XV

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P.O.V Esther.

   Olho para a contagem do elevador e encaro em silêncio quando Eric entrar no mesmo com uma cara de ressaca. Quando eu saí hoje de amanhã ele ainda está dormindo.

   Ele bufa com força, passando a mão pesadamente no rosto a ponto de fazer sua pele repuxar.

    - Sua cara está péssima. - Comento baixo.

    - Não só ela, meu humor e minha cabeça também.

    - Me admiraria se não estivesse. - Suspiro. - O tanto que bebeu ontem foi um milagre não precisar de glicose na veia. - Alfineto.

    - Não é a primeira vez, meu organismo está acostumado.

     Me preocupa muito que ele beba tanto e que fiquei tão violento e descontrolado. Esta claro para mim que ele tem um problema com a bebida.

    - Deveria ser a última. - Respondo com raiva. - Porém eu não deveria culpar a bebida por tudo de horrível que me disse... Nós só dizemos bêbados o que queremos dizer sãos e não temos coragem.

    - Não começa, Esther. Minha cabeça está cheia e você ao invés de me confortar quando precisei só fez me condenar mais.

    - Ah desculpe... Eu deveria ser muda e perfeita... - Digo extremamente magoada.

     - Não, você deveria parar de ficar tentando amenizar coisas sérias, tentando invalidar meu surto com isso como se eu estivesse agindo fora de proporção! - Responde. - Às coisas aqui são sérias e as consequências também, principalmente sobre mim. Então não fique me pedindo calma quando não é possível, você não se prejudica em nada mas eu sim, então eu sei como reagir e estou no meu direito.

     - Se você se prejudica, eu me prejudico... Porque me importo com você... - Digo baixo tentando esconder as lágrimas.

    - Não foi o que fez parecer, fez parecer que só não queria aguentar o meu estresse. - M olha também magoado.

   Seco as lagrimas porém tomo um susto quando o  elevador para com um solavanco me fazendo gritar e por instinto pulo nos braços dele.

    - AHHHH... - Grito vendo as luzes picarem.

    - Porra! - Pragueja segurando meu corpo de forma protetora.

    - O que é isso? - Olho assustada. - Não quero morrer. - Digo me agarrando nele.

    - Já é a segunda vez que isso acontece. - Comenta para me acalmar. - Não vai morrer, mas o homem da manutenção vai. - Rir de lado meio nervoso e aperta o botão de emergência. - Agora temos que esperar. - Suspira.

    Só então noto nossa proximidade e me lembro da situação que estamos então me afasto sem jeito.

    - Já basta os problemas que tenho,não quero ficar mal com você.

    - Você me magoou Eric... Disse que eu não sirvo pra nada além de corrigir relatórios, que eu não sou relevante... Isso me machucou e me assustou... Me assusta saber que pode acontecer quando você está bêbado. - Me encosto na parede gelada.

     - Também estou chateado, Esther. Já estava chateado! Quando eu surtei por algo com toda razão a única coisa que você fez foi defender os outros e dar as costas a mim. Não queria ter dito aquilo só que eu estava com raiva, e continuo a dizer que seu lado é muito mais fácil que o meu, por isso você não compreende.

    - Só não quero que desconte suas frustrações em mim... Eu estou aqui para ser seu bote expiatório.

    - Vamos deixar isso de lado. - Pega minha mão.

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