XXIV

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P.O.V Esther.

    Amarro meu robe por cima da camisola e saio do banheiro vendo Eric entrar pela porta. Estava tão nervosa quando cheguei que tomei uns três calmantes de uma vez só.

    Estou anestesiada e não consigo sentir nada...

    Ele para na minha frente e me encara envergonhado.

    - Philipe e Nadia foram para a casa dele... Eu não estava me sentindo bem para fazer o jantar para eles. - Digo calma sem olha-lo.

    - Esther, me desculpe... - Se aproxima.

    Fico em silêncio não querendo mais responder.

    - Esta pronto para a reunião amanhã? - Mudo de assunto seguindo para o closet. 

     - Estou falando com você, Esther. Você viu que eu não quis ficar perto dela, que não a suporto e desprezo tudo que ela é. - Vem atrás de mim.

     - Eu entendi... Você não queria, você não suporta... Mas você fez e vai continuar fazendo porque é obrigado.... Eu fiz o que me cabia, ficar quieta, deixar você resolver... Eu sei o meu lugar... Sei que não sou nada aqui e que não tenho poder nenhum... Não quero mais fala sobre isso...

    - Não fique assim comigo... - Se aproxima mais ficando a um passo de mim. - Esther, sabe que eu te amo e só estou nos prestando a está situação terrível para preservar o que realmente importa, você.

    Acabo sorrindo fraco.

    - Não me sinto preservada... Me sinto humilhada. - Digo olhando no espelho vendo o semblante de alguém derrotada.

     - Eu sei, eu vi o quão humilhante aquilo foi pra você e acredite que ela vai pagar em dobro por isso. Também é humilhante pra mim ter que ser ameaçado por uma qualquer com as vontades do meu pai. Se eu pudesse largaria tudo isso por você, para ficar com você em paz... E juro que o motivo da minha permanência aqui é por esse cargo idiota, eu quero o cargo mas quero você ainda mais. O problema é que se eu sair, meu pai vai te culpar... Vai culpar essa relação, e ele vai agir contra você, vai te matar.

     - Ok... - Assinto. - Eu não quero mais saber, vou ficar em silêncio e deixar você resolver... É meu lugar. - Digo para mim mesma tentando me convencer.

    A corda sempre arrebenta para o lado mais fraco.

    - Esther... - Me puxa para ele, inalando meu cheiro fechando os olhos.

    - Me solta. - Peço baixo.

   - Por que? Não me quer mais? - Começa a ficar mais sério me encarando.

    - Estou cansada Eric... De tudo isso... Me solta... - Peço mais um vez.

     - Vai ficar me rejeitando agora? Isso só vai nos afastar mais... - Diz magoado sem me soltar.

    - Seu pai vai conseguir o que quer... Porque você sempre vai fazer o que ele quer... Porque você não tem poder para me defender, não quero sentir mais a dor que estou sentindo.

    - O meu poder só vai estar acima do dele quando eu conseguir este cargo, e sinto muito por isso, mas está sendo minha luta, por nós.

    - Ja chega Eric... - Digo seria. - Me larga. - Tento me solta.

   Ele me solta com brutalidade, se afastando.

   - Sua mente deve estar muito presa naquele homem. - Se lembra do italiano. - Desde que o viu só soube dizer que não tenho poder, que não me importo com você e deixar claro que não sou o suficiente.

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