VII

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P.O.V Esther.

   Passei a noite inteira refletindo sobre minha discussão com Eric, sobre o que as meninas disseram e o que Victoria representa.

   Talvez eu tenha exagerado um pouco, talvez eu não devesse ficar me importando com as invenções das meninas e com a grosseria de Victoria.

   Entro no escritório dele só que quando chego perto da porta de sua sala ouço vozes uma delas feminina...

    - Eu depositei o seu dinheiro desse mês. - A voz de Eric é a primeira.

- Todo mês é isso... - A voz feminina vem em seguida.

   Dinheiro?!

    - Nós combinamos, a única coisa que eu posso te dar em troca de tudo é que você aceite isso. Me deixe te ajudar. - Eric insiste.

- Não adianta, Eric. Não é o que eu quero... Você está gastando seu dinheiro atoa para estender isso.

- Nunca diga que é atoa. Você tem que começar a se valorizar...

    Ah canalha...

   - Eu me valorizo. Mas tem coisas que nem todo dinheiro do mundo pode comprar e essa é uma delas... Não estou sendo ingrata, você me conhece. É justamente por gostar muito de você que eu não quero te ver assim, jogando dinheiro para o alto na esperança de que vai mudar algo.

  Não aguento mais e entro na sala nervosa.

   - Ah e então quer dizer que você tem mais uma... Com essa já são duas, me diga quantas mais você sustenta? - Pergunto com raiva. - Comprou essa aí também num prostíbulo ou ela veio no encalço do seu dinheiro... - Olho para os dois. - Responde Eric?

   Vejo que a mulher arregala os olhos com minhas palavras.

    - Esther... - Eric fala duro e repreensivo. - Olha a maneira que fala. - Diz entre dentes.

    Ainda tem a coragem para me repreender... Maldito.

   Ela se levanto da cadeira, ficando de frente para mim, começando a esfregar as mãos que suam uma na outra.

   - E ainda tem coragem de ficar defendendo essa aí... Não tem vergonha? - Pergunto entre dentes.

    - Quem deveria ter vergonha de ser tão precipitada é você Esther. Vamos conversar a sós.

   - Ela é a Esther. - A mulher pergunta olhando para Eric que assente. - Ela não sabe?...

   - Não. Não precisa dizer, Ana... Eu converso com ela. - Eric interfere.

   - Não quero te causar problemas, conta... - Pede.

   - Não é confortável pra você, não precisa disso.

   - Conta o que? - Olho para os dois. - Como sabe meu nome? Aliás quem é você?

   Respira fundo e faz menção de estender a mão mas vendo minha expressão a recolhe.

    - Eu sou a Ana, sou amiga do Eric.

   - Nos deixe a sós. - Eric abaixa a cabeça tentando se controlar ao dar a ordem para a tal Ana.

    - Amiga? Que tipo de amizade é essa que tem dinheiro envolvido? Quantas mais você sustenta em? - Cuspo as palavras.

   Vejo que os olhos da mulher começam a ficar marejados diante da minha acusação.

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