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Rain on.

Eu passei os dias seguintes resumidos em tentar não pensar no Tony e em tudo o que eu já tinha passado com ele. Ele ter aparecido foi como se uma avalanche de memórias tomasse conta da minha da minha cabeça.

Recebi uma mensagem dele no insta pedindo meu número, dizendo que tinha algo que precisava conversar comigo. Meu coração acelerava só de imaginar. Será que finalmente ele havia percebido quem eu era na vida dele?

Eu não conseguia tirar da mente essa ideia, e nos meus planos eu tinha uma vingança dando finalmente um fora nele.

Era algo que eu precisava pensar.

Decidi passar meu número, a curiosidade falou mais alto. Ele marcou um café no mesmo dia em que eu teria trabalho em estúdio com a banda, então o plano seria basicamente sair de lá, e ir até ele em seguida. A única exigência dele era irmos sem nossos parceiros. De minha parte estava ótimo, tendo em vista que eu realmente não tinha.

Durante a nossa produção, eu não consegui esconder muito bem o nervosismo, e estava torcendo para que acabasse logo. Mesmo tentando manter toda a concentração ali, eu não conseguia manter o foco por muito tempo.

-Está tudo bem, Rain? -perguntou Swiss.

Assenti.

-Você parece diferente... Se precisar conversar, estou aqui...

-Obrigado!! Mas só estou um pouco preocupado com algo fora daqui.

Sodo veio tocando sua guitarra enquanto cantarolava:

-Cum together...

O encarei.

-Tenho certeza que essa não é a letra que o Papa compôs.

-Isso é um fato... Mas essa é a minha versão! -falou e apertou minhas bochechas antes de sair.

Revirei os olhos. Swiss deu risada.

-Qual é a de vocês?

-O Sodo ama me tirar do sério, como você pôde perceber.

-Se não caírem na porrada é lucro.

-Eu não sou adepto de violência, então não temos esse risco.

-Se tivesse, você não teria tomado café na casa dele né?

Com toda a certeza eu fiquei vermelho nessa hora.

-Eu só estava ajudando a cuidar do Théo.

-Sim... Claro!

-Que tal voltarmos ao trabalho? Tenho compromisso ainda saindo daqui.

-Compromisso com Dewdrop?

-Muito engraçado, mas não!

E assim, quando terminamos, fui ao encontro do meu ex filho da puta.

Quando cheguei, lá estava ele: pleno, e com o perfume marcante de sempre.

-Olá! -falei sentando à mesa.

-Oi... Como você está? -ele se inclinou e cumprimentou com um beijo no rosto.

-Estou ótimo.

-Eu já fiz o pedido para nós, tomei a liberdade de pedir aquele cappuccino que você adora, tudo bem?

Dei de ombros.

-O que você quer comigo?

-Calma... Vamos começar a conversar primeiro...

-Vá direto ao ponto, Tony! Meu tempo é curto.

-Eu posso imaginar...

O encarei.

Sweet & Psycho - Dewdrop e RainOnde histórias criam vida. Descubra agora