CAPÍTULO 22

58 6 1
                                    

*AVISO DE CENA HOT*

Depois que meu filho me visitou, ele teve que ir para escola porque não podia faltar a aula. Foi maravilhoso ver e abraçar meu pequeno depois de tudo que passei. Eu o amo tanto! Minha mãe ficou praticamente o dia todo aqui. Ela foi em casa tomar um banho e buscar algumas roupas para mim.

Estava sozinho olhando para a janela, o jardim daquele hospital era incrível. Tinha várias flores silvestres. Alguns enfermeiros passeavam com pacientes em cadeiras de rodas e alguns em andadores. Mais ao fundo tinha um lindo bosque com pessoas se exercitando.

Suspirei...

Vi a morte passar na minha frente e a sensação não foi nada boa. Isso me fez repensar toda a minha vida. Será que eu estava vivendo da maneira certa?

Não sei...

Coloco minha mão sobre o curativo, posso sentir os pontos dados em minha pele que ainda está sensível. Uma lágrima escorre pelo meu rosto e quando menos percebo estou em prantos, chorando desesperado. Sinto um toque suave sobre a minha mão e viro o meu olhar para ver a Thaís com olhos lacrimejantes.

― Está tudo bem... Já passou. ― Sussurra e me abraça colocando minha cabeça em seu peito.

― Eu vi a morte Thaís e não gostei nem um pouco da sensação. ― Soluço. Ergo minha cabeça e a encaro. ― Quero te dizer uma coisa.

― Pode falar...

― Eu... Eu... acho que... ― Não conseguia dizer aquelas palavras, tinha medo dela me rejeitar.

Eu olhava em seus olhos e as palavras "Não se apaixone por mim!" martelavam fortemente. Como direi que a amo e arrisco perdê-la de vez? Eu tinha que ter coragem, eu a amava e precisava dela comigo, mas como direi?

― Você? ― Ela me encara confusa aguardando a minha resposta, mas quando decido soltar as palavras a porta se abre e vejo o rosto familiar do meu pai.

O que ele está fazendo aqui?

Respiro fundo e limpo minhas lágrimas. Ele se aproxima meio constrangido. Thaís se afasta dando espaço para meu pai que respira fundo e senta na cadeira ao lado da minha cama. Ele fica alguns minutos me observando e então pega minha mão.

Ele segura minha mão como se ela fosse cair no chão. Eu o olhava ainda sem entender o que ele queria com aquele gesto. Desde o dia que ele chamou o Gael de bastardo, não falei mais com ele e naquele momento ele me encarava sem dizer uma única palavra.

― Já chega de segurar minha mão! ― Digo já irritado com aquela melação toda. Ele nunca foi assim. ― O que você quer? ― Pergunto o encarando. Ele solta um longo suspiro.

― Pensei que iria te perder... ― Sussurra.

― Pois bem! Estou vivo, já pode ir. ― Eu ainda estava com as palavras que ele disse sobre meu filho rondando a minha cabeça.

― Arthur... ― O ignoro virando o rosto para o outro lado. ― Figlio (filho). ― Olho de lado e vejo uma lágrima solitária descendo em seu rosto. ― Scusami (me perdoa). ― Sussurra por fim.

Não acredito que o todo-poderoso Armando Miller estava pedindo perdão e passando por cima de todo o seu orgulho.

― Não devia ter falado daquele jeito com você e nem com seu filho. Ontem, quando soube que atiraram em você, pensei estar perdendo uma parte de mim e aquilo doeu... ― Ele funga. ― Quero nossa família unida Arthur! Não quero mais me importar com quem é ou não é bastardo. Ter a sensação de perda em meu peito doeu muito mais do que perder cinco bilhões. Ti amo, figlio (eu te amo filho).

ArthurOnde histórias criam vida. Descubra agora