O outdoor ficava exatamente no meio, entre um prédio, e um hotel abandonado, ele podia claramente estar em qualquer um dos dois, pois aquele hotel podia ser tanto o local onde ele se escondia, como uma pista falsa, e isso, levando em consideração que aquela foto era uma pista, e seríamos muito ingênuos se pensássemos que não estávamos sendo observados.-Eu... eu vou tentar conversar com ele! Não é a primeira vez que ele surta, quem sabe ele desista de seja lá que plano ele está bolando! -disse Tony pegando novamente o celular, e ligando para o companheiro.
-Pelo amor de Deus, eu não vou ficar aqui parado enquanto meu filho está nas mãos desse verme! -falei furioso.
Ele deixou no viva voz para que pudéssemos ouvir também, e começou a chamar.-Sentiu saudades, meu amor? -Drake atendeu, com uma voz cínica, e eu poderia matar esse cara só com a força do pensamento.
-Drake... -Tony tentava manter um tom aparentemente calmo- eu preciso que você me escute... por favor!
-Sou todo ouvidos, querido!
-Drake, liberte a criança, e eu estarei aqui, faremos o que você quiser, iremos para onde quiser, só, deixe esse garoto voltar aos pais dele, por favor!
-Tony, eu realmente não entendo por que você se preocupa tanto com esse monstrinho, isso só me prova ainda mais que os motivos para querer se afastar de mim são aquele garoto infernal que nem te quer mais!
Eu senti o meu sangue ferver ao ouvi-lo falar dos meus garotos daquela forma, e comecei a escalar aquele portão, mas Rain me segurou pela camiseta.
-Não, Drake! Você está enganado, o que eu sentia por ele passou, na verdade, eu nunca senti nada tão grande assim por ele, só me incomodei quando o vi com outra pessoa, mas se eu quis terminar com você, foi exatamente por essa obsessão doentia que você tem. Mas nós podemos conversar, e tentar de novo, nunca é tarde... me diz onde você está.A voz dele ecoava sutilmente, o que indicava que eles não estavam em um local habitado, logo, a probabilidade era realmente o hotel.
-Eu posso te ajudar a melhorar, Drake, assim como você pode me ajudar também! Podemos fazer isso juntos, mas apenas nós, não tem necessidade de envolver outras pessoas... só... não faça nada que possa se arrepender... algo que não tenha volta... que de fato nos separe.
-Você está mentindo!
-Não, Drake! Não estou! Eu vim até aqui por você! Se fosse apenas pela criança quem estaria aqui era a polícia. Eu só não quero que você faça algo contra ele, porque sou eu quem você quer!
Houve um curto silêncio.-Prove o que está dizendo, e posso pensar no seu caso.
Todos nós respiramos um pouco mais aliviados.-Quarto 52, no hotel abandonado, e nem pense em dar uma de espertinho, ou as consequências serão caras! -e desligou logo após falar.
Eu engoli em seco.No tempo da ligação Camille já tinha enviado aos policiais a nossa localização.
-Vamos fazer o seguinte... primeiro Tony vai, e tenta conter a situação, nós vamos em silêncio para dar suporte e tentar pegar nosso pequeno! -Rain falava, de olhos fechados, quase esperançoso.
Nós caminhamos lentamente, tentando não fazer barulho e para nossa grande surpresa, a porta 52 não dava acesso a um quarto, mas sim, uma espécie de recepção. Tony foi na frente, e Rain e eu logo em seguida, porém, em uma distância considerável. Lá de fora podíamos ouvir a vozinha abafada de Theo, certamente estava amordaçado, e chorando, mesmo de longe dava para perceber que seu choro era de puro medo.
Tony entrou na sala, de vagar, com as mãos erguidas para mostrar que não estava armado.
-Oi, amor! -ouvimos Drake falar.
Nós ficamos grudados na parede, tentando não sermos vistos, apenas ouvindo as dicas que Tony passava discretamente.