capítulo 14

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Ela estava me provocando? Se sim, estava funcionando.
Enid parou por um momento, pra ficar me olhando.
E- Você tá linda. - ela deu um sorrisinho bobo, mas tentou esconder.
W- E você também... - eu disse baixo, mas com certeza ela ouviu.
E- Como conseguiu escolher sem mim?
W- Que?
E- O vestido.
W- Não preciso de você pra isso. Diferente de você, eu consigo escolher sem ter que olhar mil roupas antes.
Ela não disse nada, até pareceu ignorar, talvez já estivesse acostumada. Yoko apareceu atrás de Enid e a puxou pra algum lugar que não consegui ver, enquanto falava algo em seu ouvido.
Algum tempo depois, eu fui pra mesa onde estavam as bebidas e outras coisas que eu nunca tinha visto na minha vida. Sem Weems lá, algumas pessoas (como Xavier), estavam bebendo bebida alcoólica, mas com certeza era algo misturado e não vodka pura. Do jeito que eles estavam, já era pra terem desmaiado de tão bêbados, mas isso não aconteceu.
Enid não apareceu por um tempo, talvez mais que uma hora. Eu fiquei em um canto qualquer, olhando pra toda aquela gente dançando e fazendo coisas que não me importei em decifrar o que era, esperando Enid ou alguém ir onde eu estava também. Eu esperava que a primeira pessoa fosse Enid, mas ninguém apareceu.
No fim, eu me cansei de ficar esperando e comecei a me enturmar com as pessoas, sem dizer nada e nem ligar pra quando falavam comigo. Eu estava preucupada, preucupada com Enid. Porque se tinham bebidas alcoólicas e possivelmente drogas naquela festa, Enid com certeza estava desmaiada agora. E de novo, eu não a encontrava em lugar algum, isso era estranho, porque ela meio que se destacava no meio das pessoas, afinal, quase todo mundo estava com a mesma cor de roupa.
A cada segundo que passava, as chances de Enid estar quase morta aumentavam, ela ficava maluca com qualquer tipo de álcool  muito rápido, eu não conseguia parar de pensar nela, em como ela estava, onde ela estava. Aquele lugar não era tão grande pra ela sumir, mesmo com muita gente junto, isso seria difícil, a não ser que ela tenha saído de lá.
Eu continuei procurando, até lembrar de um lugar: o banheiro. Como eu fui tão burra de não procurar no lugar mais óbvio?
Assim que cheguei, não tinha ninguém, só duas cabines ocupadas. Eu olhei em todas, menos naquelas duas, mas não achei nada. Então, eu fui olhar naquelas duas cabines, claro, sem abrir a porta. Eu olhei por baixo, já que era fácil de achar Enid pelo sapato. E finalmente, depois de tanto tempo procurando, eu achei Enid.
W- Enid? - disse batendo na porta da cabine, mas ninguém respondeu.
W- Enid, você tá bem? - não obtive resposta de novo, e eu estava ficando mais preucupada.
Eu não me importaria se alguém estivesse passando mal ou até morto em uma cabine, mas eu me importaria se esse alguém fosse Enid. Do jeito que Yoko era, talvez estivesse bêbada a essa hora.
Eu perguntei se ela estava bem de novo, mas ninguém respondeu. Eu senti minhas mãos tremendo, mas não sabia se era raiva ou preocupação.
W- Enid se você não me responder, eu vou abrir essa porta. - disse sem fazer nada, mas de novo, sem nenhuma resposta. Então eu fiz o que disse, abri a porta sem muita dificuldade, chutando ela.
A porta abriu rápido, quase batendo em Enid, que estava dormindo, no chão. Ela acordou com o barulho da porta batendo.
E- Wed? O que aconteceu?
W- Quem pergunta sou eu. Você some por mais de uma hora e nem me avisa onde ia.
E- Desculpa, eu não sei o que aconteceu. Nem o que deu em mim pra vir parar aqui. - ela olhou em volta, se apoiando nas paredes para conseguir levantar.
