XVII

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P.O.V Esther.

    Abro os olhos piscando algumas vezes para me acostumar com a claridade que vinha da janela, assim que uma ardência toma conta da minha bunda me lembro do dia anterior.

   Quase tomo um susto quando me dou conta que Eric está sentado ao meu lado da cama, já vestido para o trabalho.

    - Trouxe uma pomada, para os machucados. - Coloca próximo a mim.

   Intercalo o olhar entre ele a pomada e olho para o nada sem respondê-lo. Me levanto com dificuldade pela ardência e sigo para o banheiro o ignorando.

   Ele me segue até o banheiro.

    - Eu disse o que aconteceria se me desobedecesse, te avisei desde o início. O anjo que você achou que eu era não é só o que sou... Eu luto diariamente para aprisionar meus demônios... E  não é sempre que eu consigo. E eles foram soltos justo no dia que você descumpriu as regras.

    - Eu não fiz nada, eu não descumprir nada... Eu só vim pra casa esperando por você... Você sentiu prazer enquanto estava me infligindo dor... - O encaro.

     - Eu disse para não se aproximar de outro homem e você fez o percurso da sede até aqui sozinha com um cara no carro. - Responde ácido. - Isso é mais do que eu poderia suportar.

    - VOCÊ CONVERSA COMIGO... VOCÊ NÃO ME BATE... Eu não sei se quero isso... Não pra mim... - Balanço a cabeça.

    Muitas vezes eu apanhei e fui maltrata no prostíbulo... Não vou permitir que isso aconteça comigo de novo.

    - Que escolha acha que tem? Eu comprei você, ou você fica do meu lado, ou nem viva fica. Você sabe que nunca teve escolhe, nem antes de chegar as minhas mãos, te dei o máximo de liberdade que o que eu sou permite.

     Ando até ele o encaro.

    - Então vai ter que me matar Eric... Porque eu não vou mais ser maltrata, não fiz nada, não mereço isso.

     - Sabe que não prefere a morte, se não teria se matado quando foi capturada para ser prostituta. - Argumenta cruzando os braços. - Esse tempo todo eu fui o mais paciente com você, tentei mostrar o melhor de mim e todos os problemas eu resolvi com conversa, mas eu nunca menti pra você, sempre avisei que eu não era um anjo, seu salvador. Tento... Tento ao máximo ficar longe do álcool por isso, é um dos maiores gatilhos pra libertar meu pior lado e eu tive mais uma recaída. Sei que peguei pesado com você, embora você tenha me desobedecido e foi a ÚNICA coisa que eu te pedi para não fazer.

    - A culpa é toda sua Eric... Eu não quero ver você. - Digo secando as lágrimas entrando no box.

     - Não é só minha culpa, nunca esteve nisso desavisada. Eu vou fazer uma viagem com Nádia para fazer uma vistoria no cassino, volto em três dias. Tem razão, ficar longe de mim vai te ajudar... Três dias, é o máximo que posso te dar, nem tente fugir ou fazer alguma coisa, vai estar vigiada e saiba que eu sou dono de mais coisas do que pode imaginar, para onde tente ir, eu te acho. - Bate a porta.

     Desabo no chuveiro chorando copiosamente enquanto a água fria bate na minha bunda me fazendo sentir a ardência... Quanto mais arde mais eu sinto ódio de Eric.

    O dia seguiu com meus nervos a flor da pele e até tive que tomar um calmante que dou para Nádia. Até a hora do almoço que fui com Ana e Angel para escolher o vestido de noiva dela.

   - Sempre achei que você faria o estilo princesa. - Digo a olhando no vestido de noiva.

    - É o que parece, não é? Mas eu estou mais afim do estilo clássico, uma coisa mais sóbria e elegante.

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