Ten

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Assim que saí do quarto de Chan, vejo que Jisung já havia acordado. Ele vestia um moletom preto já velho pelo tempo, mas era uma peça de roupa que ele fez questão de levar quando saímos de seu apartamento.

Ele ainda era um mistério para mim. Eu entendia seus motivos para se isolar de tudo, mas não entendia como ele era o único sendo ameaçado. Parecia até que ele tinha feito algo horrível, o que não combina com ele.

Acho que é melhor focar somente em sua segurança.

Caminhei até ele, me sentei em seu lado no sofá, fazendo companhia. O sentimento de estar ali com ele era confortável, era como se estivesse deitada em nuvem e o vento sussurrasse palavras bonitas. Ele trazia paz, mesmo sendo bem barulhento.

- Noona, tive um pesadelo essa noite. - Jisung não falava em seus pesadelos, aquilo me pegou de surpresa.

- É mesmo? - não quero deixá-lo desconfortável, então, fingi que não sabia.

Ele balançou a cabeça.

- Com o que sonhou?

Ele olhou para baixo, meio nervoso com o que pensava.

- Sonhei com uma amiga - ele disse.

- E o que essa amiga fazia? - parecia que conversava com uma criança, os traumas em Jisung o deixavam tão ingênuo como uma.

- E... ela...ela...- Jisung estava chorando.

Meu coração se apertou.

- Não precisa dizer, está tudo bem. - abraço ele.

Ele era um ótimo garoto. O mundo não o merecia.

Jisung se esforçava muito para nos ajudar, ele sempre tentou procurar um motivo para tudo aquilo, mas não cuidava de sua dor, de suas mágoas.

Tinha muita coisa na mente dele.

- O que aconteceu?

Olho para trás e vejo Chan saindo do banho, ele caminhou até nos confuso e preocupado.

- Han teve pesadelos. - digo.

Sabíamos que não eram só pesadelos, Han precisava de ajuda. Seus traumas o deixavam assim, era preciso entender o que aconteceu para ajudá-lo.

Chan se junta a nós em um abraço, e ficamos ali, três adultos quebrados se agarrando um ao outro. Todos com seus traumas, segredos e medos, porém não importava, venceríamos esses obstáculos.

...

"I AM WHO?"

...

Já era de tarde, e naquele meio tempo, apenas conversamos sobre qualquer coisa para fazer Jisung se acalmar. Falamos sobre o tempo, sobre comida, sobre flores...

Só não citamos nada relacionado a investigação.

Nessa conversa, descobrimos mais sobre Han. Ele gostava de música, e até compõe.

Ele me lembra a Soyeon...

Han estava com a cabeça no meu colo, e eu acariciei seu cabelo até ele dormir. Chan me olhava do outro lado da sala, e volta e meia descia os olhos para minha mão, que estava no cabelo de Han.

Seu olhar me queimava, era uma sensação estranha. Já tinha uns dias que me sentia esquisita em relação a ele. Eu gostava de estar do lado dele, e gostava de ajudá-lo nas investigações, eu me sentia importante.

- O que acha de irmos ao mercado? - Chan perguntou, ainda olhando para mim.

Eu e Han não saíamos do apartamento, sempre era Chan quem fazia compras, essa proposta me pegou de surpresa.

- Não acha arriscado?

Ele ri, e suas covinhas aparecem.

- Fica tranquila, vai ser rapidinho - ele me lança uma piscadela - E não é justo você ficar aqui presa.

- Vou me trocar e já volto. - ele assenti.

Peguei uma calça e uma blusa preta, e fui ao banheiro me trocar.

Quando sai, Chan já estava na porta da frente me esperando.

- Prontinho, podemos ir - eu disse sorrindo. Chan olhou para mim, mais uma vez, e se perdeu, pensando em algo que eu não seria capaz de descobrir.

- Chan? - chamei e ele voltou.

- Ah sim, vamos - ele diz.

Quando chegamos a rua, minha mente girava, fiquei quase três semanas direto presa naquele apartamento, não por maldade, eu sei, mas sim por segurança.

O mercado não era longe, mas durante todo o caminho, eu observava tudo, tanto pela alegria, tanto pelo medo.

Já no mercado, compramos verduras, comida instantânea, frutas, Cheetos e refrigerante.

Chan não tinha um fogão, ele apenas tinha um microondas, então, aproveitamos e fomos até uma loja para comprar um mini fogão. Saindo de lá, tive uma sensação estranha, fiquei em alerta.

E foi aí que eu vi...


[PSYCHO] - BangchanOnde histórias criam vida. Descubra agora