W- Você bebeu?
E- Não, eu não bebi.
W- Parece.
E- Mas eu não bebi, eu não fiz nada, Yoko sumiu também, eu não sei onde ela foi.
W- Ela deve estar na outra cabine. - a esse ponto, não devia ter mais ninguém lá.
E- É, talvez. - ela passou a mão no cabelo.
E- Você tá bem?
W- Sim, por que?
E- Não sei, você tá tremendo. Você fez alguma coisa?
W- Não.
E- Pode falar a verdade, eu sei que você fez algo.
W- Não, eu não fiz nada. Eu não bebi nada, nem usei nada.
E- Por que tá tremendo?
W- Eu não sei. Começou agora. - Enid pegou minha mão e segurou ela.
E- Você veio aqui porque tava preucupada?
W- Não. Eu não estava preucupada, eu só achei que você estivesse fazendo alguma besteira. - nem tudo era mentira.
E- Obrigada mesmo assim.
W- De nada.
Enid me olhou com um sorriso no olhar, como se estivesse mesmo agradecendo por ter acordado. E sinceramente, seus olhos brilhavam, e isso era incrível.
W- Talvez eu goste de azul.
E- Por que isso do nada? - ela me olhou confusa.
E- Você gosta de azul?
W- Não. Eu gosto dos seus olhos.
E- Sério?
W- Sim.
E- Eu também gosto dos seus. E talvez, eu também goste de preto. Sério, ficou incrível em mim. - ela disse sorrindo.  Eu não disse nada, mas não desviei o olhar dela.
Não muito tempo depois, Enid desviou o olhar dos meus olhos, olhando para meus lábios. Ela mordeu o lábio inferior e voltou a olhar para meus olhos.
E- Sabe... - ela se aproximou.
E- Eu quero te beijar, mas a gente tá no banheiro.
W- E? - perguntei, fechando a porta atrás de mim, sem parar de olhar pra ela.
E- E se alguém ouvir?
W- Quase todo mundo já sabe, não vai ser algo tão impressionante assim. - Enid não disse nada, mas fez carinho na minha mão.
Eu a puxei pra baixo, pra ficar na minha altura, mas não encostei nossos lábios.
E- Por que você sempre faz isso antes de me beijar?
W- Eu gosto de ver seu rosto ficar vermelho. - ela sorriu com um pouco de vergonha e juntou nossos lábios. Ela ajoelhou no chão sem separar nossos lábios, a posição que ela estava possivelmente era desconfortável.
Enid trocou as posições, me fazendo sentar na privada e logo depois sentando em meu colo. Ela parou o beijo e desceu até meu pescoço, começou a lamber, depois a beijar, então ela mordeu, mas não devagar, ela mordeu mesmo.
E- Desculpa! Eu não- eu- desculpa - ela disse com a boca com um pouco de sangue e o batom todo borrado, colocando a mão onde mordeu, olhando pra mim desesperada, como se eu fosse morrer.
W- Calma Enid, tá tudo bem. - disse segurando seu rosto com as duas mãos, pra ela olhar pra mim e não pro meu pescoço.
E- Mas tá sangrando muito e-
W- Cala a boca, eu não vou morrer. Só continua, tava bom.
E- Mas eu te machuquei de novo, e deve tá doendo. - ela disse, ainda tentando olhar pro meu pescoço.
W- Enid. Olha pra mim, não se preucupa com isso, eu nem senti.
E- Mas-
Eu a beijei, a fazendo parar de falar e segurando seu rosto e seu pescoço pra que ela continuasse. E foi o que ela fez, continuou o beijo, parando de se importar com aquilo. O gosto de sangue na boca dela deixava tudo melhor.
Eu coloquei a mão em sua cintura e a fiz chegar mais perto, coloquei uma mão por dentro da jaqueta e depois do cropped, enquanto a outra continuou em sua cintura. Parei o beijo e fiquei a olhando.
