17

1.3K 66 0
                                    

Bárbara Passos

Dias se passaram e eu respirei bem fundo quando cheguei na Sé, mas precisamente no prédio da Ordem dos Advogados do Brasil. O presidente junto com o conselho pleno, marcaram uma sessão comigo, porque aparentemente eu infringi uma regra gravíssima do Código de Ética e Disciplina. E coincidente todos na sessão iriam ser homens.

E pra piorar; algumas coisas iam ser gravadas e partes iam ser entregues para a mídia. Eu não estava com medo, não tinha medo de debater com ninguém, e eu já estava disposta a expor certas coisas desses homens. Não lutei igual uma vagabunda pra deixar me diminuirem por conta do meu passado, todos tem um.

- Bom dia, doutora Passos. - O presidente de OAB disse ao abrir a porta pra mim. - Sente-se, por favor!

Olhei ao redor e o local cheio de homens engravatados, a maioria colegas meu de profissão, já até debati com um no tribunal. Não ia me sentar e ficar totalmente a mercê deles, jamais!

Bárbara: Bom dia senhor. - Apertei sua mão. - Estou bem em pé, obrigada! - Ele só assentiu e foi para a sua mesa.

Apertei meu celular em minhas mãos e por um momento eu desejei que o Coringa estivesse ouvindo tudo isso. Ainda mais ele que tanto julga a minha profissão e a minha posição como advogada.

- Se aprixime doutora! - Falou pelo microfone posicionado na mesa, suspirei e andei até a parte de frente da mesa. - O conselho gostaria de uma explicação plausível para sua falta de conduta nessas fotos enviadas à mim por um anônimo. - Deslizou um envelope pela mesa.

Peguei o envelope, o abri e retirei todas as fotos impressas que estavam lá. Fiquei com uma puta vontade de vomitar ao vê-las, principalmente pelo fato de todos eles terem visto as mesmas. As fotos eram de quando eu trabalhava como dançarina na boate, muito antes de entrar na faculdade. E nessas eu estava nua, praticamente... Tão novinha.

O estranho é que o Weverton não havia lhes enviado as fotos nossas tendo relações sexuais, como ele havia prometido. Não sei se fico aliviada ou preocupada.

Bárbara: Muito fácil de explicar senhor, acredito que todos presentes nessa sala, tenham tido um passado antes de se tornarem advogados. Estou certa? - Guardei as fotos.

- Claro que sim, mas nada que manche a nossa instituição que por muitas vezes, já é criticada. - Um dos advogados se pronunciou.

Bárbara: É hipocrisia sua dizer isso doutor, todos lhe conhecem por ser um playboy, desculpe a palavra. Mas você nunca teve dificuldade nenhuma na vida, sempre teve uma família muito bem estruturada que lhe pagou o melhor estudo. Não é qualquer um que consegue pagar uma mensalidade na Mackenzie né?

Ele ficou quieto e voltou a encarar o presidente que ainda sustentava vo seu olhar em mim.

Bárbara: Isso é meu passado, precisei trabalhar para conseguir dinheiro e ser quem sou hoje. E isso não enterfere em nada no meu trabalho, e não é atoa que sou advogada mais bem paga do país.

- Defendendo criminosos! - O mesmo doutor continuou falando, ele era um advogado de acusação frscassado que já perdeu vários casos contra mim no tribunal, superestimado.

Bárbara: Não doutor, só sou responsável por defender os dereitos do réu, de acordo com que está na lei! - Sorri.

- Pode pegar o documento senhorita, e leia tudo o que está marcado em amarelo. - Me entregou uma cartilha.

Lá estava escrito o seguinte; Preservar sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo seu caráter de essencialidade e indispensabilisade.

E no outro dizia; Velar por sua reputação pessoal e profissional.

Dei risada, os benditos códigos da OAB.

Bárbara: E em qual momento eu não fiz nada que está escrito? Isso foi a anos atrás, eu tinhs dezessete anos de idade. Mesmo que não interfira em nada, não era pra essas fotos vazarem, alguém tirou elas sem minha autorização e vocês sabem que é crime!

- Correto, doutora. Não irei retirar sua lincença para advogar, mas espero que fotos como estas nunca mais sejam expostas tão explicitamente. E eu acho melhor você se abster de seus casos por um tempo, até a poeira abaixar. - Disse o presidente.

Bárabar: Não vou parar de trabalhar por um tempo, estou com vários casos em aberto de clientes e não vou deixá-los na mâo. O que posso fazer, é da um tempo das redes sociais, ao algo que possa me comprometer.

- Isso é ridículo, presidente! - O doutor lá começou a se alterar. - Quem é que garante que essas fotos são antigas? A nossa profissâo ira ficar manchada por profissionais sem respeito igual à ela. Não aceito e acredito que meus colegas também não estão de acordo!

Todos os homens concordaram com sua fala extremamente arrogante. Mas esperar bom senso de homem, é o mesmo que nada. Dei risada novamente da cara dele e fiquei quieta, não vou dar munição para continuarem me atacando.

- Já está resolvido doutor Rodrigo, qualquer problema que o senhor estiver contra sua colega de trabalho, resolva entre vocês dois!

Ele bufou e eu pisquei pra ele. Me despedi do presidente que por incrível que pareça, foi muito benevolente para comigo. É aquilo, pra conseguir me derrubar, vão ter quer fazer muito mais!

Saí da sala acompanhada do doutor Rodrigo e ele andou o caminho inteiro falando coisas machistas e ofensivas contra mim. Até de puta eu fui chamada, e a xenofibia descarada? Piada!

Quando eu fui responder, um carro preto parou do nosso lado. Os vidros escuros foram abaixados e segundos depois, vários tiros começaram a ser disparado contra o Rodrigo. Ele não deu tempo nem de correr, caiu morto no chão. Gritei em desespero e senti uma pancada forte na cabeça, apagando totalmete em seguida.

***

Quem será que foi? >>

Coração BandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora