Twenty-seven

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- Chan, atrás de você - digo em desespero, os homens nos acharam.

Chan se vira imediatamente, e recua alguns passos, já que o encapuzado avançava pra cima dele. Eu, que ainda estava com a caixa em mãos, tento contato com Changbin e os outros, mas ninguém responde.

- Eun-ji, corra, tem que levar isso!! - ele grita. Entendo seu recado, mesmo que me preocupasse, tinha que levar a caixa, era importante.

Vou correndo até a van de Changbin, e me desespero quando não encontro ninguém lá. Tento me comunicar com os outros, e também não consigo.

- Não é possível, não pode ser real. - me encolhi no chão levando minhas mãos trêmulas em meu cabelo.

"Até Hyunjin desapareceu, e ele só estava conversando com a...

... recepcionista."

É claro, ela poderia me dizer para onde ele foi.

Segui novamente para dentro do studio, corria em desespero, precisava encontrá-los. Caminhei até a recepção, meu coração batia forte no peito, minha mente girava em pensamentos. Se eu não os achasse, eles iriam ser mortos, e por minha culpa, tudo por um plano idiota.

Deixei meus sentimentos afetarem, eu queria voltar no studio, queria descobrir o que sempre esteve debaixo do meu nariz. Agi como idiota, botei meus amigos em perigo.

A recepcionista se vira para mim, e logo percebi, sentindo um aperto maior em meu peito.

Não era a mesma recepcionista.

- Posso ajudar em alguma coisa? - ela pegunta depois de um longo silêncio de minha parte. - A senhora está bem?

A mulher de cabelos escuros perfeitamente arrumados, lábios pintados de vermelho, e olhos puxados, não estava mais aqui. Quem estava em minha frente agora, era uma mulher bem mais jovem, com os olhos arredondados, lábios cor de rosa, e cabelos castanhos claro.

Eles sabiam, eles sempre souberam.

Quando você pensa que as coisas não podem piorar, me lembro de Chan, e vou correndo até onde o mesmo estava. Não podia perder ele também, não podia ficar sozinha de novo, não saberia o que fazer.

"Por favor Chan, não suma"

Não adiantou de nada minhas súplicas mentais, Chan já não estava lá. Não tinha ninguém mais lá. Estava sozinha.

Desabo de joelhos no chão, meu peito doía cada vez mais. Eu não queria chorar, mas foi impossível segurar as lágrimas que vieram, foi impossível não me culpar.

Mais uma vez eu perdi quem eu amava.

- Me ajude - minhas palavras fracas saem quase inaudíveis, e encaram o nada. - Soyeon, me ajude.

Clamar por alguém que já não está aqui iria me ajudar em algo?. Chorar patéticamente como eu estava chorando iria me ajudar em algo? Não ajudaria em nada, e eu sei disso, mas eu queria chorar. Queria despejar todas essas lágrimas, todo esse terror que tenho vivido. Eu quase morri, e todos os dias tinha que ficar alerta, pois ainda podiam tentar me matar, e ainda podem!

Queria poder chamar por meus pais, mas não acho que viriam. Não iria contar a eles minha experiência de quase morte. Eu precisava de alguém, precisava que alguém naquele exato momento me desse um abraço apertado, e me fizesse carinho em minha cabeça. Queria que alguém dissesse que está tudo bem.

°°°

Era eu e a caixa. Eu encarava a caixa de papelão, e ela me encarava de volta, eu queria abri-la, e ela pedia para ser aberta. Era a minha esperança de salvar a todos, ou talvez de me vingar.

Eu estava sentada no sofá do apartamento, tentando não chorar cada vez que olhava para a porta do quarto de Chan, ou então quando olhava para o moletom de Jisung que estava jogado em cima da mesa de centro. Tinha que tomar coragem e abrir logo essa caixa.

Respirei fundo e finalmente puxei a tampa. Dentro da caixa, havia fotos e envelopes, pareciam presentes.

Retirei uma foto e vi Soyeon. Ela estava em um campo, vestia um belo vestido solto e sorria para a câmera. Ela era tão linda...

Na lateral da foto, estava escrito o nome dela. Não era a letra dela, talvez era a de Bob. Puxei mais uma foto de dentro da caixa, e parei alguns segundos para raciocinar o que vi.

O rosto de Bob.

°°°

Eram quase três da manhã, e eu não conseguia dormir. Eu vestia uma camisa de Chan, sentido seu cheiro e sem conseguir tirar a foto da minha mente. Então era ele...

Meus pensamentos são interrompidos com o toque do telefone. Vou até a cozinha com cautela e atendo, estremeço quando escuto a voz.

- Olá querida!! - a voz cumprimentou, tinha sarcasmo e afronta em sua voz. - Imagino que nesse momento você já deva saber quem eu sou. - ele próprio me ligou, e não tinha medo de ser pego.

- Onde eles estão?! - pergunto rapidamente - O que você fez com eles?!- ele dá uma risada.

- Por enquanto nada - cada palavra que ele fala me faz ter mais nojo dele - Mas não prometo que eles iram ficar bem.

- O que você quer?! - se ele ligou, é por que quer algo.

- Quero que venha até mim - ele diz sombrio - Quero que me ache.

- Me fale onde está!! - ele ri novamente.

- Nada disso - sua demora me deixa ansiosa- Pra me achar, você vai ter que ir atrás das pistas, assim como numa caça ao tesouro

- Que pistas? - para acha-lo teria que entrar no jogo dele - Aonde estão?

- Seria mais fácil você perguntar com quem estão - ele afirma - Para ter dicas, vai ter que eliminar alguns personagens do jogo.

- Eliminar? - questiono - Do que tá falando?

- Você vai ter que matar, Kang Eun-ji - ele diz sombrio de novo, e eu entro em choque - Sua primeira vítima vai te dar uma ótima dica. Vá até o Sr.Park e o elimine-o. Amanhã sua arma chega, trate-se de conseguir a tarefa, se não quem morre é seus amiguinhos!!

Não tenho escolha, tenho que pensar no que fazer. Aceito ou não aceito? Confio ou não?

- Eu tenho certeza que vai escolher jogar esse jogo - ele diz e desliga.

Meu frio na barriga aumenta, e fico mais tensa.

Eu vou salva-los, nem que tenha que morrer pra isso.

[PSYCHO] - BangchanOnde histórias criam vida. Descubra agora