Capítulo 23

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Rosalee e Alice subiram com Sarah para o segundo andar. Sarah se olhou para o espelho...ela viu quem realmente era de verdade. Mas com a mesma rapidez que apareceu, logo ela já estava normal, como se nada tivesse acontecido.

_Sente alguma dor meu amor_ Alice segurou em suas mãos_ Está te machucando?

Sarah negou. Seus olhos fugiam do contato visual de sua madrinha, até mesmo para Rosalee ela evitava olhar.

_Sarah, não tem que sentir vergonha de nós_ Rosalee toca em seu braço_ Todos nós somos diferentes, não a motivos para se esconder.

_Viu a forma como eles me olharam?_ Sarah a encara_ Até mesmo vocês duas me olharam com a mesma expressão_ Rosalee abriu a boca para dizer algo, mas Sarah a interrompeu_ Não é como ser um Wesen Rose, não existe mais ninguém com eu...as pessoas me vêem como uma aberração.

Sarah se afasta e vai para a janela. O modo como os outros olharam para ela, como ele a olhou...o detetive pareceu ter repulsa, e como não teria, ele é um grimm.

_Você não é uma aberração meu amor_ Alice disse com a voz embargada_ Você é a minha garotinha...sempre será a minha garotinha.

Sarah fechou os olhos, uma lágrima escapou de seus olhos e desceu por sua bochecha corada.

_ Podem me deixar sozinha...só um pouco...

Rosalee pegou Alice pela mão, e mesmo contra sua própria vontade, a mãe de Monroe se deixou ser levada para fora do quarto.

Sarah sentou na cama e  dobrou as pernas na altura do peito, e abraçou os joelhos.

Quem em sua sanidade perfeita teria coragem de me amar de verdade como um ser humano normal, sendo quem sou? Sabendo o que existe dentro de mim... nunca! O que tenho de mais de valioso é meu próprio útero, a única coisa que faz um homem me querer...

Esse era seu pensamento. Uma dor no peito a fez derramar mais lágrimas. Como dizer a  ele que a fênix dentro dela o escolheu...se o grimm parecia ter repulsa?

No andar de baixo, o jantar continuou, mas sem a mesma energia de antes. Alice tinha os olhos vermelhos pelo choro silencioso, Monroe também tinha o rosto vermelho e o olhar triste. Rosalee puxou uma conversa com Hank e os outros...mas nada muito alegre. Nick nem na comida tocava, ficou encarando o próprio prato.

Trubel percebeu, mas achou melhor não tocar no assunto, sendo que ela mesma não conseguia comer. Nick se levantou da mesa chamando a atenção.

_Com licença_ Ele disse baixo_ Vou ao banheiro.

O grimm se retira da sala de jantar. Nick sobe as escadas em direção ao banheiro, ao passar por uma porta, ele pode ouvir um choro baixo...mas muito doloroso. A porta se encontrava entreaberta, ele olhou pela abertura e a viu sentada de costas para a porta. Seus ombros tremiam.

_Você está bem?

Era uma pergunta idiota, mas ele não sabia o que dizer.

_Eu quero ficar sozinha_ Sarah se levantou rápido da cama, e Nick pode ver seu estado, a maquiagem borrada e seu rosto marcado por lágrimas. Suas mãos trêmulas foram para seus cabelos, na tentativa de arrancar os grampos que prendiam algumas mechas.

Nick andou até ela e segurou suas mãos. Sarah tentou se soltar mas o grimm a segurou firme contra seu corpo.

_Quero ficar sozinha_ Seu olhar estava ocultado pela escuridão do quarto, mas pelo seu corpo trêmulo, Nick sabia que ela não estava nem perto de estar bem_ Você não pode ficar aqui...eu posso machucar você...detetive...

_Nick!_ Ele disse a olhando_ Me chame de Nick. Já vi muitas criaturas desde que descobri que sou um grimm...e você é a mais bonita de todas elas.

Nick passou os dedos no rosto de Sarah, e então ele a puxou pela nuca e fez o que vinha desejando a alguns dias...ele a beijou.  Sarah sentiu quando ele apertou sua cintura e a empurrou com o corpo para a parede.

Do lado de fora, uma ventania se iniciou, e relâmpagos desenharam o céu. Sarah nunca havia sido beijada dessa forma... nunca. Nick se afastou ofegante, ele pode ver a íris dos olhos da ruiva em tom de dourados.

[...]

Austin olhava a cidade da sacada, a brisa suave mudou, dando lugar a um sopro mais forte e ele viu quando o primeiro clarão ascendeu no céu. Ele fechou os olhos sentindo o ódio tomando conta de seu corpo.

_Vossa alteza sabe o que significa isso, não sabe_ Caius disse ao se aproximar_ Parece que seu pequeno passarinho fez sua escolha...

Austin abriu os olhos. A porta é aberta e um de seus  homens entra arrastando pelo braço a antiga hóspede de seu castelo.

_Se aproxime_ Ele faz um sinal com os dedos_ Creio que só você saiba me explicar...o que significa essa mudança climática tão repentina, não é.

A mulher negou e desviou o olhar. Austin a puxou pelo cabelo castanho avermelhado a fazenda gritar e a coloca de joelhos de frente para a sacada.

_OLHE_ Ele puxa seu queixo com força e a obriga olhar para fora_ Já estamos a muitos anos dividindo o mesmo teto, minha doce e querida Sophie...você não mentiria para mim não é...

As lágrimas desceram pelo rosto da mulher, ela nega.

_Ótimo..._ Ele diz em seu ouvido_ Então me diga, o que significa isso...

Sophie respira fundo.

_Ela já escolheu...e ele a aceitou.

_AHHHH.

Austin joga um vaso na parede. Sophie se encolhe.

_O tempo está passando..._ Ele diz e caminha até a mulher que ainda estava no chão_ Logo, logo...você, eu e sua linda filha...vamos formar uma linda família, nem que eu tenho que deixá-la inválida para isso acontecer...eu juro por deus que ela será minha!



O Grito da Fênix ( Grimm)Onde histórias criam vida. Descubra agora