E- O que foi? Não tá bom?
W- Não é isso, eu só queria olhar você um pouco. - eu passei a mão em suas costas, sem desviar o olhar, mas tinha algo estranho. Ela estava se transformando. Eu tirei a mão de suas costas e coloquei em sua cintura.
W- Enid?
E- O que?
W- Você vai se transformar?
E- Eu não sei, eu acho que não.
W- Olha, se for acontecer, me avisa.
E- Mas eu não vou, eu acho que é outra coisa.
W- O que? - ela não respondeu, mas levantou do meu colo e se virou de costas pra mim.
W- O que foi?
E- Espera, caralho. - ela disse,  irritada com algo.
W- Que foi? Tá tudo bem?
E- Essa merda não abre, por isso eu nunca uso calça de couro. - assim que ela disse, eu entendi o que era.
W- Você quer ajuda?
E- Não, mas preciso. - ela virou pra mim de novo e sentou no meu colo.
E- Abre. - obedeci, abrindo o zíper sem dificuldade.
Enid pegou meu pulso da mão direita e colocou dentro de sua calcinha. Ela estava encharcada.
E- Viu?
W- Caralho Enid.
E- Enfim... - ela me beijou de novo, e eu comecei a mexer os dedos dentro dela.
E- W-wed, calma... - ela parou o beijo e fechou os olhos por um momento, então eu parei.
Enid suspirou e abriu os olhos pra me olhar.
E- Como você consegue?
W- O que?
E- Me foder tão bem assim.
W- Eu nem comecei.
Enid sorriu com malícia, me beijando de novo. Eu voltei a mexer os dedos. Enid parou o beijo, e gemeu baixinho, aquilo me fez arrepiar.
Quando eu ia a beijar de novo, alguém bateu a porta de uma cabine com força.
E- Merda, agora? - Enid disse baixo, só pra mim ouvir.
E- Melhor a gente sair daqui.
Eu tirei a mão de lá, ela levantou, fechou a calça e me deu um último beijo antes da gente sair. Assim que saímos da cabine, eu lavei minha mão e sai do banheiro, esperando Enid do lado de fora.
E- Vem! - ela entrelaçou o braço no meu, me puxando pra mesa onde estavam as bebidas. Enquanto Enid pegava alguma coisa, alguém colocou a mão no meu ombro.
Eugene- Oi Wednesday!
W- O que foi Eugene?
Eugene- Eu só disse oi... Nossa... - ele olhou pro meu pescoço.
W- O que?
Eugene- O que aconteceu? Seu pescoço tá sangrando.
W- N-nada, não aconteceu nada.
Eugene- Tá tudo bem?
W- Sim, eu só-
E- Oi Eugene!
Eugene- Oi Enid, o que aconteceu com Wednesday?
E- Como assi- ata! O pescoço dela? Não foi nada, a gente só... - Enid me cutucou, como se quisesse que eu mentisse.
W- A gente brigou, só isso.
Eugene- Vocês brigaram? O que aconteceu?
E- Ela se estressou porque eu sumi.
W- É, e ela saiu do controle. - em certo ponto, isso não era mentira.
Eugene- Nossa, mas vocês tão bem agora né? Se vocês quiserem eu posso ajudar.
E- A gente tá sim, não precisa ajudar não, obrigada.
Eugene- Tudo bem. - ele sorriu e se afastou depois de pegar um copo na mão.
E- Você sabe mentir hein - ela sorriu pegando alguma coisa pra beber.
W- Não pega vodka de novo.
E- Calma, eu não vou, aquele dia eu tava meio mal.
Enid terminou de encher os dois copos e me deu um, então nós ficamos lá, encostadas na mesa olhando as pessoas dançando. Enid estava com o braço em volta do meu pescoço, enquanto bebia.











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Desculpem qualquer erro.
Espero que gostem.

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