XXI- O quarto secreto.

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Eu acordei em um quarto diferente do meu,era mais espaçoso,tinha televisão,uma poltrona e duas portas paralelas,uma devia ser para o banheiro e a outra seria para quê? Aliás,de quem era esse quarto?

Ahh... Eu estava me sentindo tão mal,meu corpo todo estava estranho e minha cabeça pesada.

Eu sentia algo ao meu lado. A respiração de alguém e esta acariciava os meus cabelos.

Eu olhei rápido para cima e vi que era Manjiro deitado ao meu lado,me olhando.

- Olá querida - ele disse.

- O que aconteceu?- perguntei e a minha voz quase não saiu porque minha garganta doía e até para respirar era difícil.

- Você desmaiou e eu te levei para cá,parece que você está doente... então é melhor eu cuidar de você.

Doente?Mas eu nem saia dali,como poderia estar doente?

-Manjiro - eu falei com dificuldade -eu preciso de um...re....remédio...

-Claro,eu estava apenas esperando você despertar.

Ele me deu um comprimido e um copo d'água,me ajudando a tomar.

- Agora,tente dormir um pouco - ele puxou uma coberta por cima de mim,parando por um minuto - Eu...posso dormir com você, não é?afinal esse é o meu quarto e eu preciso ter certeza de que você está bem.

Eu pretendia negar,mas eu realmente me sentia mal e um pouco de atenção pudesse me fazer sentir melhor.

Eu dormi quase de imediato,mas antes de adormecer,eu pude escutar:

- Eu quero poder cuidar de você,eu quero ser perfeito para você...

                            .   .    .

Eu acordei e já era de manhã,mas eu continuava do mesmo jeito,a cabeça pesada,mal conseguindo respirar e o corpo doendo. Eu olhei para o lado e vi Manjiro entrando no quarto com uma bandeja de café da manhã,por alguma razão ele parecia levemente animado.

- Bom dia, Querida - disse pondo a bandeja no meu colo, enquanto eu tentava me sentar na cama.

- Bom...bom dia- a minha voz continuava fraca.

Na minha frente tinha um copo de suco,um de água,um comprimido, um sanduíche e uma maçã.

- Como você passou a noite?- ele perguntou deitando ao meu lado e apoiando o rosto na sua mão para me olhar.

- Só sei que dor...dormir e ....arg,minha voz está um li...lixo...

- Você vai melhorar,coma isto,beba esse suco e tome apenas depois o comprimido,ok? - ele me instruiu.

Eu concordei com a cabeça levemente e ele me deu um beijo na testa e fez um cafuné em meu cabelo.

- Não vou poder ficar com você...vou passar o dia todo e a noite toda fora- ele disse - só voltarei amanhã de manhã.

- É...do seu trabalho, não é? - perguntei.

- Sim, querida...- ele beijou o meu rosto e se levantou.- vou deixar a Aisuri cuidando de você.

Ele saiu do quarto.

Eu devorei o sanduíche em um minuto,apesar da minha garganta estar péssima, então bebi um pouco do suco que era de maracujá,por sinal,estava forte como o de ontem.

Depois de dois goles eu tomei o remédio e coloquei a bandeja de lado.

Alguns segundos depois eu dormi.

Acordei e já estava de noite. Por que eu dormi tanto? E eu ainda me sentia muito mal,como se o remédio não fizesse efeito nenhum.

Aisuri entrou no quarto para recolher a bandeja e eu a pedi:

- Aisu...ri... Me traga um remédio...por favor...

Eu devia estar horrível,pois ela fez uma cara de espanto quando me viu.

- Meu deus...eu vou buscar agora mesmo!

- Espere... - Pedi antes que ela saísse - me traga...um remédio para alergia...a ma... maracujá...

Eu havia me lembrando. Eu era alérgica a essa fruta. Me lembrei de quando eu era criança eu tive uma reação horrível e fiquei o mais longe dela possível.

E agora esse suco.

Após algum tempo, Aisuri entrou no quarto,tirando o remédio da embalagem.

- Aqui - disse ela- eu liguei para um médico e ele recomendou este,que pedi para o motorista ir buscar.

Ela colocou um comprimido na palma da minha mão e na outra um copo d'água.

- O médico disse que não tem muito o que fazer nesse caso,apenas recomendou beber água,tomar este antialérgico e descansar. - disse ela sentando na beirada da cama,parecendo realmente preocupada - E se a senhorita não melhorar,temos que ir ao hospital.

- O-Obrigada...- consegui dizer a ela com um leve sorriso.

Ela sorriu também disse que o que precisasse era só gritar que ela vinha correndo.

Aos poucos o remédio foi fazendo efeito,eu começava a apresentar uma leve melhora.

Consegui me levantar e ir em direção as portas. Eu abri uma e se tratava de um banheiro,como eu presumi,mas a outra estava trancada.

Droga.

Eu vasculhei o quarto inteiro em busca da chave e a encontrei dentro de uma caixinha,no criado-mudo.

Eu abri a porta e se tratava de um escritório.

O escritório do Manjiro.

Eu sei que era errado invadir sua privacidade daquela forma,mas...eu precisava de algumas respostas.

Manjiro Sano☢️⛓️Onde histórias criam vida. Descubra agora