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Bárbara Passos

Fechei os olhos quando ele me acertou outra vez no rosto, dessa vez, tirando sangue da minha boca. Eu já não aguentava mais, estava machucada e sem forças pra fazer qualquer coisa. Desde quando o Weverton voltou pra casa todo drogado, ele descontou toda sua raiva em mim... Eu até tentei revidar, mas era praticamente impossível, difícil disputar forças com um homem de quase um e noventa de altura.

Eu tô esgotada, tudo no meu corpo doía, e o pior era a dor psicológica. Me sentia fraca por não conseguir revidar, por não conseguir me defender. Fico imaginando quantas mulheres passam o mesmo que eu, não existe justiça pra esses filhos da puta.

W7: Isso é pra tu aprender gatona. Quando eu falar pra tu fazer um bagulho, é pra fazer. - Limpou o sangue do meu rosto. Ele cheirava a álcool e droga, seus olhos mostravam isso.

Bárbara: Não encosta em mim! - Tirei sua mão do meu rosto. - Você não é meu dono, não sou uma cachorrinha que tu pode botar numa coleira e sair por aí, mandando em mim. - Tentei me levantar, mas ele me empurrou e chutou minhas pernas.

W7: A partir do momento que tu casou comigo, eu mando em você sim! Você é minha. - Seu tom era de uma pessoa psicopata, reconheço um de longe.

Bárvara: Só me deixa em paz, por favor. - Me encolhi no cantinho da parede.

Minha mãe estaria tão decepicionada comigo. Nunca na minha vida eu abaixei a cabeça pra homem, e sempre disse que homem nenhum encostaria a mão em mim. Mas quando acontece mesmo, é diferente, ainda mais quando ameaçam alguém da sua família.

W7: É só me obedecer moreninha, aí eu prometo que nunca mais encosto a mão em tu. - Puxou meu cabelo e beijou minha testa.

Ele riu e saiu de casa, me ajeitei no chão mesmo e abracei minhas pernas. Minutos depois ele voltou com uma mulher loira, se não me engano, é a nossa vizinha. Os dois passaram por mim e subiram pro quarto. Humilhação...

Pra mim já chega disso! Peguei meu celular e decidi arriscar, era tudo ou nada. Mandei mensagem pra uma pessoa, nesse momento, só ela iria conseguir me ajudar e eu estou disposta a fazer tudo que ele quiser pra protejer a minha irmã. Inclusive destruir a minha carreira!

Fiqui pensando se enviava ou não e no final, eu apertei pra enviar a mensagem. Respirei fundo, peguei a chave da minha casa e saí do jeito que eu estava mesmo, toda machucada suja de sangue. Algumas pessoas me olhavam como se fosse um animal, provavelmente com pena. Mas ninguém vinha me perguntar se eu tava bem ou não, as pessoas só fingem que se importa.

Tainá: Babi? - Agarrou meu braço, seu olhar era de desespero. - Ele fez de novo... Caralho, que ódio desse homem. - Limpou o sangue no cantinho da minha boca.

Bárbara: Isso vai acabar, eu te prometo! - Abracei ela, que começou a chorar muito. Mas muito mesmo, pensa em um choro de agonia.

Tainá: Preciso te contar uma coisa, mas antes, você precisa olhar seu notebook. Eu deixei tudo lá, você é advogada, pode comseguir montar provas contra aquele filho da puta! - Limpou suas lágrimas.

Bárbara: Eu tô desesperada, Tainá. Faço qualquer coisa pra ver aquele homem na merda, só preciso de algo concreto. - Falei num certo desespero.

Tainá: O Weverton e alguns colegas dele de facção, tem fotos suas... - Olhou para os lados.

Sua fala foi interrompida quando um som alto de tiro foi disparado. Segurei sua mão e tentamos correr junto com as pessoas que também tentavam se esconder. Mas paramos quando a Tainá tomou um tiro no peito, em cheio...

***

Coração BandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora