Two

2.6K 250 402
                                    


Escutei um barulho a poucos metros de mim, não restava dúvidas, alguém havia jogado gasolina em tudo, e esse alguém ainda estava aqui, ele queria me queimar junto com a casa.

Tentei ao máximo não fazer barulho, dei alguns passos para trás até chegar na porta, os passos estavam mais perto, e minha respiração já estava descontrolada, por descuido, acabei fazendo barulho, trombando em algum objeto, o fazendo cair.

Com o desespero, sai sem me importar em fazer barulho ou não, só me importava em sair da casa, fui correndo até o fim da rua, quando vi minha casa pegar fogo, e de lá sair um homem todo encapuzado, ele me viu, e veio em minha direção.

Corri como nunca havia corrido, e acabei trombando com alguém, esse alguém era o cara estanho da loja.

-- O que aconteceu? - ele perguntou preocupado.

-- Me...me ajuda. - falei ofegante.

O mesmo olhou para trás em direção a minha casa e entendeu o recado, me puxou pela mão e fomos correndo até uma rua que ele me levou, sei que não deveria estar confiando em um cara que acabei de conhecer, mas era isso ou ser levada por um cara que queria me matar.

Corremos por um bom tempo, até que paramos em um beco, aparentemente conseguimos despistar o cara. Olhei para o homem em minha frente, ele estava um pouco ofegante, mas não tanto quanto eu, que já estava me apoiando na parede.

-- O que aconteceu? - ele quebrou o silêncio, repetindo a mesma pergunta de antes.

-- Ele queria me matar - falei muito assustada, nunca imaginei que essas coisas iriam acontecer comigo um dia.

-- São eles, os mesmos que me seguiram - ele murmurou, porém, conseguir ouvir o que o mesmo falou.

-- Eles estão te perseguindo também? - perguntei, mas logo fomos interrompidos por um estrondo próximo a nós. Não tive tempo de pensar, o homem a minha frente me puxou para dentro de uma construção abandonada.

-- Não tenho tempo de explicar, eles estão atrás de nós, então, temos que fugir. - concordei com o mesmo, balançando minha cabeça rapidamente.

-- O que vamos fazer? - perguntei, o que fez o mesmo olhar em volta, provavelmente procurando algo para usar como arma.

Ele caminhou até alguns destroços, pegando um pedaço de ferro, e me entregando.

-- Temos que nos proteger, provavelmente eles sabem que estamos nesse beco, porém, não acho que saibam onde exatamente estamos.- ele olhou para mim, novamente sem demonstrar expressão. - Não estamos muito longe da avenida principal, onde tem mais movimento, precisamos chegar até lá.

-- Você falou "eles", mas eu só vi um. - ele balançou a cabeça.

-- Tem razão, só tinha um com você na sua casa, porém, enquanto corríamos, pude ver mais dois homens encapuzados se aproximando. - ele falou, o que me fez pensar que se eu estivesse sozinha, teria sido pega, e na pior das hipóteses, morta.

Ele me ajudou muito, mesmo ainda sendo estranho toda essa situação. E pensar que nem o agradeci e nem me apresentei, com essa bagunça nem deu tempo de nada.

-- Muito obrigado pela ajuda, me chamo Kang Eun-ji - disse estendendo a mão para cumprimentá-lo.

-- Pode me chamar de Bangchan - ele estendeu a mão e me cumprimentou.

-- Não temos muito tempo agora, temos que ir - ele tinha razão, temos que sair daquele lugar, ali era escuro, velho, e tinham alguns insetos no chão, não me senti confortável, mas a ideia de sair e encarar aqueles homens era mais assustadora.

Fomos andando aos poucos, saindo pelos fundos, aparentemente não havia ninguém ali, isso me aliviou um pouco, mas não me deixou menos atenta.

Estávamos quase chegando no final do beco quando vimos um dos homens encapuzados na nossa frente. Tentamos nos esconder, e caminhamos em total silêncio, Bangchan caminhava em minha frente, me guiando naquele beco escuro. Quando as coisas pareciam dar certo, outro homem encapuzado aparece na nossa frente, dessa vez não tinha como fugir.

-- Eles estão aqui!!- o homem gritou, fazendo mais dois outros aparecerem.

Eu já estava paralisada de medo, estava surtando. "Por que isso está acontecendo?'

-- Corre!!- Bangchan gritou, me fazendo despertar e seguir correndo.

Corri o mais rápido que consegui, e o cansaço do dia pesou sobre meu corpo.

Meus pulmões já não aguentavam, meu corpo doía, senti meus joelhos fraquejarem, e me deu uma enorme vontade de chorar. Simplesmente parei, sem fôlego.

Bangchan se virou para mim, vendo que eu tinha parado de correr.

-- Vamos, não temos tempo, se ficar, vai morrer!!- ele disse já desesperado e meio irritado.

-- Talvez seja melhor - meus olhos encheram de lágrimas . - Já perdi tudo que tinha hoje mesmo...

Ele andou em passos rápidos até mim.

Por um breve momento, vi medo em sua expressão, vi raiva também, mas também vi determinação, até que ele pousou seus braços em meus ombros.

-- Você não vai ficar para trás, eu preciso de você, então trate de ficar viva. - ele disse me chacoalhando.

Não sabia como reagir. Ele precisa de mim? Para que?

E em um piscar de olhos os encapuzados nos alcançaram, fazendo meu companheiro fugitivo, me esconder atrás de si e encará-los de frente.

-- Prontinho, pegamos vocês - um dos encapuzados fala, e outros riem de nossa cara.- Acho que o chefinho vai nos dar um aumento.

Chefinho? Esses miseráveis trabalham para alguém?

Por que teria alguém com interesse em me matar?

Eu não conhecia mais ninguém aqui, não tinha família na Coreia, só tenho a Soyeon...ou pelo menos tinha.

Volto a realidade depois de ouvir uma risada, porém dessa vez a risada é de Bangchan, que ironiza a fala do criminoso.

-- Então fala pro seu chefinho, que eu vou achar ele, e vou mata-lo - seu sorriso sumiu, dando espaço para uma expressão de ódio - Isso é, se você sair daqui vivo.

...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


[PSYCHO] - BangchanOnde histórias criam vida. Descubra agora