Nine

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Os dias foram se passando, e Han recebia mais e mais ameaças. Eles ligavam cada vez mais, e diziam para Han se matar, por que se ele não fizesse isso, eles fariam.

Han agora morava conosco, e ajudava nas investigações, ele estava começando a se sentir confortável, isso era ótimo.

Chan estava se abrindo mais, pelo menos comigo, ele me contava seus pensamentos e teorias a respeito dos assassinatos. Aos poucos, aquela rotina foi ficando natural, e o escritório estava se tornando minha casa.

Acordo de manhã com a luz do sol batendo no meu rosto. Me levanto, olhando para baixo, e vendo Han dormindo no colchão. No escritório tinha outro cômodo, porém, Han não conseguia dormir sozinho, depois de tudo. Ele frequentemente tinha pesadelos, e falava enquanto dormia, então a solução foi dormir na sala.

Ele estava parecendo anjinho, seu cabelo estava bagunçado, e ele abraçava o travesseiro. Me sento do seu lado, e faço um carinho em seu cabelo, o que o faz sorrir enquanto dorme.

Caminho até o banheiro, tomo um banho e escovo os dentes. Estávamos ajeitando as coisas ali, então comprávamos de pouco em pouco, os kits de higiene foram os primeiros a serem comprados.

Saio do banheiro e dou de cara com Chan, que estava sem camisa. Tento ao máximo não olhar, mas foi mais forte que eu.

- Bom dia Eun-ji. - ele diz me dando um sorriso fofo - Dormiu bem?

- Bom dia, dormi bem sim. - respondi brevemente e sai de sua frente - E você?

- Ah, eu tentei dormir a noite toda, e só consegui dormir por uma hora. - ele diz bocejando, não era de hoje que Chan tinha dificuldade para dormir. - Mas, ontem comprei umas coisas para você.

- Que coisas?

- É surpresa - ele disse em tom de divertimento, era diferente ver Chan assim, mas era um diferente bom, algo que me deixava feliz. - Vá lá e veja.

Ele entrou no banheiro logo após isso, me deixando ali, curiosa e sem saber se vou olhar ou não. Ele falou para ir, quem sou eu para desobedecer?

Fui correndo até o quarto dele, olhei em volta, percebendo que era a primeira vez que estava ali. As paredes tinham o mesmo tom de cinza do resto da casa, o que tornava o quarto dele mais escuro e aconchegante. Ele não tinha muita coisa, e era tudo muito organizado.

Avistei uma sacola rosa em cima da cama, deveria ser a tal "coisa". Quando abri, não pode acreditar. Eram roupas. Chan me comprou roupas.

Retirei de lá um vestido de alças preto, algo mais casual e com um decote discreto. Era lindo. Ele ia até metade das coxas, a na borda, tinham detalhes em renda. Avistei mais outro vestido, esse desta vez, era completamente diferente do outro, era vermelho, com um grande decote, e era longo, com uma fenda na lateral direita.

Nunca havia usado um vestido assim.

Além dos vestidos, tinha uma camisa branca e outra preta, além de duas calças jeans e uma saia. Imagino que ele tenha comprado tudo isso por não saber o que eu preferia. Ele é um fofo.

Quando eu achei que tinha acabado, avisto uma caixinha. Era um colar, era dourado e tinha um pingente em forma de coração. Era delicado, mas era lindo.

Chan tinha acertado em tudo. Eu estava muito feliz, e precisava recompensar, só não sabia como.

...

"Um passado que não pode se apagar, mentiras que vão e vem
Cuidado para não se machucar
Digo isso para o seu bem"

...

Memories (?????)

Eu estava muito cansado, a faculdade não era moleza. Estudo direito, na universidade nacional de Seul.

Eu não era um garoto certinho, me envolvia em várias brigas, e ia para a faculdade todos os dias de ressaca, mas mesmo assim, tirava notas boas. Talvez o motivo de eu ser assim era meu pai.

Meu pai havia traído a minha mãe diversas vezes, e quando eu tinha quatro anos, ele engravidou uma de suas amantes. Ele era um cretino, nunca deu amor e carinho a mim, e nem a minha mãe, e deixava bem claro que só havia se casado com ela por interesse.

Ele merecia morrer, ele era um verme, uma peste nesse mundo.

A única que me amava de verdade era minha mãe, que me dava tudo o que eu quisesse e nunca deixou que me faltasse nada, seja carinho, ou o que comer. Ela era um anjo...

...e meu pai, um demônio.

Bem que dizem que os opostos se atraem.

Meu pai já tinha se separado de minha mãe, e casou com a amante dele, a mesma que lhe deu um filho. Eles se mudaram, e não os vi por um bom tempo. Não vou reclamar, preferia assim.

Mas aí ele voltou, ele se separou da esposa, e ficou com a guarda do filho, que na época, tinha oito anos.

Meu pai queria a minha guarda também, mas minha mãe não queria abrir mão de mim, e foi aí que eles começaram a brigar por isso. Minha mãe ganhou, e ficou comigo, porém, um dia, meu pai apareceu com a desculpa que ia me ver. Era estranho, ele nunca fazia isso, deveria ter previsto o que ele queria, mas não sabia de suas intenções até ele disparar quatro vezes em minha mãe.

"vindicta"

Prometi a mim mesmo que iria mata-lo, e acabar de vez com aquele monstro.

Só era questão de tempo.



[PSYCHO] - BangchanOnde histórias criam vida. Descubra agora