Twelve

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"Park Min-ju"

- Você era mesmo namorado dela?- pergunto.

Hwang afirma. Era isso, com a ajuda dele, estaríamos mais perto da verdade, e finalmente poderia me vingar.

- Preciso que nos conte do que lembra, os mínimos detalhes podem fazer diferença.

Ele assentiu. Chan se ajeitou em sua cadeira, e Han, que estava com a cabeça em meu ombro, se levantou, todos atentos.

- Eu e a Min-ju nos conhecemos em uma festa, ela era amiga de uma prima minha, as duas faziam faculdade juntas. Elas faziam o curso de direito, na universidade nacional de Seul.

Ele fica mais tenso em tocar nesse assunto, e logo puxa outra cadeira para se sentar.

- Eu fazia o curso de artes. Nós nos encontramos mais vezes e daí começamos a sair. Ela era um menina muito alegre, mas não era certinha, eu sabia disso. Seu pai era alcoólatra, e agredia a mãe dela. Isso fez Min-ju se afundar em drogas e bebidas. Depois que começamos a namorar, ela disse que pararia com isso, e realmente parou, mas ela tinha um comportamento agressivo algumas vezes...

- Sabe se tinha alguém que não gostava dela? - Chan pergunta.

- Algumas meninas não gostavam dela, diziam que ela era metida, mas fora isso, nunca soube de ninguém mais. Ela não gostava de falar sobre a faculdade.

Haviam muitos detalhes sobre o comportamento dela, mas nada que nos ajudasse.

- Sei que pode ser difícil, mas...você teve contato com ela no dia em que ela morreu?

Houve um silêncio, Hwang estava claramente abalado. Aquilo ainda o afetava.

- Se não quiser dizer, não tem problema - eu disse - Não vamos pressio...

- Eu falo - ele me interrompe - Ela tinha acabado de voltar da faculdade, e combinamos de nos encontramos perto da casa dela, tinha que ser escondido do pai dela. Ele não sabia que namorávamos. Ela morava perto de uma floresta, então, combinamos de nos encontrar ali. Foi tudo culpa minha...

Seus olhos encheram de lágrimas.

- Eu que quis encontrá-la naquela noite, se não fosse por mim...ela estaria viva. - ele se acabava em lágrimas.

Era uma situação difícil de lidar. Nunca fui boa em consolar pessoas, até por que, não tive muitas pessoas ao meu redor. Me senti impotente.

Acho que é importante lidar com o luto, todos nós temos maneiras diferentes de encarar essas situações, então, se Hwang queria chorar, deixaria ele chorar. Era importante.

O amor dele por Min-ju era visível, porém, por amar demais, ele acabou de machucando. Ele era uma boa pessoa, só era confuso.

A vida era cruel, para todos nós.

Nunca foi fácil viver, sempre tivemos que encarar dificuldades, sejam elas físicas ou mentais. Todos temos problemas, e todos temos algo para esconder, por que consideramos fraqueza.

Será que somos todos fracos demais?

Sofrimento é fraqueza?

Chorar é fraqueza?

Se isolar, significa fraqueza?

Ou superação?

Acho que no caso de Hwang, seria superação. Ele não é fraco, ele é forte o suficiente para encarar tudo isso, ele só precisa de ajuda. E eu ia ajudar.

- Obrigado pela ajuda Hwang - eu disse em um tom baixo - Acredito que com isso, poderemos avançar nas investigações. Mas ainda assim, queremos sua ajuda.

- Como posso ajudar? - ele pergunta.

- Se receber qualquer ligação do informante, venha imediatamente até aqui, não haja sozinho.

- Certo.

- Além disso, precisamos que venha amanhã. - todos me olharam confusos - Iremos fazer uma visitinha na Universidade, aparentemente muitas coisas aconteceram lá.

E simples assim, todos concordaram. Não sei em que momento pensei nisso, mas, se ninguém tinha nenhuma ideia, era hora de botar a mão na massa.

...

"Do you trust me?"

...

Depois que Hwang foi embora, eu e Chan fomos cozinhar algo para comer. Confesso que não cozinhava tão bem, e Chan também não, mas, mesmo assim, seguimos a receita. Eu estava descascando as batatas, e Chan cortava as cenouras, iríamos fazer uma sopa, ou pelo menos, tentar. Olho para Han sentado no sofá, ele assistia algum programa sobre animais.

Ele estava concentrado no programa, então, não pude deixar de achar aquela cena muito fofa. Sorri.

- A...se importa se eu fizer uma pergunta? - Chan diz de repente.

Mudo minha atenção para Chan.

- Não, claro que não. Pode perguntar. - digo sorrindo.

- Você...gosta dele? - ele pergunta.

- De quem?

- Do Han.

- Mas é claro - sua feição se fechou - Por que, você não?

Ele me olhou confuso, e logo depois começou a rir.

- Eu gosto dele.

Fiquei meio sem graça, não entendi o motivo da risada de Chan. Dizer que gostava de alguém era tão patético assim?

- Eu também gosto de você.

Chan, que estava cortando as cenouras, acabou cortando o dedo por acidente.

- Tem que tomar cuidado - peguei seu dedo para avaliar o corte, por sorte foi pequeno.

Ergui meus olhos e percebi o quão próximos estávamos. Conseguia sentir a respiração dele. Ele olhava para a minha boca.

- Pode deixar, tomarei cuidado. - ele sorri de canto.

Eu me afastei, sentindo meu rosto queimar. Voltei ao que estava fazendo e evitei olhar para Chan.

- Eun-ji? - ele me chama - Também gosto de você.

Meu rosto queimou novamente, não era acostumada a escutar esse tipo de coisa, estava sem graça. Mas escutar isso de Chan, fez eu soltar um sorriso.

"Também gosto de você."

"Também gosto de você."

"Também gosto de você."

Isso foi tudo que passou pela minha cabeça durante toda a noite.

...

Depois de terminarmos a sopa, pegamos os talheres, tigelas e uma concha para servir.

- Han, a sopa está pronta - chamei.

- Finalmente Noona - ele disse se sentando - Hyung, qualquer dia desses, podemos jogar uma partida de video-game, vi que tem um aqui.

- Claro, só não fique muito animado, pois eu sou muito bom.

Todos rimos e comemos.

O clima mudou na hora em que colocamos a sopa na boca. Estava muito salgada. Optamos por um velho e bom macarrão instantâneo. Comemos, e depois fomos dormir.

Amanhã seria um dia cheio.



[PSYCHO] - BangchanOnde histórias criam vida. Descubra agora