31

1.1K 56 3
                                    

Victor Augusto

Não sei nem como consegui entrar aqui nessa porra de presídio, só sei que entrei e pela porta da frente, até pela revista eu passei. É de rir ums parada dessas, nunca vou cansar de dizer que esse sistema é fraco, corrompido. Os cara tem tudo pra me prender, imagina o quanto eles iam ficar grandão? A polícia até tenta, mas isso é bagulho de gente grande, tá ligado? Envolve política e os caralho. Me manter preso não trás nenhum benefício pra eles.

Encarei o arrombado ali sentado com os braços presos e a cabeça baixa. Olhei pro carcereiro e ele entendeu o que eu quis dizer, só saiu e trancou a porta.

- O que tu quer aqui porra? - Levantou a cabeça todo alterado, o mano tava cheiradão. - Veio defender tua nova putinha? Pode meter o pé.

Victor: Tu não tá em condição de falar não, fica na tua que é melhor e abaixa a cabeça quendo eu estiver falando contigo. - Falei apontando o dedo pra ele. Pra cima de mim ele não se cresce.

Ele me encarou e não abaixou a cabeça. Cruzei os braços e fiquei só esperando, até que o filho da puta resolveu abaixar a cabeça. Otário do caralho, disposição zero.

Victor: Na hora de me mandar ameaça, tu é homem né porra? Atrás de uma facção tu é brabo pra caralho, cadê tua malandragem agora?

W7: Me solta aqui brabão, fácil ficar latindo quando sabe que eu não posso fazer nada. - Mostrou as mãos algemadas. - Tu tá em pendência comigo, esquece vacilão. Pega a mulher de bandido, tá moscando?

Dei risada, tirei a chave do meu bolso, andei até ele e soltei suas algemas. Fiquei em pé na frente dele, só esperando ele ter a marra de fazer alguma coisa contra mim. Mas não aconteceu porra nenhuma, o mano peidou na farofa.

Victor: Então parceiro, o meu papo é o seguinte; Quero saber a verdade sobre o caso do vacilão do Luiz de Souza, o que a doutora fez? Mas vem com o papo transparente, ou é bala na tua testa.

Queria usar esse bagulho contra à Passos, mas não podia usar uma coisa que eu só sabia pela mídia, ela era toda certinha pô, não ia matar alguém só pelo prazer de matar. Tem algo de errado nisso aí.

W7: Ela matou o cara caralho, quer saber mais do que? Meteu uma faca no meio do peito dele, era para aquela vagabunda tá na cadeia uma hora dessas.

Victor: Só isso? Ela matou ele sem motivo nenhum? Conta tudo porra que se pá eu arrumo um celular pra tu, visão.

W7: Minha mulher... - Deu ênfase no minha e eu deu risada, se ele soubesse o tanto que eu já meti na mulher dele. - Tirou um mano rival do Luiz de Souza da cadeia e tu já sabe que criminalista é muito manjado nessas fitas. Um cara aí não curtiu e pagou o Luiz pra espancar e estrupar a Bárbara. E ele até tentou, mas ela foi mais esperta.

Victor: E quem é esse cara? - Tava sentindo um ódio desss porra, estrupo é uma coisa que mexe comigo.

W7: Isso eu não vou falar... - Disse todo suspeito e eu estranhei. - Trás a porra do meu celular e um kilo de cocaína, que eu te conto outras paradas graves sobre ela. A mina é cheia de podre!

Nem dei mais idéia pra ele, só bati na porta de ferro e o carcereiro abriu rapidamente. Fui fazer o toque de mão com ele e aproveitei pra colocar um bolo de dinheiro na sua calça. Papo de uns três mil conto.

Victor: Dá um tratamento especial pra esse mano aí, aquele tratamento que tu tá ligado. - Falei baixo pro carcereiro e ele riu. - Quebra as duas pernas, quero ele sem andar!

Ele assentiu e eu saí de lá, nada satisfeito, não tinha conseguido porra nenhuma. Não ia usar o caso do Luiz de Souza pra foder com a doutora, ali ela tava certa, legítima defesa pô. Mas eu ia arrumar outros bagulhos rapidinho.

Continuei saindo da penitenciária e acabei esbarrando no arrombado do tenente. Não tinha como ficar pior, tenho um ódio fodido desse filho da puta que gosta de matar inocente em favela.

- Grande Victor Augusto, andando livremente por um presídio de segurança máxima. - Cruzou os braços na minha frente, tentando parecer macho fortão. Esse aqui é um bunda mole.

Victor: Pois é, ainda não tô preso pra sua infelicidade né não? - Dei risada - Tenta mais da próxima vez, quero ver se tu é homem longe do blindado. Atrás do caveirão vocês são os fodas, vamos ver até quando.

- Pode deixar, na melhor nós se tromba. - Bateu no meu ombro e eu já meti um soco no seu braço. Verme tocando em mim? Nunca.

Sai de perto dele rindo e andei até o estacionamento, onde o Anjinho estava me esperando com o carro ligado, caso precisasse dar fuga.

Victor: Antes que tu pergunte, não consegui porra nenhuma. O mano contou uns bagulhos, mas é impossível usar aquilo contra ela, eu iria contra todos os meus princípios.

Anjinho: Tenho um bagulho pra tu... - Pensou bem antes de falar e eu só esperei sem paciência. - A doutora tava trocando idéia com o tenente Alex, um dos caras que querem tua cabeça, suspeito né?

Puta que pariu, era só o que faltava. Essa vagabunda não tem mesmo amor a vida, não é possível. Nem com o irmão na minha mira, ela parava de fazer merda. Dessa vez não vou meter ninguém no meio, vou resolver diretamente com ela. Mulher que se envolve com PM não tem vez!

***

Coração BandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora