Capítulo 2

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Acabo de preparar um lanche quando ouço o barulho da porta. Dou um sorriso, pois sei que é meu pai.

— Oi paizinho, estou aqui na cozinha — falo com voz alta.

Escuto seus passos e olho para a porta. Ele está vestido com seu uniforme e me olha com carinho.

— Ainda acordada, filha? — Ele se aproxima e beija minha cabeça, então vai até a geladeira e pega uma jarra de suco.

Eu sorrio e sento-me a mesa com meu sanduiche e meu pai me serve um copo do suco gelado.

— Estava estudando, na semana que vem teremos prova — informo e dou uma mordida no meu sanduiche, volto a olhar meu pai, que se senta a minha frente. — O senhor ainda vai trabalhar? — questiono.

O patrão do meu pai, é um homem que tem uma vida muito agitada. E ele, sempre chama o pai para busca-lo, nos cantos da cidade. Especialmente nos finais de semana, no meio da madrugada.

Meu nega num gesto.

— Por incrível que pareça, não. O Caio foi cedo para casa, amanhã ele tem um compromisso cedo, então vou busca-lo.

Eu me espanto, pois sei que seu patrão não é o tipo de dormir cedo, especialmente numa sexta-feira a noite.

— Milagres acontecem — respondo e volto a comer, então olho para o meu pai, ele me observa com um sorriso afetuoso. — Ao menos o senhor poderá descansar mais cedo.

Ele se levanta e arruma a cadeira.

— Filha, eu sou privilegiado, o Caio, apesar de adorar uma farra, é um homem trabalhador, e você sabe que tenho o meu dia livre enquanto ele está no trabalho, isso sem contar que não é um desses riquinhos metido a besta — defende.

Eu reviro os olhos, meu pai simplesmente adora o patrão, no fundo eu sou grata por seu trabalho. O senhor Conti é um homem generoso, todas as vezes que chama meu pai para o servi fora do horário, faz questão de pagar muito bem e sempre deixa um carro a disposição, assim papai não precisa se locomover no meio da madrugada num transporte público, correndo riscos.

— Eu sei pai, mas fico preocupada todas às vezes que sai de madrugada para busca-lo em suas noitadas.

Papai se aproxima e mais uma vez beija a minha cabeça e acaricia meus cabelos.

— Filha, eu tenho o emprego dos sonhos. Estou trabalhando para o Caio faz um pouco mais de dois anos, e nunca tive outro patrão que valorizasse tanto os meus serviços. Eu não posso nem sonhar em perder esse emprego — confessa e meu coração dá um aperto.

Meu pai me criou sozinha, desde que perdemos mamãe para o câncer. Nunca me faltou nada e sei como se preocupa com minha educação, por isso me esforço tanto para terminar a faculdade e arrumar um trabalho, assim poderei ajuda-lo e retribuir tudo o que fez por mim.

Eu sorrio para ele.

— O senhor tem razão pai, eu mesma nunca o vi tão satisfeito por trabalhar como motorista de gente rica — comento e ele solta uma risada, enquanto se afasta.

Olho para a mesa e vejo que deixou o copo de suco ali. Tento controlar minha mania de organização. Por que será que é tão difícil pôr o copo na pia? Porém, consigo controlar a ânsia de falar alguma coisa e deixo meu pai ir, ele precisa dormir.

Depois de deixar a cozinha organizada vou para o meu quarto, e como já estudei o suficiente opto por ler um pouco, até pegar no sono. Estou quase dormindo quando meu telefone apita. Pego o aparelho e vejo uma mensagem no grupo de colegas da faculdade.

Um Casamento para o BilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora