Nos pertencemos

49- Prioridades

Gear sai do carro, os homens tinham ido no carro da frente com Tawan.

Ele havia parado para atender uma ligação de Bean, precisaria terminar o serviço rápido e ir ao encontro do seu até então sócio de negócios.

Quando ele entra no galpão já conhecido, ele se lembra de Graf... a última vez que estivera ali foi para vingar o que fizeram ao seu irmão, e dessa vez não ia ser diferente, mexeram com sua família, com seu baixinho, com a pequena Sui e queriam lhe tomar Kan.

Gear ainda não estava cem por cento do seu incidente, mas o ódio que o dominada era tanto que ele não conseguia se conter, não sentia mais dor, não sentia nada, somente ódio!

- Então você, queria Kan pra você - Gear pergunta olhando pro homem que está sendo segurado por dois homens.

- Você ameaçou Phat - Gear empurra o taco com força no estomago do home o fazendo desequilibrar

- Você colocou uma arma na cabeça de Sui - mais um golpe, mais forte dessa vez

Gear ascente com a cabeça para os homens deixarem Tawan sozinho.

- Podem sair - Gear diz enquanto levanta o taco e o admira - podem deixar que eu cuido disso aqui.

Gear nem espera os homens se afastarem, ele desfere um único golpe na cabeça de Tawan que cai desacordado.

Ele não quer brincar com ele, não quer espancar igual fez com o outro demônio, talvez por que dessa vez o atingira diretamente, ele tinha nojo de ficar perto daquele ser humano desprezivel.

Com o golpe Tawan caiu do chão, mas ainda conciente.

- Kan nunca será seu - ele respira e sorri - nem daquele baixinho insuportável.

Gear sente que o ódio aumenta a ouvir essas palavras, ele pega a arma que estava de volta em sua cintura, coloca o taco no peito de Tawan, apertando com força, e com a outra mão mira na testa de Tawan.

- Bom encontro com o outro demônio no inferno!

O barulho do disparo ecoa pelo galpão.

Ele não iria deixar ninguém chegar perto das pessoas que ele ama em hipotese alguma, nem que ele precisasse dar a sua vida por isso.

**********

- Passou um furacão por aqui? - Gear pergunta com ironia quando chegar no escritório de Bean

- Ainda não, mas pode passar! - Bean responde seco

Bean tinha contas a acertar com Gear, tinha passado uma coisas simples para o homem fazer e ficou decepcionado com resultado, ele realmente achava que Gear seria capaz de mais.

O escritório ainda estava em reformas, após o último encontro com Kanya, ele não tinha voltado lá, mas precisava ser uma conversa definitiva com Gear.
Bean atravessa a mesa e senta em sua mesa.

- Vejo que você acabou de fazer algo divertido! - Bean repara que o taco está com uma marca de sangue

- Ah isso aqui? - Gear olha pro taco e lembra dele acertando a cabeça de Tawan - foi uma lição a quem mexeu com minha família.

- Então pra você trabalhar direito, é só mexer com alguém de sua família? - Bean ascende um cigarro e da um longo trago

- Que tipo de brincadeira é essa Bean - Gear ainda permanece em pé olhando pro homem sentado

- Não é uma brincadeira! - Bean dá mais um trago - eu te passei uma simples missão e você falhou.

- Bean! - Gear olha sério pro homem - eu te avisei que aquele dia eu tinha problemas pra resolver... e não ter resolvido aquilo além de me causar aquele acidente, quase resultou em algo pior.

- E que porra eu tenho a ver com isso! - Bean da um tapa forte na mesa

- Realmente! - Gear se aproxima da mesa - você não tem nada a ver com isso, até porque não deve saber o que é família.

Bean se levanta bruscamente de sua cadeira e da a volta na mesa, ele chega perto de Gear e o olha com frieza

- Abaixe o tom ao falar comigo - Bean coloca o dedo no peito de Gear, no local onde foi o tiro e aperta - eu sou seu chefe!

Gear revira os olhos com a pequena dor

- Você não é meu chefe! - Gear afasta a mão de Bean com o taco levemente - somos parceiros!

- Não me faça rir Gear! - Bean ri e coloca a mão no pescoço do homem, mas sem apertar - você não é capaz de cumprir uma simples tarefa.

Gear não sente medo, ele não se sentia acuado com as reações corporais de Bean.

- Eu te avisei que precisava resolver um problema - Gear segura o pulso de Bean com uma leve força - mas foi o que eu disse, você não sabe o que é querer proteger alguém.

Bean puxa a pulso da mão de Gear, ele não está com paciência.

- Gear! - ele coloca o dedo do peito do homem novamente - se você não fizer as coisas certas daqui pra frente, isso aqui vai ser pouco.

- Bean! - ele olha fundo nos olhos do homem - Eu tenho uma família pra proteger, tenho meu irmão, meus amantes, uma criança agora e até meu cunhado, não tenho tempo pra brincar de cão e gato com você.

" dois amantes, uma criança, de onde surgiu uma criança "

- Gear você está ficando louco! Nós temos um trato.

- Me diga uma forma de pagar por esse trato, eu te pago agora! - Gear não desvia o olhar - eu não posso arriscar a vida da minha família por uma dívida que é minha.

" família, aquele homem falava muito essa palavra, que pra Bean não fazia sentido, a única família que conhecia era a máfia "

- Quando você amar alguém a ponto de sacrificar tudo por aquela pessoa - Gear sorri - por aquelas pessoas... você vai me entender.

" amar... Bean não sabia o que era amar, jamais amara alguém "

- Quando você tiver algum trabalho importante pra mim, que não arrisque a minha família, você sabe como e onde me encontrar - Gear vira as costas - até lá, me deixe cuidar deles.

- Não vire as costas pra mim - Bean coloca a não no ombro de Gear, que ao invés de virar coloca a mão sobre a de Bean que se espanta

- Cuide do furacão que passou por aqui primeiro e, que pela sua expressão passou no seu coração também.

Gear da dois tapinhas de leve na mão de Bean e sai do escritório para ir ao encontro de quem ele mais ansiava nesse momento.

Bean permanece imóvel, perdido em seus pensamentos.

" Furacão... o que aquele inútil queria dizer com isso"