Coração Bandido

14

2/4

Bárbara Passos

Vingança... Essa é a única palavra que estava passando pela minha cabeça nesse momento, era o meu único desejo; Vingança!

Minha irmã está bem! Mas por um milagre, se nós tivéssemos demorado alguns segundos para trazê-la ao hospital, nesse momento ela não estaria mais entre nós. Foram duas paradas cardiorrespiratórias, ela chegou aqui praticamente morta, mas os médicos conseguiram reanima-la com êxito. Depois foram mais dez horas de cirurgia para retirar o projétil do seu peito, que por muito pouco não atingiu seu coração. Meu milagre!

Eu nunca senti tanto medo na minha vida, meu mundo parou por algumas horas. Tainá é tudo na minha vida, não conseguiria viver nesse mundo louco sem ela. É como se eu dependesse dela pra continuar...

Tainá: Aí... - Abriu os olhos aos poucos e levou a mão até o peito. - O que aconteceu? Não me diga que estourou meu silicone? Diz que não Babi...

Bárbara: Sério que essa é a sua única preocupação Tainá? - Me levantei rapidamente e comecei a beijar sua bochecha.

Tainá: Claro, foi cara pra colocar. Estourou ou não? Viva eu já estou né, amém.

Passei a mão no seu rosto e sorri. Queria ter a leveza dessa mulher, a força e a alegria, mesmo em um momento difícil como esse.

Bárbara: Não estourou, tá intacto. - Abaixei a corberta pra ela ver seus seios cobertos apenas por uma faixa.

Tainá: Visse? Sou dura na queda bebê, nada me abala não, pode mandar a próxima. - Agarrou minha mãoe apertou - Tô com fome, e avisa esse povo que eu não vou comer comida sem sal.

Bárbara: Cala essa boca abestalhada, não quero tomar outro susto desses. E na verdade eu não vou, ja tô procurando um jeito de resolver essa parada. - Fiquei séria.

Tainá: Vai fazer merda, é? - Me encarou séria também, em desaprovação.

Bárbara: Vou entrar em uma merda, para tirar nós duas de uma merda muito maior. Pior que tá não fica né? Eu acho. E também já tô cansada de ser vítima disso aqui, nunca ninguém mais vai encostar a mão em você, chega!

Tainá: Isso pode prejudicar sua carreira? Me espera sair daqui, antes de fazer qualquer coisa Babi, não faz nada precipitado.

Bárbara: Fique tranquila, mulher. Vou ir em alguma barraquinha comprar coxinha pra tu, mas é pra comer escondida viu? Se as enfermeiras me pegam, vou ficar proibida de te visitar. - Ri.

Tainá: Não foge do assunto peste. - Tentou me dar um tapa, mas eu desviei. - Vai logo buscar minha coxinha, e trás uma fanta uva bem geladinha.

Neguei com a cabeça e coloquei minha bolsinha no ombro, junto com meu celular. Saí da UTI e acabei dando de cara com o Weverton.

W7: Tava te procurando... Como tá sua irmã? - Disse segurando meu braço com uma certa força.

Bárbara: É amor, pelo jeito teu plano de matar ela não deu muito certo, né? - Ironizei - Minha irmã está melhor do que nunca e oportunidades como essa, você não vai ter nunca mais.

W7: É isso que acontece quando você não faz os bagulhos do meu jeito. Eu tenho poder pra destruir tua vida, assim ó... - Estalou os dedos - O primeiro passo eu já dei, imagina quando o presidente da OAB ver as fotos de tu pelada em um cabaré? Dando pra um bandido em todas as posições possíveis...

Eu encarei ele incrédula, não estava acreditando que ele havia tirado fotos nossa em momentos tão íntimos e especiais pra mim. Era a minha primeira noite com um homem...

W7: Viu? É melhor você começar a repensar tuas atitudes como esposa, sei que tu pode ser uma mulher melhor pra mim. - Beijou minha testa. - Vai lá pra casa, se arruma que eu tô chegando já já.

Bárbara: Você é maluco, doente. - Me soltei dele e comecei a caminhar pra longe.

W7: Tu tem cinco minutos pra estar aqui de novo, ou eu vou te buscar, hein? - Andou até mim e apertou meu rosto.

Dei um tapa na mão dele e andei até o elevador rapidamente, antes que ele conseguisse me alcançar e revidasse esse tapa. Quando as portas se fecharam, eu fechei os olhos e tentei controlar minha respiração descompassada. Eu tenho tanto medo desse homem, mesmo que eu não queira, eu sinto e não posso negar... Ele sabe de coisas sobre mim, que podem me destruir na mídia e foder com a minha carreira, complicado...

Mas esse filho da puta me paga, ah se paga... Cada agressão, cada humilhação e esse tiro na minha irmã, vai ser cobrado. Tenho fé nisso!

Saí do hospital e procurei alguma barraquinha de salgados pra comprar as coxinhas da Tainá. Nem deu tempo de comprar, só vi aquela BMW de alguns dias atrás novamente. Essa pessoa não parava de me seguir um segundo, todo lugar que eu vou, esse carro tá me seguindo e isso tá me deixando apavorada.

Criei coragem dentro de mim, respirei fundo e andei até o carro com a cara e a coragem. Fechei a mão e bati três vezes no vidro escuro pra chamar à atenção da pessoa e só escutei a porta ser destrava. Abaixei meu óculos de sol, dei uma disfarçada e entrei no carro. Ah claro que é ele...

Bárbara: tPorra, tu tá me seguindo agora é? Não sabia que tu era perseguidor também! - Bufei.

***

Bárbara sempre corajosa >>>