CAPÍTULO 24

50 7 1
                                    

Arthur Miller

O copo em minha mão estava quase vazio. Todas as juntas do meu corpo doíam parecendo que tinha tomado uma grande surra. Eu estava acabado! Meus últimos dias se resumiam a trabalhar, beber até ficar trôpego e desmaiar em minha cama. Deito a minha cabeça sobre a mesa desanimado. Meu nível de álcool estava grande, mas ainda conseguia identificar as coisas à minha volta.

— Me dá mais uma dose! — Digo com a voz arrastada. O barman me olha com aquele olhar desaprovador.

— Senhor Arthur, já está na hora de parar de beber por hoje.

— Desde quando você sabe o quanto devo beber?! — Falo irritado.

— Desde que o senhor pediu para eu não deixá-lo bêbado demais para poder ir embora sozinho. — Fala enxugando um copo em sua mão.

— Deixa de ser careta e me dá mais uma dose. — Ignoro sua justificativa.

Pra você as bebidas acabaram.

— Idiota! — Bufo.

— Arthur? — Uma voz suave chega aos meus ouvidos. Ergo a cabeça e encaro a pessoa à minha frente.

— É... Vanessa? — Pisco os olhos sem acreditar em quem estou vendo.

— Sim, sou eu! Você se lembrou. — Abre um sorriso e me abraça meio sem jeito.

— Claro que lembro! Posso ser um babaca, mas não me esqueço das mulheres que transo. — Ela me olha indignada.

— Também não precisa ofender. — Diz soltando um suspiro, visivelmente magoada.

— Desculpa, mas disse que sou babaca. — Sorrio de lado. — Sente-se e me faça companhia. — Digo apontando para o banco ao lado. Ela sorri timidamente e se senta.

— O que te trouxe aqui hoje, Arthur? — Olho para seus olhos verdes e bufo contrariado.

— O que mais seria... Mulheres! Elas pegam seu coração e o invadem à força, depois te descartam como se você fosse um inútil qualquer.

— Que irônico né. — Sussurra com um sorrisinho no rosto.

— Bem irônico mesmo. — Encaro seus olhos verdes.

Vanessa tem uma beleza bem peculiar. Loira, olhos verdes com um cantinho puxado — que dava um charme especial —, sorriso perfeito, peitos feitos por encomenda e um baita de um traseiro.

Um mulherão..., mas nada comparado com a minha Thaís.

Aquela cretina!

Quebrou meu coração e ainda me abandonou.

— Posso te dizer o que acho? — Olho para Vanessa que está com um meio sorriso no rosto.

— Vai fundo e acaba comigo. — Digo e bufo.

— Você bem que mereceu. Você sempre descartava todas as mulheres que ficava como se fossem apenas objetos seus. Então... — Dá uma pausa e suspira. — Acho que o feitiço virou-se contra o feiticeiro.

— Um brinde a mim... — Digo irônico e ergo o copo vazio em minha mão e deito a cabeça sobre a mesa.

— Acho que você precisa ir para casa. — Ela fala se levantando e aproximando-se de mim.

— Não quero ir para casa. Quero mais álcool em meu corpo.

— Já chega Arthur! — Ela pega meu braço e tenta me levantar. Olha para o Barman e pede para ele fechar a conta pagando-o em seguida.

ArthurOnde histórias criam vida. Descubra agora