Nos pertencemos

26- Bons modos

-Quando foi que o senhor se tornou tão antenado como os adolescentes?

Um dos subordinados de Bean ri e brinca com o fato de que o chefe não sai mais do telefone nem se quer por um minuto.
Bean sorri, seus homens têm liberdade pra brincar com ele e isso não o deixa chateado, pelo contrário, é compreensivo com os membros da família.

Olha para o telefone, o seu sorriso fica até mais amplo, o motivo dele não largar o aparelho tinha nome e sobrenome, um rostinho delicado e lindo.
Bean não queria ter se apaixonado assim, mais não podia deixar de ser atraído por Kanya como um imã. E ela se fazendo de difícil então deixava tudo mais enloquecedor para ele.

Estava absorto nesses pensamentos ainda e vendo algumas fotos que Kanya acabará de enviar, pra mostrar pra ele que estava juntando em um restaurante próximo ao escritório. Uma das fotos colocou ate como proteção de tela. Ele estava prestes a pedir que eles se encontrassem quando um dos subordinados entrou em sua sala apressadamente.

- Chefe, estamos com problemas com uma das casas de aposta. Dois homens estavam fazendo muita confusão por lá. Trouxemos os dois, estão lá em baixo no porão.

Bean suspirou fundo. Por que esses homens nunca sabiam se comportar?
Bean estava irritado dessa vez o motivo de não poder ir ver Kanya eram aqueles arruaceiros. Certo que ela só fugia dele, mas agora nem chance teve de pedir um encontro.

Os dois subordinados na sala se entreolharam, os homens que fizeram bagunça na casa de apostas escolheram uma péssima hora pra criar confusão.

**********

Os dois homens estavam sentados em cadeiras longe um do outro.
Bean que acendeu um cigarro estava apoiado em uma mesa, fumava e parecia calmo aos olhos dos dois homens. Mas quem o conhece sabe que não é bem assim.
- Quem começou a briga?

Os dois permanecem em silêncio
Bean se desencosta da mesa e caminha até os dois homens.

Abaixa a mão com o cigarro e encosta a ponta dele no pescoço de um dos homens que quase cai da cadeira, grita de dor e imediatamente leva as mãos a queimadura.

- Não me façam repetir a pergunta, por favor, tenho muitos outros negócios pra cuidar.
-Fu...fui eu.

O outro homem olha aquela cena e  assustado resolve confessar.

- Ótimo, gosto assim, quando as pessoas falam sem eu ter que cortar nenhuma parte do corpo delas.

Os dois homens já não têm nenhum pingo de dignidade, caem de joelhos os dois na frente de Bean,falando sem parar palavras para se desculpar.

- Shiiiiiu.
Bean leva os dedos aos lábios. Se agacha na frente do homem que confessou que começou a briga primeiro.

- Meus homens me contaram dos estragos, algumas cadeiras, duas mesas, entre outras coisas. O dinheiro que vocês gastam lá não chega nem perto pra cobrir isso. Mesmo se perdessem todas as noites.

Bean tira um canivete do bolso e o homem cai sentado, junta as mãos unidas na frente do rosto e fecha os olhos implorando.

Bean pega as mãos do homem que já estão unidas e puxa as duas de forma tão rápida para o chão que o homem nem chega a conseguir esboçar qualquer reação, só sente que foi esfaqueado depois de ver o canivete que atravessou as duas mãos ainda unidas e ficou preso ao chão.

Bean leva a mão a boca do homem antes que ele grite.

- Isso não foi nada, e vai cicatrizar logo. Vai ficar uma marca nas duas mãos, e toda vez que você levantar suas mãos pra bater em alguém, vai ver essas marcas e com certeza pensará duas vezes ...

Tira a mão da boca do homem que passado o primeiro impulso apenas chora baixinho sem fazer quase nenhum som, mesmo as lágrimas grossas correndo pelas bochechas.

Se volta para o outro homem.

- Senhor eu não comecei, ele já admitiu. - as lágrimas desse também já corriam.
- Mas revidou, quando você vai na casa de alguém,  desrespeita a casa dessa pessoa?
- N...não- o homem gaguejava entre soluços.
- Entrou na minha casa e teve a coragem de prosseguir com a briga que outra pessoa começou. 
Não chamo isso de respeitar a minha casa.

Bean, moveu a mão pra chamar um subordinado que estava de pé ao lado da porta.
- boca...

Falou para o subordinado que imediatamente segurou o homem de joelhos por trás tampando sua boca.
Bean tirou os sapatos do homem depois tirou seu maço de cigarros do bolso e acendeu um a um, ia apagando eles nas solas de ambos os pés do homem que se contorcia e tentava se soltar a todo custo,  mas o subordinado de Bean era forte e grande como um armário.

Só parou o que estava fazendo quando não tinha um espaço que não estivesse queimado.

- Agora quando entrar na casa de alguém,  respeite o dono da casa... Ele vai te soltar -Apontou para o subordinado enquanto ainda olhava nos olhos cheios de lágrimas do homem de joelhos.- Quando ele soltar você não vai gritar, por que estou com dor de cabeça e se ouvir um grito se quer eu vou estourar a sua cabeça.

O subordinado soltou. O homem levou as próprias mãos a boca para evitar os gritos de dor.
Bean levanta e vira a cabeça para os lados como se estivesse alongando o pescoço, está extremamente irritado, mais não quer chegar ao extremo com esses homens, afinal foi só uma briga pequena.
- Senhor- um outro subordinado entra no porão.
A pessoa que o senhor chamou mais cedo, já chegou.
- Parece que minha irritação vai aumentar.

Bean sai da sala, assim que a porta do porão se fecha é audível os gritos de dor de ambos os homens. Pede pra um subordinado tratar deles, afinal estava só ensinando boas maneiras aqueles dois caras.

*************

- O que vc quer? Por que me chamou tão tarde aqui?
- Gear meu caro, você deixa a sua educação em casa toda vez que vem me ver?
- Nem te ver eu quero na verdade. Tenho assuntos para resolver.

Bean está sentado em sua mesa no escritório, Gear de pé do outro lado, louco para ir embora.
A paciência de Bean está por um fio. Nesse exato momento a tela do seu telefone se ilumina com uma notificação e a imagem do protetor de tela faz sua irritação sumir instantaneamente. Só por isso resolve não ser tão duro com Gear.
- Tenho um trabalho pra você. A alguns dias tivemos problemas com uma gangue pequena na região norte, o combinado é eles não mexerem com meus negócios e eu não mexo no deles. Mas não estão honrado o trato, preciso que vá até lá mostrar pra eles que ainda mando naquela região.
Pode levar alguns homens meus junto se quiser. Então o que me diz?

Gear só quer poder ir ao encontro de Phat e Kan, não sabe como estão e por que kan tem estado daquele modo e agora essa novidade um cara chamado, Tawan.

Está com a cabeça totalmente fora dos trabalhos que Bean tem pra ele, mais tem que escolher ou ajudar Bean, ou ir conversar com Phat e Kan.... o que é mais importante? O que ele não pode perder?