04- Homem de negócios

158 14 1
                                    


Naquela mesma noite depois do encontro entre Kan e Phat, teve um pequeno acontecimento no bar de Bean.
Fort que era um pouco mais novo que Bean, mas mesmo assim era seu amigo, tinha quase quebrado o bar inteiro depois de beber um pouquinho, haviam dois homens brigando por ele, Bean presenciou de longe.
Deixou os rapazes descarregarem pra depois limpar a bagunça.

Depois de emprestar o carro a Fort para levar um dos seus amantes de cabeça rachada embora. Bean foi com o carro de um de seus homens para casa. Estava cansado aquela noite, não gostava de brigas no bar, mais toda noite tinha uma, muitas vezes eram por mulheres, agora eram por homens, Bean não entendia bem, aceitava seus amigos do modo que eram, mas ele mesmo preferia as mulheres.

Ultimamente na verdade nem estava saindo com ninguém ou namorando muito. Seus negócios estavam com alguns problemas e havia disputa entre as famílias por causa de alguns negócios. Ser o chefe nem sempre era fácil. As disputas as vezes acabavam com muitos tiros e sangue.

Mas Bean cresceu naquele mundo. Seu pai, seu avô. Sua descendência. Ele era um herdeiro da máfia.
Chegou em casa e não conseguiu descansar, teve que sair por que alguém da família tinha sido baleado novamente. Agora restava saber se vai direto vingar seu homem ou ir ver se o rapaz está vivo ou morto.

Essa vida é bem cansativa, mas Bean não reclama, pelo contrário, gosta de ser o chefe, não tem medo de quase nada, seu pai se aposentou a pouco tempo, mais todos o respeitavam como chefe desde antes de seu pai sair.
No fim Bean passou aquela noite em claro, mais um dia que ia virar sem dormir.
Seu carro foi entregue em sua casa um pouco antes do meio dia. Ele mal almoçou, trabalhou a tarde toda e no fim da tarde resolveu sair para comer no seu restaurante.  Ele tinha vários negócios na verdade como fachada para alguns outros negócios bem ilegais que fazia.

- Chefe...
Bean que ainda não tinha entrado no carro parou para conversar com um subordinado.
- O que foi?
- Estão fazendo perguntas pelo bar, sobre o Fort.
- Quem diabos esta querendo mexer com aquela criança?
-  Seguimos quem estava perguntando.
- Quando descobrir quem é que mandou, continue seguindo essa pessoa. Quero ver quem se atreve a mexer com um de meus amigos e com qual intensão.

Dito isso foi ao restaurante.  Lá sempre era recebido pelas inúmeras garçonetes, aquele lugar era conhecido por ter as mulheres mais bonitas da cidade trabalhando.  Bean não se envolvia muito com os funcionários, ocasionalmente uma ou outra vinha sendo gentil para o seu lado, mas ele se mantinha frio, no local de trabalho tudo tinha que ser certo, não bastava o bar que já tinha problemas o suficiente por conta das brigas.

Durante o jantar recebeu um recado de que tinham encontrado quem baleou seu homem, ou seja precisava voltar ao trabalho. Só terminaria a janta.

O ambiente do restaurante era agradável, mas Bean estava sempre tão ocupado que mal olhava para os lados. Hoje em especial estava mais ocupado do que nunca e assim que terminou levantou rapidamente, esbarrando sem querer com uma das meninas que estava recolhendo os pratos da mesa atrás dele.

- Me desculpa senhor.
A moça ficou um pouco atordoada.
- Não tem problemas.
Bean sorriu, por um instante pensou que a menina fez de propósito, as vezes elas faziam isso e muito mais para chamar sua atenção. Mas a moça não levantou os olhos nem um minuto para olhar para ele.

- Kanya, você sabe fazer alguma coisa certo?
O gerente chegou repreendendo a moça.
- Desculpe patrão
- Não foi nada de mais, sério. -Bean respondeu o gerente, mas seus olhos não saiam da moça que por nenhum segundo olhou nos seus olhos.

Tinha algo diferente nela, mas não sabia bem ao certo o que era.

Seu telefone tocou, era urgente ir resolver aquele problema.

No geral Bean era uma pessoa calma e muito pacífica, gostava de rir brincar, até ser muito carinhoso com todos ao redor. Mas quando os problemas surgiam as pessoas sentiam muito medo dele, era como o médico e o monstro e um demônio tomava o lugar da pessoa doce e bondosa que ele era.

Pelo olhar que ele fez ao atender o telefone até mesmo o gerente sabia que não era mais o Bean pacífico que estava ali e sim o Bean perigoso. Logo após o chefe sair levou Kanya para trás.
- Desculpe mais você é muito desastrado não pode mais ficar aqui.
- Por favor, sabe que não vou conseguir trabalhar em lugar nenhum, a gente se conhece desde o ensino médio, você não é meu amigo? Até me deu essa oportunidade.
- Sou seu amigo Prem mais infelizmente eu te conheço mesmo, você é muito desastrado e não vai conseguir ficar aqui.
- Meu nome é Kanya!
- Seja qual for o seu nome, você acha que vou manter meu emprego se descobrirem seu segredo? Melhor juntar suas coisas e sair, sinto muito.

Kanya suspirou fundo concordando,  logo estava caminhando desanimada para o ponto de ônibus. Não conseguiria outro emprego, ninguém lhe dava oportunidade por ser quem era. Já não sabia mais o que fazer ou que caminho tomar....

Não muito longe dali Bean recebe a ligação de um de seus homens, já tem a ficha completa de quem está atrás de Fort.
- Se mantenha um pouco distante, mas continue seguindo ele discretamente. Se achar que Fort corre perigo de vida você intervém. Se não, pode deixar, vamos ver até onde esse tal de Gear vai. E do que ele é capaz.

Bean encerra a ligação, tem realmente muitas coisas para fazer. Estar na família nunca foi fácil, nunca será fácil na verdade, mas é o seu legado.

Nos pertencemos Onde histórias criam vida. Descubra agora