02| Elena Ferrante.

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"As mulheres sem amor dissipam à luz dos olhos, as mulheres sem amor morriam vivendo

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"As mulheres sem amor dissipam à luz dos olhos, as mulheres sem amor morriam vivendo."

"Muito se fala sobre as mulheres que escolhem focar apenas em suas carreiras, deixando o amor de lado, entretanto, não falamos sobre o quanto os homens não precisam pensar sobre isso. No fim, eles sempre acabam tendo tudo, o amor, a carreira e as mulheres, por muito tempo desejei ser como eles.

Queria ser médica quando criança, minha mãe olhava em meus olhos e com certeza ela sabia que eu seria uma artista. Anna, minha mãe, pensava que eu não teria nenhuma profissão dita como séria por eu amar novelas, sempre adorei as maneiras com que o amor é apresentado nelas, geralmente as mulheres são amadas de verdade, os homens abrem mão de suas masculinidades para fazerem seus amores felizes. É, eu sempre fui uma artista.

Ao mesmo tempo que gostaria de ser um homem para poder usufruir de todos os privilégios que eles têm, adoro ser uma mulher para viver experiências incríveis. Assistir e ler Clube da Luta com uma perspectiva feminina, sair em encontros com homens de sucesso e falar que sou uma escritora, a reação deles é sempre interessante, além da melhor vivência de todas: saber que no fim, nenhum deles quer ficar.

Não me leve a mal, sempre adorei o amor, por isso, não quero me prender a um relacionamento. Aprendi que em países diferentes, com pessoas distintas, existem formas diferentes de amar, adoro todas elas. Quando vivi em Manhattan, percebi que boa parte dos homens nos querem como troféus, afinal, já tem carreiras ótimas, falta apenas a mulher que vai integrar um lado em sua vida, isso foi divertido por um tempo.

Sempre gostei dos coquetéis, das vernissages, até mesmo das baladas, nunca gostei de música eletrônica, mas adorava ser exibida como um troféu, uma garota loira e bonitinha sem muito conteúdo, mas no fundo, eu só queria ser motivo de admiração e receber um pouco de amor.

Depois de deixar a cidade, me mudei para várias outras e percebi que eu gosto de amar, mas gosto mais ainda de ser amada. Então, enquanto eu viver, tenho um mantra de conhecer e receber todo o amor do mundo." O Ponto Fraco, Cécile Raud.

Muito se fala sobre as mulheres que querem casar, mas não se fala muito sobre os homens que não querem. Charles era um dos indecisos. Sua vida sempre foi perfeita, tinha uma boa família, um bom trabalho e uma boa noiva, mesmo assim sentia que faltava algo, adrenalina, romance, não sabia dizer o quê, mas sabia que faltava.

Na manhã em que falou brevemente com Cécile no elevador, ele parou em uma banca de jornais para comprar uma edição do L'equipe, mas acabou levando um exemplar do livro dela. O Ponto Fraco, o livro tinha uma capa preta com as palavras em branco e caixa alta, ele nunca foi muito de ler, mas se sentiu intrigado pelas recomendações também presentes na capa.

"Para todas as confusões que temos em nossas cabeças, esse livro pode ser uma forma de silenciá-las — Rhea Dubois."

Foi por aquela frase que Charles decidiu comprar a obra da vizinha, ela estava muito bonita na contra capa. Seu cabelo não era aquele platinado, era um loiro escuro e o comprimento era maior, além disso, seus lábios estavam vermelhos, o monegasco a achou extremamente atraente e intrigante. Desde o momento em que chegou em casa, não conseguiu parar de ler tudo o que estava escrito ali.

Clássico| Charles Leclerc.Onde histórias criam vida. Descubra agora