Bean não consegue puxar o gatilho.
Ele estava acostumado a matar sem arrependimento, ainda mais nesse caso que ele foi enganado e, particularmente odiava mentiras.
Mas, algo naquela pessoa o fazia fica indeciso, ele não sabia se eram os machucados espalhados por aquele corpo, o braço provavelmente quebrado, Bean não consegue explicar realmente o que o impede de simplesmente puxar aquele gatilho.
Ele tinha dado o seu recado, mas porque aquela pessoa tornou a ir atrás dele? O que ela pretendia com isso? Tinha algo realmente a dizer?
Kanya sente a mão no seu pescoço ir se afrouxando lentamente, mas a arma permanece encostada em sua cabeça, o que a faz temer ainda mais pela vida, Bean poderia está apenas pensando em segurar a arma com as duas mãos, ela não sabia o que pensar, tinha enfim conseguido recuperar o ar que tanto lhe faltava, a mão ainda estava em seu pescoço, mas não a apertava, a mão... o que estava acontecendo? Kanya fica confusa.
Bean olha pro rosto machucado de Kanya e não sente pena, ele começa a soltar o pescoço da mesma lentamente e quando ela abre a boca para respirar o ar que estava lhe faltando a alguns minutos ele sente uma vontade estranha; ele se lembra daquela noite na sua casa, da boca de kanya, lembra de como aquelas duas garotas não foram capazes de satisfazer a sua vontade, mas... era a porra de um homem! Ele olhava para aquele rosto que mesmo machucado era muito feminino, os cabelos longos, a boca, aquela boca...
Kanya sente a arma saindo de sua cabeça e sente um alivio momentaneo, mas não entende a mão que mesmo não apertando, ainda permanece em seu pescoço, ela abre os olhos lentamente e vê Bean a olhando de uma forma que ela não sabia identificar, ela sentia medo, pânico, desejo, vontade... não! O que estava passando pela sua cabeça, aquele homem quase a matou alguns minutos atrás.
Bean não sabe o que fazer, ele não quer voltar a palavra atrás e agir como se não tivesse palavra, mas... ele estava tenso, precisava se aliviar, e aquela boca de Kanya o fez ir as nuvens da última vez, mas e se ela se recusar a fazer o que ele quer? Ele iria matá-la? E depois? Mesmo se o fizesse... ele iria perdoa-la?
Kanya sente uma mão entrando pela sua nuca, não desvia o olhar por um segundo de Bean, ele ainda tem a arma na mão e isso a deixa tensa novamente, não sabe o que pode acontecer.
Bean puxa a mulher de uma vez pra próximo ao seu corpo somente com uma mão, a olha no fundo dos olhos por perto e coloca a arma próximo a testa da mulher.
- O que você veio fazer aqui - ele aperta a mão na nuca de Kanya e o cabelo é puxado mais um pouco
- eu... eu... - Kanya está apavorada - eu vim pedir perdão por não ter te contado a verdade!
- Que verdade? - Bean aperta a arma na cabeça da moça enquanto inclina a cabeça pro lado com um olhar indecifravel - que você é um homem?
- Eu não sou um homem! - Kanya responde firme apesar do medo - Eu sou uma mulher, nasci uma mulher!
- Não me pareceu aquela noite - Bean tira a arma da cabeça de Kanya e passa entre suas pernas, permanecendo lá.
- Eu... - Kanya baixa os olhos, não consegue encarar Bean.
- Bom... - Bean levanta a cabeça de Kanya a força puxando os cabelos da nuca da mulher - já que veio até aqui, não vai dar viajem perdida.
-....
- E, se não quiser que eu te mate aqui e agora, é melhor fazer o que eu mandar! - Bean vai andando de costas atá a sua mesa, passsando no meio da bagunça do escritório, puxando Kanya pela nuca, quando sente a mão próximo a mesa, ele apoia a arma e com as duas mãos segura a cabeça de Kanya a olhando fundo nos olhos.
Kanya ao ver que a arma foi colocada na mesa, após ser puxada pelos cabelos pelo escritório sente um alivio que não poderia explicar, mas... as duas mãos de Bean em sua cabeça, o olhar frio, ela sente o seu corpo sendo projetado para o chão, o pânico vai virando outra coisa, ela tem medo, mas vai se ajoelhando sem desviar por um segundo os olhos de Bean, que estavam frios, mas...
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Nos pertencemos
FanfictionFIC DE NÚMERO 2 Um trisal que apareceu do nada na história anterior, ganhou uma estória somente deles 🤭 Um estudante, um mecânico e um aspirante a mafioso, o que os três podem ter em comum? Talvez nada, talvez tudo, uma história que começou ao aca...