Bárbara Passos
Sentei no sofá e cruzei minhas pernas na posição de indiozinho, deu play naqueles vídeos relaxantes do Youtube e tentei meditar. Eu estava fazendo isso pra me manter longe do cigarro e pra controlar minha ansiedade. Mas não tava adiantando porra nenhuma, só queria fumar meu cigarrinho pra me manter calma e menos nervosa.
Vício nojento! Maldita hora que eu fui botar um cigarro na boca pra experimentar. Agora tô a cinco anos experimentando.
Peguei o controle e tirei dessa porcaria de vídeo que não tava ajudando em nada. Fiquei no meu dilema entre colocar um pagode pra tocar, um funk ou um forró. No final, eu escolhi um pagode. Aumentei o volume no máximo, deitei no sofá e fiquei encarando o teto branco. Caçando algo pra criticar.
Bárbara: Meu amor, levei tanto tempo pra encontrar alguém que chegasse pra me libertar, me entreguei de novo, ah, mas quem diria... - Não sei porque mas senti uma vontade imensa de chorar ao ouvir essa música.
Escutei o portão ser aberto, mas não movi um músculo do meu corpo. Hoje, nada vai tirar a paz que estou sentindo nesse momento.
Mas, infelizmente acabaram com ela no momento que abaixaram a minha música, estragando todo o meu momento de reflexão e paz. Eu devo ter jogado muita pedra na cruz, só pode.
Victor: Acorda porra, quero falar contigo. - Deu uns tapas na minha perna, e eu já me levantei embucetada.
Ele estava com a postura rígida, tentando me intimidar e alguma forma. Nas mãos estava segurando uma coleira que prendia um Pitbull gigante. Nunca vi um cachorro tão grande.
Bárbara: Tira esse bicho de perto de mim, ele vai me morder, olha a cara dele... - Subi no sofá, em pânico.
Victor: Ih Passos, relaxa aí pô. Ele não faz nada, é manso, né filhão? - Fez carinho no cachorro e ele lambeu sua mão.
Suspirei um pouco mais aliviada e desci do sofá, voltei a sentar e fiquei olhando pro Pitbull. Ele era lindo, e parecia ser bem dócil mesmo, tirando que era muito bem cuidado. Fiquei com vontade de passar a mão, mas me contive, não ia arriscar.
Bárbara: Não queria ter que olhar na tua cara, mas já que está aqui, precisamos conversar sobre o meu irmão que você envolveu nisso aqui. - Falei sen tirar os olhos do cachorro.
Victor: Tô aqui justamente pra isso, pra trocar uma ideia contigo. - Disse numa boa e eu até estranhei seu tom, super calmo. - Pode passar a mão doutora, ele é tranquilão.
Não evitei abrir um sorriso, eu adorava animais, sempre quis ter um cachorro mas nunca pude ter por conta da correria da minha vida. Mas sempre quando vejo cachorrinhos de rua, dou comida, água e uns carinhos.
Estendi a mão e encostei ela na cabeça dele um pouco receosa. O cachorro não reclamou, muito pelo contrário, começou a me lamber, todo brincalhão e eu fiquei feliz.
Victor: Morde! - Praticamente ordenou pro cachorro fazer isso.
E o animal não hesitou em obedecer seu comando, não deu nem tempo de tirar a mão, ele só abriu aquela boca enorme e merdeu. Seus dentes fincaram na minha pele, e ele sacudiu a minha mão com eles, fazendo-a rasgar inteira. Eu nunca senti tanta dor na minha vida, a mordida dele pesava muito!
Victor: Solta, bichão! - Deu um grito e o cachorro soltou a minha mão.
Não deu pra segurar as lágrimas, minha mão estava jorrando sangue e latejando de tanta dor. As marcas dos dentes dele, fizeram um buraco na minha mão.
O Coringa só observava tudo com um sorriso no rosto, como se aquilo estivesse agradando ele. Seus olhos estavam escuros, havism maldade neles, isso é coisa de gente ruim. Nunca vou entender o motivo de tanta crueldade.
Bárbara: Você é louco, doente do caralho! - Gritei em meio à lágrimas. Me levantei rapidamente e peguei uma chave que estava em cima do hack.
Voei em cima do filho da puta e tentei enfiar a chave nos olhos dele, mas ele só deu um tapa forte no meu braço e me empurrou no sofá.
Victor: Isso é só um aviso Passos, qual é a tua ficar trocando idéia com polícia? Pô, eu tô tentando ser gente boa contigo, mas tu não colabora, só faz merda. - Ele dizia isso de forma bem tranquila.
Bárbara: Você não pode mandar em nada na minha vida Coringa. Eu só estou aqui pra lhe dar informações, nada além disso. Não tenho envolvimento com facção nenhuma e muito menos com você cara. - Enrolei minha mão com um pano e abracei ela junto ao meu corpo.
Não sei por qual motivo, mas isso o deixou muito irritado e me assustei quando ele agarrou o meu rosto com força. Conseguia sentir a dor nos meus dentes.
Victor: Não quero te machucar doutora, nunca nem foi minha intenção. Não me obriga a ser ruim contigo, tá? Só me obedece e tá tudo certo! - Largou meu rosto.
Tentei acertar ele com um chute, mas ele conseguiu segurar minha perna e ameaçou soltar o cachorro na minha direção.
Victor: Acho bom tu não sair de casa mais, vou deixar o cachorro solto no quintal. E tô ligado que tu não vai querer levar outra mordida. - Sorriu pra mim e saiu, junto com o cachorro.
Corri até a porta e ele realmente fez o que havia me dito, deixou o cachorro solto no quintal, me impedindo de sair de casa. Ele estava querendo me manter presa, tudo por conta de um polícial.
Mordi o lábio de dor e tirei o pano da minha mão, ela estava horrível e ficando roxa. Não sabia o que fazer, com certeza ia precisar de uns pontos aqui ou de um analgésico bem forte pra dor.
Me ajuda meu Deus...
***
Caralhooo >>>
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Coração Bandido
Fiksi PenggemarPlágio é Crime! Eu posso fazer tudo, ser melhor do que na última vez e fazer bem melhor do que seu ex um dia te fez... "Mente criminosa, coração bandido. Não posso fugir desse meu instinto".