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Bárbara Passos

Mordi o lábio pra abafar meus gemidos, quando eu cheguei no meu orgasmo. Suspirei e fiquei olhando pro teto do meu quarto, odiava ter que depender de um vibrador pra conseguir gozar e satisfazer meus desejos sexuais... É óbvio que eu consigo me satisfazer sozinha, mas não é a mesma coisa, eu queria um sexo de verdade, uma coisa carnal, olho no olho.

E dessa vez foi diferente, foi um orgasmo que eu me peguei pensando em uma pessoa, da qual eu prefiro nem dizer quem é. Mas porra, só de pensar nele, naquele sotaque carioca no meu ouvido, do seu toque no meu corpo... Que tesão!

Neguei com a cabeça em uma certa frustação, mas temporariamente satisfeita. Me levantei e fui tomar um banho gelado, mas estranhei quando começou a sair sangue das minhas pernas e uma pontada forte no meu útero. Na verdade, era tipo uma cólica.

Bárbara: Menstruação deveria ser um pecado, que ódio, só sofrimento nessa minha vida! - Falei sozinha e terminei de me lavar.

Me enrolei na toalha e saí do banheiro correndo, antes que manchasse minha toalha branca. Botei uma roupa e peguei meu celular, olhei no meu aplicativo de menstruação e estranhei ao ver que eu tava totalmente fora do meu ciclo menstrual. E o meu ciclo sempre foi muito regulado, nunca adiantou ou atrasou mais que dois dias.

Mandei mensagem pra minha ginecologista e marquei uma consulta de emergência, eu tinha uma paranóia fodida com a minha saúde. Coloquei a mão no abdômen de novo quando sinti de novo aquela pontada horrível e dessa vez, bem mais forte. Era tipo uma cólica, só que muito pior.

Era só o que me faltava, um mioma. Ou algo até pior.

Arrumei todas as minhas coisas e fui pro consultório da minha doutora. Não demorei muito pra chegar lá e foi difícil de chegar, já que a dor só piorava, tava ficando insuportável já.

- O que é isso dona Bárbara? - Levantou minha blusa e apontou pra um hematoma na minha barriga.

Bárbara: Nada demais doutora, eu tava de salto e caí da escada lá de casa. Aí, de novo... - Reclamei da dor, era realmente muito forte e dolorosa.

Minha pélvis já estava doendo também, juntamente com uma dor nas costas. A doutora pegou um aparelho estranho lá, deslizou um gel na minha barriga e começou a deliszar o negócio.

- Você está tendo um aborto espontâneo. É Bárbara, você estava grávida de três meses. - Disse séria e eu fiquei paralisada, o quê? - Provavelmente causado por esse trauma aqui na barriga. - Passou a mão no hematoma grande.

Pisquei algumas vezes, ainda tava em choque. Como assimo eu estava grávida de três meses? Não tive sintoma nenhum de gravidez, meu corpo não teve nenhuma mudança e eu nem sei com isso aconteceu já que eu e o Weverton mal temos relações sexuais. Apesar que teve aquela vez... Fui obrigada a transar na verdade e ele todo drogado, acabou gozando dentro. Na verdade eu nem lembro, tava meio grogue de sono... Estranho.

Merda!! E o pior, é que eu engravidei e perdi o bebê por culpa dele. Não que eu quisesse engravidar nesse momento, ainda mais desse homem, mas mesmo assim aconteceu e era uma vida né. Não deixa de ser triste pra mim.

- Eu vou perguntar mais uma vez Bárbara, o que aconteceu aqui? - Continuou insistindo nisso. - Vocé sofre violência doméstica ou algum tipo de violência sexual? - Sua compreensão e empatia eram válidas.

Segurei minhas lágrimas e tentei agir o mais natural possível, o que dizer? Que eu sou casada com um traficante que me agride e me fez perder um bebê?

Bárbara: Está tudo bem doutora, não precisa se preocupar com isso, sério. - Sorri, mesmo querendo morrer por dentro.

Ela se deu por vencida e só continuou fazendo seus procedimentos e por sorte eu não precisei daquele procedimento pra retirar o feto do meu corpo. Essa situação é tão triste e mexeu muito com o meu psicológico, jamais imaginei que quando eu engravidasse ia ser assim. Estava exausta fisicamente e psicologicamente, queria só um pouquinho de paz, é pedir muito?

- Acho que estão falando de você. - Aumentou o volume da televisão que ficava no alto da parede.

Olhei para a televisão e estavam falando mesmo de mim e a manchete era ridícula; "O passado por trás da advogada de renome, Bárbara Passos". Uma puta hipocrisia do caralho, nunca vi ninguém questionando o passado de advogados homens.

Coloquei a mão na boca quando um jornalista começou a fazer uma reportagem tendeciosa sobre mim e junto com ele, estava o presidente da OAB e outro colega meu de profissão. E ambos começaram a falar sobre algumas fotos que lhes foram enviadas sobre meu passado... Fotos que poderiam comprometer minha lincença pra advogar, já que eu estava ferindo o código de ética e que não era o comportamento adequado de uma advogada. Puta que pariu, não faltava mais nada...

***

Weverton filho da puta mano >>

Coração BandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora