11| Louisa May Alcott.

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"Ao longe, lá no brilho do sol, estão minhas mais sublimes aspirações

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"Ao longe, lá no brilho do sol, estão minhas mais sublimes aspirações. Posso não alcançá-las, mas consigo olhar para o alto e ver suas belezas, acreditar nelas, e tentar seguir por onde elas me guiam."

A paciência é uma virtude. Quem espera sempre alcança. Com calma e vontade você chega lá. Aprenda a esperar.

Charles sentia vontade de mandar todas as pessoas que o dizem essas frases pro inferno, ele odeia esperar, odeia ser paciente e odeia discursos moralistas. Há muito tempo ele não sentia tanta raiva assim dentro de seu coração, no momento em que a bandeira quadriculada sagrou Max Verstappen campeão da corrida, a única coisa que ele gostaria de fazer era enfiar sua cabeça em um tanque cheio de formigas.

Talvez mergulhar em ácido, se jogar em uma geleira sem vestir roupa alguma, algo que cause imensa dor e o fizesse sentir qualquer coisa senão raiva. Nada parecia estar dando certo na vida do piloto, o trabalho não ia bem, seu casamento estava uma bela confusão e sua mente parecia sabotá-lo a cada segundo. Carlos Sainz acabou segurando o segundo lugar no Japão, coisa que conseguiu manter a Ferrari lutando pelo campeonato de construtores, mas Charles perdeu as chances de vencer o campeonato de pilotos.

Agora ele estava ali, sentado em um táxi cafona, todo enfeitado por souvenirs europeus, em uma tarde ensolarada de Tokio, protelando para voltar a sua casa. Os olhares de devoção eram os piores, ele se sentia tentado a pular na frente de um carro toda vez que alguém dava tapinhas em suas costas e o dizia alguma palavra de conforto, Charles Leclerc odiava perder, mas odiava ainda mais não conseguir evitar a derrota.

O piloto já deveria ter voado de volta para casa, assim como seu companheiro de equipe fez, voltou para sua esposa e sua filha, mas Charles não tinha ninguém o esperando em casa. Dois meses vivendo separado de Brienne o fez pensar em duas coisas: ele adorava ter alguém o esperando e adorava mais ainda não ser ela. Por isso, ele decidiu passar mais alguns dias na capital japonesa, pegou um trem em Suzuka e foi parar em Tóquio.

Ele estava se sentindo como o protagonista de Lost In Translation, perdido, separado de sua esposa e odiando cada segundo do Japão. Ele não entendia nada do idioma, não conseguia comer muita coisa porque a comida japonesa feita no ocidente é totalmente diferente na nativa e se sentia solitário pelas ruas coloridas.

Dentro do táxi, uma música genérica ia tocando, ao menos aquelas palavras ele reconhecia, era inglês. Não sabia a cantora, muito menos o nome da música, mas só de chegar a ouvir alguma coisa que não fossem palavras impossíveis e sotaques carregados, ele já se sentia extremamente aliviado.

Leclerc não era o maior admirador de arte do mundo, principalmente a japonesa, conhecia Yayoi Kusama por ter dado uma bolsa vintage da Louis Vuitton para sua mãe uma vez, talvez esse fosse o seu máximo. Cécile enviou uma mensagem divertida brincando sobre também estar no Japão e que estaria em um museu de Tóquio durante a tarde toda, ele viu aquilo como um convite, a sua maneira de chegar em casa.

Clássico| Charles Leclerc.Onde histórias criam vida. Descubra agora