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Bárbara Passos

Depois de sete horas de estrada, nós finalmente chegamos em Copacabana, Rio de Janeiro. Levantei meu óculos de sol, saí da minha Porsche junto com a Tainá e entreguei a chave pro manobrista do hotel.

Encarei a Tainá e ela estava com a cara enfiada no celular, a viajem inteira foi isso. Seu comportamento estava estranho, percebia seus olhares em mim e sua inquietação.

Tainá: Como é bom ter uma irmã rica... - Falou pela primeira vez e se jogou na cama enorme da nossa suite - Tem noção do valor disso aqui?

Bárbara: Você também é rica, e eu estou pagando porque trabalho igual uma vagabunda pra isso. - Fui pra varanda do quarto.

Coloquei minhas mãos no parapeito da varanda e fiquei observando a vista maravilhosa daqui do alto do Copacabana Palace. Fechei os olhos quando o vento bateu no meu rosto e sorri, estava me sentindo tão... Livre.

Tainá: Meu amor, o que eu ganho em um mês, tu ganha em um dia! - Apareceu do meu lado e deitou a cabeça no meu ombro - Nós podíamos ficar aqui pra sempre, amo esse lugar.

Concordei, de todas as cidades que eu já tive a oportunidade de conhecer, essa é uma das melhores e por mim eu ficaria aqui pra sempre. Uma pena que querer não é poder.

Meu celular apitou dentro da minha bolsa e eu corri pra ver se era algo importante. Mas era só o Weverton me mandando voltar pra São Paulo o mais rápido possível. Na verdade ele estava me obrigando a voltar em até vinte e quatro horas. Revirei os olhos e desinstalei o Whatsapp, nada e ninguém vai estragar a minha viagem. Só quero paz, preciso disso!

Tainá: Porque você trouxe tantas malas? Tu trouxe roupas pra ficar um ano inteiro e nós só vamos ficar sete dias, infelizmente!

O que dizer? Que eu tenho medo de deixar minhas roupas mais caras em casa e quando voltar encontrá-las todas rasgadas?

Bárbara: Gosto de ter opções de looks, nunca se sabe onde podemos ir. - Menti.

Tainá: Hum... - Fingiu acreditar. - Posso te perguntar uma coisa? E me promete ser sincera comigo?

Encarei ela desconfiada e acenti, sei que ela está querendo me perguntar alguma coisa desde que saímos de São Paulo.

Tainá: Você e o W7 já transaram com outras pessoas? Sei lá, ele tem algum fetiche em te ver transando com os amigos dele? Os amigos da facção no caso. - Disse nervosa.

Bárbara: Claro que não! - Faltei gritar, nunca que o Weverton ia concorda com isso. - E você sabe que eu evito chegar perto de bandidos, tenho que comprir o código de ética da OAB. Imagina se eles descobrem que eu sou casada com um traficante? Meu deus, minha carreira acaba!

Tainá: E drogas, vocês já usaram juntos? - Seus olhos estavam arregalados e suas mãos tremiam.

Bárbara: Tá cá porra, mulher? Tu sabe que eu odeio drogas, e estou me matando pra largar a merda do cigarro. - Balancei a cabeçs. - Porque tantas perguntas Tainá?

Tainá: Nada, só curiosidade. - Levantou quase correndo e foi pro banheiro.

Acho que ela esqueceu que eu sou advogada e irmã dela. Sei bem quando alguém tá mentindo pra mim, tenho uma boa experiência nisso e ela tem umas mainas estranhas quando mente. E vou descobri o que ela tá escondendo.

Peguei meu celular de novo e voltei pra varanda. E novamente sms com ameaças começaram a chegar pra mim, já faz dias que tem alguém me ameaçando sem parar. Não faço ideia de quem seja, mas como a profissional que eu tenho, não é nenhuma novidade.

Ignorei as mensagens e entrei no instagram, abri a câmera e gravei alguns storys.

Tainá: Vai dormir pra descansar, mais tarde nós vamos lá na Rocinha. - Disse ao sair do banheiro com o rosto lavado.

Bárbara: É o que? - Gritei e gargalhei alto, não é nem possível uma coisa dessas.

As vezes eu acho que a Tainá é viciada em se meter nas piores furadas... E acho que ela também esquece que sou uma advogada criminalista da qual a maioria dos clientes é de uma facção rival a daqui...

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Coração BandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora