6• capítulo

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Estávamos em uma sala fria e pequena, pequena demais para um grupo de cinco estagiários e uma Miranda com cara de poucos amigos. Na maca em nossa frente havia um senhor para lá dos cinquenta anos e com uma cara trezentas vezes pior que a da Bailey.

- Ninguém me avisou que eu seria feito de rato de laboratório para um bando de adolescentes - A voz falha do senhor soou pela sala.

- Adolescentes? - Mark sussurrou ao meu lado com o seu caderninho e caneta em mãos.

- Desculpe Sr. Nelson, eles são os novos estagiários do hospital, eles estudaram muito e sabem o que estão fazendo - Bailey nos olhou com um sorriso falso no rosto, sua voz saindo mais doce que o normal. - E eu estarei aqui os supervisionando.

O senhor murmurou mais alguma coisa que eu não fazia a menor ideia do que era e nossa chefe apenas suspirou fundo.

- Certo, vou escolher alguém para fazer um exame simples como os de rotina, um para apresentar os sintomas - Sua voz ríspida e a feição carrancuda voltaram ao normal. - E depois vocês vão me dar o diagnóstico e me dizer como é que vocês fariam pra resolver esse problema - Ela falou em um bocejo.

Por mais que aquela não fosse a minha primeira vez em uma sala com um paciente, eu ainda me pegava mordendo os cantos dos lábios em nervosismo. Talvez porque era fácil você ditar os sintomas e dar o diagnóstico quando estava sozinho, mas era completamente diferente com Miranda Bailey olhando em seus olhos.

- George - Ele sinalizou com a cabeça que era para ele fazer o checape que nada mais era a frequência cardíaca e a pressão arterial.

Meu amigo saiu do meu lado pegando seu estetoscópio que estava sobre seu pescoço e pedindo licença para o senhor que revirou os olhos e murmurou mais alguma coisa.

- Mark, sintomas - Ela olhou o relógio no pulso.

- Há cerca de duas semanas o paciente se queixou de tonturas e fraqueza, já hoje pela manhã o paciente apresentou falta de ar, tremedeira e desmaios - Mark falou como se já fizesse aquilo há anos.

Em seguida Bailey pediu para que George falasse qual era o resultado que ele havia chegado e mais um outro exame também sobre a alta frequência cardíaca e a pressão arterial.

- Leia os outros exames - Então Mark o fez e nós apenas fomos anotando pontos específicos e tentando chegar a um diagnóstico.

Assim que já tínhamos todas as informações necessárias e o senhor estava quase cochilando, Miranda respirou fundo e então falou:

- Diagnóstico?

- Ansiedade! - Robin que estava um pouco atrás de Arizona falou com a mão erguida e um pequeno sorriso no rosto.

Eu consegui ver o momento em que cada um arregalou os olhos, inclusive a Bailey, que pareceu querer arrancar os próprios cabelos ali mesmo. Contudo, ela respirou fundo e quem estava prestes a ter um desmaio era eu, assim que ela colocou seus olhos em mim.

- Styles?

- Bom, de acordo com o outro exame já feito pelo outro médico e que foi feito agora... - Falei olhando algumas das minhas anotações. - O paciente apresenta uma frequência de batimentos não comum que está resultando nos sintomas citados que foram: tontura, fraqueza, tremedeira e desmaios, algo que é muito comum em casos de taquicardíaco.

Bailey ficou me olhando por alguns segundos até balançar a cabeça afirmamente e então pediu para que outra pessoa fizesse a receita. Olhei para os meus amigos e trocamos sorrisos orgulhosos um do outro.

Após terminarmos o atendimento fomos para mais uns seis pacientes, cada um com um caso diferente e com um nível de gravidade diferente.

Agora eu estava em uma salinha onde normalmente os estagiários guardavam suas coisas terminando de fazer alguns prontuários, não estavam muito difíceis, mas eu ainda travava em algumas coisas, eu apenas imaginava o dia em que eu seria um ótimo médico onde eu pudesse falar com facilidade o que o meu paciente tinha e poder ajuda-lo, o dia em que eu faria grandes cirurgias e conseguisse um ótimo resultado.

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