🅲🅷🅰🅿🆃🅴🆁 32:

3.3K 238 401
                                    

Alerta de depressão pela frente (risos maléficos da autora)

𝐌𝐞𝐮 𝐣𝐨𝐠𝐚𝐝𝐨𝐫

Mariah Lopez

— Você esqueceu sua bolsa no carro... Não percebeu?— A mulher se recupera, erguendo a bolsa na direção da filha. A mesma busca por uma bolsa invisível em sua cintura, então volta para a mãe.

— Como eu não percebi isso até agora?— Ela pega a bolsa, se levantando para agradecer a mãe.— Obrigada, mama.— Encaro Nina e Oliver em minha frente, e sei exatamente o quê eles estão pensando.— Onde está o pai?

— Ele ficou me esperando no carro... Só tenha mais atenção com suas coisas, querida.— Eu não posso fazer isso. Minha genitora está aqui em minha frente, e eu estou encolhida como se alguém tivesse me humilhado em alguma apresentação da escola.

Ajeito minha postura, me curvando em sua direção.

— Prazer em te conhecer. Mariah Lopez... E a senhora é?— Levo minha mão em sua direção, pondo o melhor sorriso que alguém poderia esculpir.

Tento me controlar, segurando toda a emoção que meu corpo quer jogar para fora. Ela segura minha mão, levando uma corrente inesperada de choque por todo meu corpo.

— Glória Ventura.— Pisco, sentindo o calor de suas mãos pela primeira vez. Eu não consigo desviar o olhar da mulher, porque eu sei que ela sabe que sou sua filha, mas tudo que eu queria é saber o quê passa em sua cabeça.

Largo sua mão. Ventura. Provavelmente seu novo nome de casamento.

— Pode ficar tranquila que sua filha está em boa companhia.— Deixo minha voz soar acusatória.— Ninguém abandona ninguém.— Mantenho o sorriso, deixando a mulher desorientada.

Nina ri baixo, me acompanhando na conversa.

— Como família.— Faço uma rápida troca de olhares com a loira, que se detém em sua bebida, tendo um motivo para não rir.

— Muito bom saber disso... É um prazer conhecer todos vocês, mas meu marido está me esperando no carro.— A elegância da mulher é notável. Está mais que óbvio que a única coisa que temos em comum é o mesmo sangue.

— Dizemos o mesmo, senhora Ventura.— Vai ser isso? Ela vai voltar para o carro, e para sua vida como se nada tivesse acontecido? Eu sou um nada para ela?

A mulher dá a volta nos calcanhares antes de começar a se distanciar. Troco um olhar afobado com Nina, e pela sua expressão, sei exatamente o quê ela está se referindo. Vai.

Me levanto, Madeline me encara.

— Acho que tomei muito café... Vou ao banheiro rapidinho.— Não espero por uma resposta, porque sei que não tenho tempo para isso. Ando para longe, tentando preparar um discurso benevolente para a mulher.

Me odeio no momento que a alcanço, porque por mais que eu consiga compôr uma música em minutos, as palavras foram arrancadas de minha cabeça.

— Glória.— A chamo. É tudo. No momento, é tudo que eu consigo dizer, é tudo que eu consigo formular. Seu nome.

Ela se vira, já preparada para entrar no carro, percebo que seus olhos percorrem para trás de mim, na procura de ter mais alguém presente pra escutar a nossa futura conversa. Se é que posso chamar de conversa.

— Madeline esqueceu mais alguma coisa?— Então esse será o joguinho que ela fará? Fingir que não me conhece? Fingir que eu simplesmente não saí de dentro dela? Que ela não me carregou durante nove meses na barriga.

Meu jogador - Vini JrOnde histórias criam vida. Descubra agora