consegui segurar.
E- Não me assusta assim! - ela chegou perto de mim, que agora, estava sentada na cama.
W- Gostou?
E- Não!
W- Problema seu, porque eu amei.
E- Amou?! - não disse nada, apenas a olhei.
E- Tá. O que você estava falando?
W- "você vem aqui e" me beija.
E- Não. Você quase me matou do coração, desmaiou, tudo bem que foi minha culpa, mas não precisava me assustar assim. - ela disse com uma cara triste, mas nada demais.
W- Que horas são?
E- 15:36, por quê?
W- Por nada.
E- Ué...
O quarto ficou em completo silêncio, ninguém quebrou o contato visual. E depois de vários minutos, decidi fazer algo. Dei um selinho em Enid, que ficou surpresa.
W- O que?
E- É que... A-ah, eu não sei. - ela tapou o rosto com as mãos, envergonhada. Eu a puxei pra cima de mim, logo depois de tirar suas mãos de seu rosto.
E- A gente não pode...
W- E quem disse que a gente vai? Eu quero te provocar.
E- Então está conseguindo. - ela aproximou o rosto, mas não me beijou.
E- Eu me arrependo tanto de ter ficado com caras tão babacas, como Ajax, mas a pessoa certa estava bem no meu quarto, e eu nunca vi.
W- Você foi meio burra.
E- Eu sei-

Eu Realmente Gosto De Você - Wenclair Onde histórias criam vida. Descubra agora