𝐌𝐞𝐮 𝐣𝐨𝐠𝐚𝐝𝐨𝐫
Mariah Lopez:
Deixo minha mala encostada em cima da calçada. Me viro novamente para o taxista. Finjo que o preço absurdo não me afetou. Passo meu cartão já que só tenho euro na carteira.
— Obrigada.— Digo, me virando para a casa. É uma casa bonita, nada extravagante mas muito bonita.
Eu estou no Brasil. A ficha só caí agora, depois de anos, eu estou aqui novamente.
Me aproximo da casa amarela, tocando a campainha. Ninguém atende o portão.
— Está procurando alguém?— Me viro para a voz. É uma voz calma. Ao me virar me deparo com uma garoto de aparência jovem. Sua pele é branca e seu cabelo liso está caído nos olhos. Ele tem um skate embaixo do braço.
— O Marcos ainda mora aqui?— O garoto joga o cabelo para trás, o quê não adianta muito, já que caí novamente em seu rosto.
— Ele está na oficina.— Noto que o garoto forçou mais a voz, para parecer maduro. Sorrio.
— Pode me dizer onde fica a oficina?— Ele me fita.
— Quem é você?— Que burrice da minha parte. Eu teria a mesma reação se visse uma estranha com malas e tudo na porta de sua casa. Calma...
— Você é filho do Marcos? Desculpa, eu sou a Mariah. Eu sou sua prima, se você for o filho dele, então eu sou sua prima.— O garoto não se move instantaneamente.
— Então você é a Mariah.— Choque transborda seu rosto. O quê significa "A Mariah?". Ele põe o skate no chão.— A oficina fica no final da rua.— O garoto passa por mim, abrindo o portão da casa com sua chave. Ele volta para pegar minha mala. Eu tento ajudar, mas ele é mais rápido, já pondo a mala para dentro.— Eu sou o Arthur, meu pai me disse que um dia você voltaria para casa.— Não respondo, sinto o impacto do nome me atingir, e um segundo impacto vem com seu comentário.
O nome do papai. Arthur fecha o portão, voltando para o seu skate. Ele começa a descer a rua, me apresso em seguir o mesmo.
— Você tem uma irmã, não tem?— Tento puxar assunto, ele para o skate.
— Tenho... E minha mãe está grávida novamente. Outra menina.— Então eu tenho outra prima? Isso é incrível.
— Eu queria ter irmãos. Infelizmente eu não tenho, não de sangue.— Nina e Oliver são como meus irmãos, mas eu queria crescer lado a lado com meus irmãos.
— Eu queria um irmão, para ensinar futebol e andar de skate.— A palavra futebol me atinge como um raio. Penso em Vini. Pego meu celular, nada de uma resposta dele ainda, não o culpo, eu também não responderia.
— Sabia que eu já conheci os jogadores do Real Madrid?— O garoto pela primeira vez me encara com curiosidade.
— Nem ferrando.— Sorrio. Pego meu celular colocando na galeria, mostro para ele meu vídeo no Bernabeu.
— Meu melhor amigo trabalha no Bernabeu.— Explico.
— Deve ser ótimo. Ele trabalha com o quê? Vejo Arthur arrumar seu cabelo novamente para trás. Ato mal sucedido, o cabelo volta na cara dele.
— Finanças.— Deixo o tom da minha voz demonstrar tédio.— Não incomoda?— Me refiro ao seu cabelo.
— Um pouco, mas é descolado.— Sorrio. Me lembro de Modrić, o que faz meu coração se esquentar. Viramos a esquina e já vejo de cara a oficina. Arthur devolve meu celular, bem na hora, chega uma mensagem de Nina no visor.
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Meu jogador - Vini Jr
FanficQuando ele é a inspiração de suas músicas, e ela a inspiração de seus gols. Se apaixonar é fácil, mas não quando ele é o jogador do seu time adversário. Mariah, uma brasileira de vinte e um anos que vive em Madrid desde seus dezenove com sonho de se...