Quando o dia clareou, deixei o remédio do Theo separado para acordá-lo na hora certa, e poupar seu sono ao máximo. Enquanto não chegava o horário, aproveitei para preparar o café dos meus meninos. Saí da cama e dei um beijo no Theo, e um no Rain, que despertou com meu toque.
-Bom dia, Rainy! –sussurrei- pode dormir, eu já volto!
Ele suspirou, e olhou para o lado, tendo Theo em seu campo de visão.
Os deixei e fui me dedicar à nossa refeição.
Cortei as frutinhas do Theo, fiz um copo de suco, sanduíches para todos nós, e café bem forte para o Rain e eu, precisaríamos.
Enquanto deixei o café passando, fui novamente até o quarto, mas um pouco antes de chegar, ouvi a risada alta, porém um pouco longe, do Theo. Isso me fez sorrir, e me deixou muito curioso em saber o que estava acontecendo.
Bati na porta, a abrindo.
-Posso entrar?
-Veeem papai! –gritou do banheiro.
Fui até eles, parando na porta.
Theo estava em pé dentro da banheira, com espuma na cabeça, colocando também nos cabelos de Rain, que estava sentado no chão, apenas de boxer, com o vidro de shampoo na mão.
-O que vocês estão aprontando?
-Estou dando um banho no papai Rain.
Agradeci mentalmente por Rain ter conseguido leva-lo para o banho, pois ele estava precisando.
-Deixa o papai Rain bem cheiroso, meu amor!
Ele assentiu, e olhou para o Rain, derramando água por cima de sua cabeça usando a esponja.
-Você estava precisando papai.
Eu não aguentei e ri.
-Ah era eu né? Espertinho.
Ele começou a imitar o "rugido" de um dinossauro para o Rain, que sentou na borda da banheira e o puxou delicadamente apoiando sua mão nas costas do Theo.
-Vem cá, dinossaurinho! Vamos limpar esses cabelinhos com cuidado para não doer.
Theo então ficou quietinho, sentindo Rain lavar seus cabelos, com uma expressão de medo... medo de sentir dor.
-Au! –sussurrou, fechando os olhos.
-Desculpa, príncipe!
Rain deslizava seus dedos delicadamente pelos fios do pequeno, e eu não aguentei essa fofura toda, e me ajoelhei ao lado dele também, e o ajudei a dar banho no nosso Dino. Mas eu não saí ileso, Theo me molhou também, e caiu na risada.
-Você também precisa de banho, papai! –falou Theo, encharcando mais uma vez aquela esponja e jogando água novamente.
Não teve jeito, aquele banho demorou mais tempo que o previsto, porque ao invés de banho, virou uma grande brincadeira, minha barriga já estava doendo de tanto rir.
Por um momento Theo esqueceu que estava com o braço machucado e fez um movimento meio brusco, e sentiu uma dor terrível, chorou um pouquinho. Mas foi rápido para distraí-lo novamente e fazê-lo esquecer da dor. Essa foi a deixa para sairmos da água e finalmente tomarmos café.
Foi a primeira vez que o vestimos depois que ele voltou, e ficamos morrendo de medo de machuca-lo, mas no fim, deu tudo certo. Tanto em relação ao corte dele, como o braço. Deixamos ele com roupas bem confortáveis, e finalmente ele estava limpinho e cheirosinho. Toda aquela brincadeira fez ele gastar energia, e quando sentou à mesa, estava com tanta fome que comeu tudo.