29

1.1K 54 2
                                    

Bárbara Passos

Andei de um lado para o outro inquieta. Pra melhorar a minha situação, eu acabei de receber uma ligação do presidente da OAB e acabei perdendo a minha licença para advogar por um tempo indeterminado, até as investigações descobrirem o que aconteceu de fato. E ainda fui obrigada a pagar uma multa altíssima.

Fico desesperada em pensar no quanto dinheiro que eu estou perdendo nesse momento. O único jeito de fazer dinheiro agora é com publi. Mas o meu amor é pela advocacia, a minha paixão e estavam destruindo isso...

Peguei meu celular e fiquei mexendo no Instagram, tomei um susto ao ver que o policial daquele dia, havia me seguindo e curtido algumas fotos minhas mais recentes. Tentente Alex Ferreira, um gato e aparentemente solteiro. Ih gente, que isso...

Tainá: Babi, Babi... - Apareceu toda afegante e com a mão no peito. - Tu não sabe quem chegou aqui no Rio de Janeiro hoje. - Abanou as mãos.

Bárbara: Quem? - Perguntei curiosa e ela puxou o nosso irmão pra dentro de casa. - André? - Soltei um grito e corri pra abraçar ele. - O que tu tá fazendo aqui cara? E a mulher e as crianças?

André: Meu amor, que saudade! - Me apertou com força e eu sorri animada. Depois da Tainá, ele era o irmão favorito. - Tenho umas coisas pra te contar.

Tainá: Vou buscar coca cola, me esperem pra contar as fofocas. - Saiu correndo e nós rimos.

Bárbara: Tá, agora conta tudo homi. - Sentei no sofá e ele sentou do meu lado.

André: Não contei isso pra vocês duas, porque não queria ter que depender de vocês. As duas já ajudam tanto a nossa mãe, e eu não queria ser um peso. Mas sabe aquela empresa que eu trampava? - Falou um pouco nervosa e eu assenti - Faliu e os caras me mandaram embora, sem direito a recisão porque eu não era resgistrado.

Bárbara: Poxa André, você sabe que não seria um peso nem pra mim e nem pra Tainá. E eu te devo uma, por ter tacado fogo em você. - Deitei minha cabeça no ombro dele.

André: Vagabunda. - Me empurrou e eu ri. - Pois então, não sei como aconteceu e nem como o cara soube, só sei que me ligaram e ele me ofereceu um emprego fixo aqui no Rio de Janeiro. Um tal de Victor Augusto.

Dei um pulo do sofá, como assim o Coringa ofereceu um "emprego" pro meu irmão? Meu Deus, isso não tem como ficar pior, a minha vida não tem como decair mais...

Bárbara: Eu não acredito nisso... - Meus olhos se encheram de lágrimas. - Tu sabe o que isso significa né André? Não é um emprego comum cara.

André: É, descobri quando cheguei aqui. O cara botou uma arma na minha testa e disse que eu vou servir de aviãozinho pra vender droga no asfalto e disse que eu não tenho outra saída. - Disse tranquilo.

Bárbara: Porra que ódio, não acredito que ele fez isso contigo, poxa André... - Abracei ele - Eu vou falar com o Coringa, dar um jeito dele te tirar disso, isso é um absurdo. Imagina se a polícia te pega?

André: Aí você me defende. - Brincou - Fique tranquila mulher, pelo menos eu vou conseguir uns trocados pra mandar pra minha mulher. Meus filhos não vão mais passar fome.

Não consegui mais segurar, só desabei em lágrimas e ele ficou me consolando. Sei que ele não está tão preocupado por conta da família e qualquer dinherinho que ganhar, já está ótimo. Sei o que é passar fome e o desespero que dá, mas imagina ver seus filhos passando fome?

O errado nisso tudo é o Coringa e eu vou dar um jeito de tirar o André dessa, porque isso tudo foi por culpa minha, que não consigo me controlar. Não vou deixar meu irmão de foder nessa vida, correndo risco de ser preso ou até pior... De morrer!

***

Coração BandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora