Diante do Perigo

DDP.CAP XXIII

Curtem e comentem 🪐🖤

Cheguei na casa da Angel depois de alguns minutos, no meio do caminho ela disse que já estava um pouco calma e que iria me esperar na frente de sua casa, e assim ela fez, quando estava me aproximando eu já consegui avistá a mesma parada  na calçada, ela vestia uma calça jeans preta e uma camisa de alça preta também, como a noite estava muito fria ela usava um casaco bege e nos pés tinha uma simples pantufa, sim, ela estava de pantufas na rua.

Parei o carro na frente dela e a fiquei encarando por um tempo, mesmo estando um pouco escuro eu consegui ver o seu rosto vermelho e seus olhos estavam um  pouco inchado, aquilo fez o meu coração doer, me sentir extremamente incomodado e com raiva de vê-la assim, ela não disse nada, apenas deu a volta e entrou no carro, no banco do carona, então eu liguei o carro e saí dali sem saber pra onde ir, ela não falou uma  palavra  e nem eu,  pela primeira vez na minha vida eu fiquei saber lidar com uma situação.

Levei Angel pro monte aonde já havia levado ela uma vez. Assim que chegamos, saímos do carro e ela foi se sentar no banco que ficava de frente para a grande cidade.

– Você tinha razão, esse lugar traz uma paz muito boa - falou Angel assim que me sentei ao seu lado.

– Sim, é um ótimo lugar para fugir dos problemas - falei apreciando a bela imagem da cidade.

– Obrigado por me trazer aqui, eu realmente estava precisando - Falou.

– Você precisa me contar o que houve Angel - Falei sério, queria saber o que a deixou nesse estado.

– Eu nem sei como dizer - Falou e eu a puxei pra mais perto de mim, fazendo ela deitar a cabeça em meu peito enquanto eu fazia carinho no  seu ombro.

"Já estou passando dos limites"

– Meu pai… - começou a falar e eu percebi que ela queria voltar a chorar – ele conheceu a filha de um amigo dele, e sabe… ela faz faculdade de administração, a mesmo curso que meu pai queria que eu fizesse, mas eu nunca gostei desse ramo, eu gosto muito de medicina, mas ele não entende, então começou a joga na minha cara que eu sou relaxada, e que nunca dei orgulho para ele, ele até me comparou com a menina e disse que preferia ter ela como filha - Falou e a esse ponto já estava chorando novamente, e minha raiva só aumentava.

– Eu não entendo Thomas, ele nunca reclamou do meu jeito ou da minha faculdade, por quê ele fez isso agora, doeu muito ouvir ele dizer aquelas coisas, você me acha relaxada Thomas? - Perguntou me encarando com os olhinhos cheios de lágrimas.

– Claro que não Angel, você é muito esforçada, a prova disse é o duro que você dá nos treinos, se o seu pai não reconhece o esforço que você faz para ser uma boa filha, então ele não merece ser o seu pai - Falei sério encarando ela, e a mesma abaixou a cabeça.

Eu segurei os dois lados do seu rosto e a fiz olhar para mim, ficando bem pertinho do meu rosto.

– Você é linda, inteligente, fofa, carismática, você tem algo especial Angel, algo que as outras não tem e que com certeza essa menina que seu pai  falou não tem também - Disse e ela ficou vermelha, isso me fez sentir uma alegria inexplicável - Então por favor não ligue para o que seu pai diz, ele não sabe de nada e eu só quero te ver chorando novamente se for de alegria.

– Obrigado Thomas, você está sendo um ótimo companheiro, obrigado por vir me ajudar - Disse ela me abraçando.

Aquilo me pegou de surpresa, fiquei sem reação, mas estava tão bom aquele abraço dela que eu me recusei a afastar, então eu abracei a de volta e mais forte para garantir que ela não vai embora.

Estava com a cabeça encostada na janela do carro de Thomas enquanto ele me levava para casa, sua mão estava em minha coxa, ele não costumava fazer isso, mas estava muito bom, até me sentir mais segura.

Passamos a noite lá sentados no banco, olhando a cidade até que eu peguei no sono e dormir abraçada com Thomas, acordei com os passarinhos cantando, foi perfeito, consegui esquecer dos problemas por um tempo, mas teria que voltar e encarar meu pai, mas não vai ser agora, não hoje, ainda estava mal pelas coisas que ele me falou.

Quando chegamos na frente da minha casa Thomas parou o carro e eu fiquei alguns segundos encarando a mesma, criando coragem para entrar e eu torcia para que meus pais já tivessem ido trabalhar.

– Quer que eu entre com você? - Perguntou Thomas acariciando minha mão.

– Não precisa, eu já tomei demais do seu tempo, você deve ter coisas mais importantes para resolver, obrigado de verdade - Falei e dei um sorrisinho fraco, a gente se vê depois, tchau.

Falei e quando abrir a porta do carro para sair ele me puxou e me beijou.

– Esteja pronta a noite, vamos ir em um restaurante hoje - Disse e piscou pra mim, me dando outro selinho.

Eu sorri e sai do carro. Entrei em casa e estava silenciosa, fui até a cozinha e vi meus pais tomando café da manhã,  minha mãe estava de cabeça baixa tomando seu café e papai estava de costas para mim, então nenhum dos dois me viram, eu ia subir as escadas mas por sorte eu lembrei que tinha saído pela varanda do meu quarto, e como o meu quarto estava trancado por dentro eu teria que subir pela varanda do meu quarto de novo.

Sair de casa novamente e fui até a varanda do meu quarto, peguei uma escada e subi, entrei no meu quarto e fui direto pro banheiro fazer minha higiene matinal e tomar um banho, por mais que eu estivesse magoada, não iria faltar a faculdade, era bem melhor passa o tempo lá do que aqui.

Saí do banheiro e fui pro meu closet escolher alguma roupa confortável, quando voltar vou ter que escolher outra roupa para sair com o Thomas hoje. Mas pra faculdade optei por um vestido branco de alcinha, com várias flores e um pequeno decote nos seios, mas nada demais, deixei meu cabelo solto e calcei uma sandália branca simples, peguei minha bolsa e sair do quarto descendo as escadas, quando cheguei na sala encontrei meus pais, meu pai me olhava com um olhar de culpa, de arrependimento e minha mãe me lançou um sorriso doce.

– Bom dia filhota - Falou minha mãe.

– Bom dia mãe - Falei já indo para a porta.

– Não vai tomar café meu amor? - Perguntou  preocupada.

– Não mãe, estou sem fome - Falei

– Mas e se der fome lá? Come alguma coisa antes - Ela insistiu.

– Relaxa mãe, qualquer coisa eu compro lá - Falei passando pelo meu pai sem nem olhá-lo.

– Filha eu…- Meu pai ia dizer alguma coisa mas eu o interrompi.

– Agora não Christopher - Falei saindo de casa.

Posso até tá sendo mimada e egoísta, mas vale ressaltar que eu tive uma crise por causa das  coisas que ele me falou.

🪐🖤

Mais um cap pra vcs mores.

Espero que goste, até a próxima.

1.215 Palavras.