Continuação..
— Vou marcar consulta no psicólogo — minha mãe disse — não quero que você carregue esse pesadelo pro resto da sua vida.
Foi difícil contar pra ela. Minha mãe sentiu raiva, angústia e medo. Ela me abraçou, dizendo que ia ficar tudo bem e jamais iria me abandonar. E agora não sei como vou tentar seguir em frente, com tudo isso que aconteceu.
— S/N: E se isso não ajudar?
— Vai ajudar! Você também tem seus amigos, eles estão com você — segurou firme a minha mão — independente de tudo, eu também estou aqui filha. Seu pai, seus irmãos, Dave...
Respirei fundo e concordei lentamente.
(...)
— Me desculpa não ter contado — meu pai conversava comigo sobre os garotos — eles ficaram morando com os avós por um bom tempo, e só agora retornaram pra cá. A mãe da Shibuki queria de volta..
— S/N: Não estou triste por isso — falei — mas você é pai, devia ter feito seu papel.
— Eu fiz. Enviei metade do meu salário pra sustentar eles lá, e ainda paguei escola particular — cruzei os braços e logo vi Shibuki descer as escadas com sua mãe — eu te chamei aqui pra tentar ser próxima deles... não quero deixar um clima chato entre vocês.
— S/N: Eu não vou falar mais nada — me levantei e fui direto pra sala de jantar.
É óbvio que essa vaca fez meu pai gastar todo o dinheiro com eles. Ela também é mãe e devia ter usado o próprio dinheiro dela pra sustentar.
— Tenho uma notícia — Shibuki dizia sorridente e nós olhamos — estou grávida!
— Como é que é?! — a mãe dela perguntou surpresa — Como assim?
— Shibuki: Grávida mãe — revirou os olhos — de duas semanas...
— Como você pode me dar uma notícia dessas assim do nada? — perguntou chocada — você vai apoiar isso, amor?
— Ela já é grande — respondeu sem se importar — quem é o pai?
Olhei pro George e ele estava encolhido e me encarando tentando entender a situação. Segurei o riso e ele soltou uma risadinha baixa, e meu pai encarou nós dois no mesmo instante.
— Shibuki: É o amigo do Aguni — encarei ela — sabe, o de cabelo cumprido...
— Cabelo cumprido? — a mãe dela estranhou — não estou lembrada.
— S/N: Ele tem quase cinquenta anos e você tem quase vinte e dois..
— Cinquenta anos?! — a mulher quase infartou e Austin riu — Shibuki!
— Shibuki: Muito obrigada, S/n!
— S/N: Disponha — pisquei e ela levantou revoltada e sua mãe foi atrás. — tem sobremesa?
— Você é terrível — meu pai riu — temos torta de morango e limão. Qual vocês querem?
— Morango! — Austin falou animado — você vai dormir aqui, S/n?
— S/N: Não — meu pai me olhou triste — tenho entrevista.
— Vai seguir qual carreira? Já que terminou a faculdade..
(Vocês podem escolher qualquer profissão)
— S/N: Já esqueceu? — fiz um drama — não vou nem falar.
(...)
O jantar ocorreu bem. Shibuki ficou discutindo com sua mãe por um bom tempo, então só ficou eu, meu pai e os meninos na mesa de jantar fofocando.
Estacionei o carro em frente a sorveteria pra pegar um pote de sorvete. Precisava disso. Peguei meu sabor favorito, e fiquei encostada no capo do carro. Ainda era cedo demais pra voltar pra casa, e de repente vejo Chishiya virando a esquina apressado.
Ele me olhou e acenou com a mão e entrou na sorveteria. Continuei comendo meu sorvete, e ele saiu da loja com uma garrafa de água. Parou pra beber e encostou na parede, e ficou me encarando. É claro que esse tapado quer que eu chame ele.
— S/N: Vai ficar aí?
— Chishiya: Vou — deu de ombros — porque está aqui nesse horário?
— S/N: Muito calor e fome — coloquei o pote em cima do carro — cadê a Sarah?
— Chishiya: Terminamos — respondeu calmo e eu me segurei pra não questionar — muito possessiva.
— S/N: Deu pra notar mesmo, ela não tirava os olhos de você — ri baixo — por isso veio aqui?
— Chishiya: Eu nem gostava tanto dela assim — fiz uma cara de surpresa. — foi só pra ficar mesmo.. e você? Está de rolo com Niragi ou Karube?
— S/N: Solteira — fui direto ao ponto — não namoro e nem estou de rolo.
Ele deu uma risada e jogou a garrafa fora. Fiquei observando e veio caminhando até a mim, e esticou a mão pra fazer um toque. Até parece que somos amigos.
— Chishiya: O bom de ser solteiro é que você pode ficar com quem quiser — comentou e eu concordei — mas não consigo ser assim..
— S/N: Você não precisa ser assim — falei — só fica se sentir vontade.
— Chishiya: Esse é o problema — se olhamos — já tentei demais, mas não dá certo. Não com quem eu quero.
— S/N: Como assim? Você deve ter tido pelo menos três ou quatro namoradas..
— Chishiya: Exagerou — dei risada — você foi a única que me relacionei sério.
— S/N: Kaori foi o que então?
— Chishiya: Um pesadelo — respondeu com a voz arrependida — mas agora me sinto aliviado..
— S/N: Claro que sente.. — falei bem baixo.
Comecei a sentir uma leve irritação, e joguei o sorvete fora. Cruzei os braços e fiquei olhando pro chão e pensando em milhares de coisas. Chishiya continuou do meu lado, e eu queria gritar. Olhei bem pra cara dele, e o mesmo me olhou na hora e ficou esperando eu dizer alguma coisa. Mas não falei. Ficamos pelo menos um minuto se encarando, e ele foi se aproximando bem devagar.
— S/N: Vou embora — desencostei do carro e ele se moveu rapidamente.
Entrei dentro do carro e dei partida pra casa e foi aí que eu gritei super alto. Libertador eu diria.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝙻𝚘𝚟𝚎 𝙼𝚎 𝙷𝚊𝚛𝚍𝚎𝚛 | 2° 𝚝𝚎𝚖𝚙𝚘𝚛𝚊𝚍𝚊 |
Roman pour Adolescents+18 Segunda temporada da primeira fanfic com Chishiya. A primeira está disponível e completa, para saber da história toda terá que ler ela inteira e por fim, começar esta. Boa leitura!