Capítulo 201: Primeiro lutador

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POV Luna

Os olhares fixos em nós, o silêncio e a tensão no podiam ser cortados com uma faca sem muita dificuldade. Din estava à espera da minha reação com a Ak nas mãos.

— O que querem com ela? — Questiono e levo a mão próxima a Ak nas minhas costas.

— Nem mesmo pensaria nisso se estivesse na pele de vocês. — Umi não estava armado, mas direciona a minha atenção a todas as pessoas a nossa volta. Pistolas e fuzis brilhantes com detalhes e cores variadas.

— E também não somos uma ameaça. A culpa é minha, deixei a decepção de não a ter aqui transparecer na minha feição e voz. — Kuro retoma ao sorriso de antes e o olhar acolhedor, um manipulador de primeira qualidade. — Só perguntei por curiosidade, seria de grande prazer se explicarem o motivo da ausência de Cristal Giorno.

Conto em quantos estávamos e faço uma estimativa deles, onze contra vinte e cinco, talvez trinta, isso se a Tríade não participar do conflito. Engulo a seco, não estamos prontas para isso, tiro a mão da arma e faço um sinal para as meninas também relaxarem.

— Ela ainda não está em condições de participar de nenhum evento, passou por sérios problemas antes de nos mudarmos. — Sou sincera, mas não dou nenhum detalhe relevante.

— Então Cold Jhonnes conseguiu quebrá-la? Droga! É uma pena. — Kuro estava decepcionado, as sombras atrás deles inquietas e o olhar de Umi incrédulo.

— Quais são as condições dela? — Cass se pronuncia.

— Não é o momento para essa pergunta. — Umi a repreende.

— Está certo, é uma infelicidade que tenhamos a presença dela, mas a festa deve continuar. O jogo de hoje... — Kuro chama a atenção de todos a sua volta até Priscilão interromper a oratória.

— O que querem com ela? — Ela pergunta sem esconder a raiva.

— Por favor, deixe-me concluir e terá a resposta que quiser. — Ele sorri. — O jogo de hoje terá um simples objetivo: aprender. Cada rodada será finalizada assim que um ponto, ou seja, golpe for acertado. O jogador golpeado terá que responder honestamente a uma pergunta feita pelo seu adversário e cada luta acabará com as mesmas regras das anteriores, desistência ou inconsciência. O vencedor se dirigirá ao líder da família que o derrotado pertencer e terá o direito de fazer cinco perguntas. Essa é a oportunidade que os Bloods darão a vocês de obter informações valiosas.

— Hoje não disponibilizaremos as apostas como sempre temos, mas a família que ganhar o maior número de lutas da noite receberam a indenização de quinhentos mil reais. Apenas um incentivo oferecido pela nossa facção. — Umi pega uma maleta com a Gonzales e mostra as notas organizadas em alguns blocos.

— E os oportunistas que não lutarem, aqueles que apenas vão ficar em volta do ringue e ouvir todas as informações sem nenhum esforço. O que farão com eles? — Octavius sorri de volta para Kuro enquanto retirava o paletó.

— É uma ótima pergunta, escolheremos na sorte o primeiro lutador e esse poderá escolher o adversário, depois a família do campeão escolherá os dois jogadores da próxima rodada. Assim por diante. Entrar no ringue é uma escolha, mas se não entrar é derrota. Ah! As perguntas devem ser feitas pelo lutador, ou seja, sem ajuda das outras pessoas. — Kuro explica mais alguns detalhes da dinâmica.

Lutas? Interessante, mas não inesperado.

— Como será feita a escolha do primeiro lutador? — Maju questiona e Kuro Mostra um saco de tecido vermelho.

— Aqui dentro temos algumas fichas. Todas são vermelhas exceto uma, quem tirar a ficha diferente é o primeiro lutador. — Ele diz enquanto descia do rinque e caminha até mim. — Novatos primeiro!

Coloco a mão e puxo um pequeno disco de plástico vermelho. Ele seguiu pelas meninas que obtiveram o mesmo resultado. MC, Tríade, Vagos e Sombras, apenas fichas da mesma cor.

— Bem, sabemos que um Blood será o primeiro lutador. — Ele sobe no ringue e os companheiros dele começam a tirar as fichas.

Vermelho, vermelho, vermelho... Só podia ser uma piada idiota. Sobraram apenas ele e Umi.

— Sua vez. — Kuro estende o saco para ele e vemos uma ficha branca ser retirada.

Kuro desce do ringue e deixa o loiro sozinho que retira o moletom preto e os piercings da orelha. Umi caminha até as cordas na minha direção.

— É melhor tirar as armas e esse colete. Desafio Luna Carter, sub líder das Hells Angels. — Ele dá as costas para mim e se afasta.

— Tem certeza que vai fazer isso? — Gabi pergunta preocupada enquanto me desarmava.

— Viemos pegar informação, vou bater tanta nesse cara que saberemos até o nome da mãe dele. — Estava irritada, tensa.

— Foca, faça as perguntas certas, pensa antes de responder e não esquece que a luta não é só força. — Priscilão coloca a mão no meu ombro.

Respiro fundo, balanço os braços para relaxar os músculos e subo no ringue.

— No três podem começar, sempre que alguém marcar um ponto ouvirão um apito e terão que parar a luta. Não esqueçam as regras. — Jenny diz próxima às cordas. — Um... Dois... Três.

Não nos aproximamos de primeira, queria observar a movimentação dele antes de me aproximar. Ele não estava tão diferente de mim, podia ser os olhos dele analisar cada detalhe no meu corpo. Dois passos à frente, distância longa, o suficiente para um chute, mais um passo. Defendo um chute frontal, passo para esquerda e jogo um direto seguido por um cruzado de esquerda. Ele até consegue desviar do primeiro golpe, mas o segundo o acerta quase que de raspão e marco o primeiro ponto. Ouço a comemoração das meninas e o apito.

— O primeiro golpe é de Luna das Hells, faça a pergunta. — Gonzales narrava a luta.

— Cold Jhonnes, o que sabe sobre ele? — Digo enquanto nos afastávamos.

— Chefe da antiga Red Murders, recebeu a liderança do irmão mais velho, Brian Jhonnes, que a herdou do pai, Mathias Jhonnes. Foi responsável pelo sequestro de Cristal Giorno e morto durante a invasão duma base de fabricação de armas no litoral de São Paulo. — Ele sorri com um lado do rosto avermelhado.

— Próxima rodada, encostem nas cordas, iniciarei a contagem. Um... Dois... Três.

Nem a distância nos separa (Continuação)Onde histórias criam vida. Descubra agora