Coração Bandido

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Tainá Passos

Me joguei no sofá e peguei meu celular. Sorri ao ver a mensagem do Anjinho, o macho da piroca enorme que eu transei lá no Rio. Ele pediu meu número, mas não imaginei que ele fosse me procurar, já que pelas fofocas, ele é cheio de mulher, braço direito né. Achei que eu tinha tomado o chá, mas ele que tomou. Amei!

Fiquei conversando com ele por alguns minutos e sorrindo igual uma idiota. Ele queria que eu fosse pro Rio de Janeiro, se prontificou até a pagar minha passagem e estadia. E o pior, se ofereceu pra me buscar aqui em São Paulo. Um luxo.

Era papo de assumir aqui, assumir ali. Pena que nesse jogo eu não caio, ainda mais em papinho de bandido. A história da minha irmã é um belo exemplo disso. No começo tudo é flores, e eu espero que o final também não seja...

Me levantei quando escutei alguém bater no meu portão. Coloquei meu celular pra carregar e saí de casa, abri o portão e dei de cara com o escroto do W7.

Tainá: O que você quer? Tô ocupada! - Tentei fechar o portão, mas ele foi mais rápido e impediu com a mão.

W7: Nós vamos trocar uma idéia agora! - Segurou meu braço com força e me arrastou pra dentro de casa.

Fechei os olhos quando ele me jogou no sofá e me lembrei de tudo o que aconteceu à anos atrás... Queria apagar essas memórias da minha cabeça, só queria esquecer de tudo.

W7: Tá vendo isso aqui? - Apontou pro rosto dele, onde tinha a marca de cinco dedos. - Tua irmãzinha vagabunda que quis crescer pra cima de mim e eu já até sei que foi você que botou pilha nela.

Coloquei a mão na boca e me segurei pra não rir, finalmente a Bárbara tava mostrando quem ela realmente era, a bicha é porra louca. E foi muito mais que merecido, deveria ter feito pior.

Tainá: Primeiramente, para de chamar a minha irmã de vagabunda. Segundo, se ela fez isso, foi porque você mereceu. Não é o que você diz, quando agride ela?

W7: É, mas agora tu que vai se foder. Eu mandei tu se afastar dela, falei pra tu ir embora daqui, não quero você perto da minha mulher porra! - Gritou comigo e eu me encolhi. - E eu vi pelas câmeras de segurança que tu entrou na minha casa, o que fez lá hein?

Fiquei em silêncio, não ia dizer que coloquei as fotos dele apontando uma arma pra cabeça da minha irmã, no computador dela. Se eu falar, sei bem que ele vai apagar tudo, e meu esforço não vai ter valido de nada.

W7: Vai falar não, filha da puta? - Me puxou pelo cabelo e eu só continuei em silêncio - Tá certo! Mas tu tá ligada que ela vai sofrer por tua culpa né? Eu vou arregaçar a cara dela e entregar isso aqui pra justiça. - Jogou uns papéis em cima de mim.

Peguei os papéis e olhei pra tudo rapidamente. As fotos eram as mesmas que eu havia visto aquele dia, mas tinham outras e eram dez vezes pior. E pra completar tinha o caso do Luiz de Souza, e o caso de outro cara importante aí. Meu Deus, a Bárbara...

Tainá: Você é nojento, tu sabe que esse caso foi em legítima defesa... Ela não fez porque quis, você obrigou ela, seu pedaço de merda. - Limpei minhas lágrimas que caíam.

W7: Foda-se, eu te mandei o papo e tu não levou a sério, agora veja os bagulhos acontecerem. Tua irmã tá fodida na minha mão, vou estragar a vida dela e a sua junto. - Pegou seu celular e falou alguns segundos com um cara.

Tainá: E se eu contar pro chefe daqui, o que o gerente dele anda fazendo? Tu sabe bem que as coisas que tu faz, são inaceitáveis, se o tal tribunal do crime te pega...

Como eu já esperava, ele virou a mão na minha cara com força. Os olhos dele mudaram completamente, sua expressão corporal também. Já sei o ponto fraco dele... Porra!!

W7: Você vai contar? Certo. - Pegou o celular novamente e falou algumas coisas sobre pegar a Bárbara e fazer certas coisas... - Agora vocês duas vão conhecer a porra do inferno! Se preparem.

Tainá: O que você vai fazer com ela? Por favor, não faz isso de novo, você não tem ideia de como aqueles caras machucam ela... - Chorei, as fotos eram horríveis.

W7: Pensasse nisso antes, puta do caralho. - Saiu batendo a porta.

Meus deus... Que merda eu fiz? Nós duas não temos nenhuma saída, por mais que eu saíba todos seus pontos fracos, ele sempre consegue reverter a situação à seu favor. Minutos depois, a porta foi aberta novamente e por ela passou dois homens enormes, de novo não.

Precisamos de uma saída, de uma luz...

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