12| Min Jin Lee.

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"⁠As ideias podem fazer com que os homens esqueçam os próprios interesses

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"⁠As ideias podem fazer com que os homens esqueçam os próprios interesses. E os caras no comando vão explorar os homens que acreditam demais em ideias."

Charles estava apaixonado, não existia outra palavra que pudesse descrever o que sentia por Cécile, nada além de paixão. A mais pura e arrebatadora possível.

Diferente de Cécile, ele poderia assumir muito fácil o que sentia, ela jamais falaria em voz alta o quanto gostava dele. Mesmo que fosse muito. O cabelo dele estava maior que o normal e caia um pouco sobre sua testa, além de seus olhos estarem bem mais alegres, era impossível não perceber o quanto Charles parecia mais bonito. Na luz amarela do restaurante italiano, ele parecia parte da decoração de tão atraente.

As garçonetes, as mulheres sentadas às mesas e até mesmo todas as que entravam no ambiente, parecia ser uma regra olhar para o piloto e ficar alguns segundos encarando-o. Ele parecia nem perceber, mas Cécile assistiu aquilo encabulada e pensando se era um consenso geral achar aquele homem apaixonante, caso fosse, ao menos não estaria sozinha. O lugar que a escritora realmente gostava de olhar era a boca de Charles, era tão sedutora e bonita, poderia passar sua vida assistindo seus movimentos.

Porra, eu adoro essa música — Cécile falou com animação ao ouvir a jukebox empoeirada tocar Belinda Carlisle.

Charles nunca havia ouvido um palavrão surgir da boca dela, foi até um pouco engraçada aquela euforia cercada por alegria. O moreno olhou para trás, procurando a máquina de música e encontrou uma moça com um olhar focado diretamente nele, o que foi desconfortável por ela estar ao lado de um homem que não tinha a melhor das feições para o piloto. Ele voltou a encarar Cécile totalmente sem graça, um pouco corado até.

A loirinha estava cantando baixinho Heaven Is a Place on Earth quando percebeu o olhar dele, não sabia muito bem o que dizer, então sorriu ladino e segurou sua mão sobre a mesa. O gesto traiçoeiro arrancou um sorriso bem surpreso de Charles, continuaram conversando como se aquilo não tivesse acontecido, mas ficaram com as mãos grudadas e os sorrisos aparentes.

Os quatro minutos e três segundos da música passaram tão rápido que a russa até ficou um pouco triste, mas não se deixou abalar tanto, estava sendo uma noite legal de um dia incrível. Esperava de todo coração que o próximo fosse tão bom assim. Cécile não iria submeter Charles a mais um dia comendo comida japonesa, por isso decidiu levá-lo a uma pequena cantina italiana, nada luxuosa ou chamativa.

Era um restaurante bem pequeno perto de seu hotel, como ela estava de carro, fez o piloto ir dirigindo até lá enquanto mostrava alguns lugares que gostava na cidade, o que foi bom, pois estava adorando passar qualquer instante perto dele novamente. Era um sonho bom, mas ao mesmo tempo que gostaria de se jogar de cabeça nele, grande parte de sua mente a lembrava que a realidade é sempre muito dolorosa para quem não sabe entendê-la.

Clássico| Charles Leclerc.Onde histórias criam vida. Descubra agora